sexta-feira, 30 de março de 2018

Y, o Último Homem 5: O Anel da Verdade

ENCONTROS, MISTÉRIOS E REVELAÇÕES 
EM SÃO FRANCISCO

Y, O último Homem
Vol. 5: O Anel da Verdade
Quinta-feira, 29 de Março
Argumento – Brian K. Vaughan
Desenhos –Pia Guerra, Goran Sudzuka e José Marzan Jr.
Por + 12,90€
Ao fim de dois anos e de quatro volumes, no volume da série Y, o Último Homem, que chega aos quiosques na próxima quinta-feira, Yorick Brown, o último homem da Terra, e as suas companheiras – a agente secreta 355 e a bio engenheira Dra. Allison Mann – chegam finalmente ao laboratório secreto da Dra. Mann, em São Francisco, onde ela vai tentar desvendar o segredo da sobrevivência de Yorick e de Ampersand. Uma viagem através da América do Norte que os leitores puderam a acompanhar nos volumes anteriores e em que esteve em grande destaque Ampersand, o macaco de Yorick e o único outro mamífero macho vivo depois da praga que matou todos os seres portadores de um cromossoma Y.
E, mais uma vez Ampersand vai revelar-se uma peça fulcral no complexo tabuleiro de xadrez construído por Brian K. Vaughan e Pia Guerra, ao descobrir-se que poderá residir nele (ou melhor, nas suas fezes) a razão para a sobrevivência de Yorick à misteriosa praga que aniquilou todos os mamíferos do Planeta. 
Mas, como o próprio Yorick vai perceber à sua custa, chegar ao destino é também dar a possibilidade a todos os que o perseguiam de finalmente o apanharem também. E este quinto volume está cheio de encontros, desencontros e revelações, fazendo avançar de forma decisiva a narrativa, ao mesmo tempo que abre as portas para novos mistérios a explorar nos volumes seguintes, como é o caso da misteriosa guerreira ninja que rapta Ampersand no final deste volume, abrindo o caminho para uma mudança de cenário no próximo volume, que levará Yorick e as suas amigas a atravessar o Oceano Pacífico.
Mas antes dessa viagem, há tempo para Yorick ceder à tentação numa igreja, entregando-se finalmente aos prazeres carnais com uma mulher que tem o mesmo nome do que a sua namorada, Beth. Namorada essa, que depois de uma breve aparição no primeiro volume, volta a entrar em cena, num episódio que nos mostra que, tal como na América, também na Austrália, onde ela está, não é fácil sobreviver…
Beth, a namorada a quem Yorick espera conseguir juntar-se, não é a única personagem importante da série a voltar a entrar em cena neste quinto volume. Também Hero, a irmã de Yorick, que se tinha entregado de corpo e alma à causa das Amazonas, regressa para tentar corrigir os seus erros e alcançar a redenção. Hero, cujo passado é desvendado no episódio intitulado precisamente A Viagem de Hero, em que o leitor fica finalmente a saber como a irmã de Yorick se deixou manipular por Victoria, a “rainha” das Amazonas e como não é fácil libertar-se dessa autêntica lavagem cerebral que quase a levou a matar o seu irmão.
Outro encontro importante que tem lugar neste quinto volume, é o da Agente 355 com as misteriosas mulheres de burca que a perseguiam e que, ao contrário do que a sua roupa parece indicar, não são muçulmanas, mas sim agentes do Círculo Setauket, uma dissidência do Círculo Culper, a organização secreta a que a Agente 355 pertence e que pretendem recuperar o Amuleto de Helena, um objecto que, tal como o anel que Yorick comprou para a sua namorada Beth, parece ter propriedades sobrenaturais que o ligam à misteriosa epidemia que transformou o nosso herói no último homem sobre a Terra.
Esse arriscado equilíbrio entre ciência, superstição e religião, que está no centro deste quinto volume, é muito bem gerido por Brian K. Vaughan, que demonstra ter um rigoroso sobre todos os fios da complexa intriga que tem vindo a tecer ao longo desta história absolutamente viciante, que os leitores poderão acompanhar durante mais uma semana, antes do desenlace final que chegará em 2019.
Publicado originalmente no jornal Público de 24/03/2018

sexta-feira, 23 de março de 2018

Y, o Último Homem 4: A Senha

BLOQUEIO NA ESTRADA

Y, O último Homem
Vol 4 – A Senha
22 de Março
Argumento – Brian K. Vaughan
Desenhos –Pia Guerra, Goran Parlov e José Marzan Jr.
Por + 12,90€
Depois de, no final do volume anterior, termos visto como as esperanças de Yorick Brown deixar de ser o último homem sobre a Terra acabaram por se esfumar, graças ao incêndio que destruiu na aterragem a cápsula da nave Soyuz, matando os seus dois ocupantes masculinos, a premiada saga de Brian K. Vaughan e Pia Guerra prossegue com a publicação do quarto volume, que recolhe dois arcos de histórias, A Senha e A Passagem da Viúva.
Em A Senha, Yorick Brown, o último homem da Terra, prepara-se para a etapa final da sua viagem até São Francisco, na companhia da especialista em clonagem Dra. Allison Mann, e da agente especial 355, para completar a experiência mais importante da Dra. Mann e descobrir a cura do misterioso vírus que aniquilou todos os mamíferos com cromossoma Y do planeta. Mas, antes de partirem, têm de encontrar antibióticos para o outro único mamífero macho vivo – Ampersand, o macaco capuchinho de Yorick. E isso significa uma paragem prolongada no Colorado rural, onde se refugiou uma das antigas colegas de 355, a agente reformada 711. Mas de todos os perigos que Yorick vai enfrentar nas suas viagens, aquele que ele encontrará na cabine isolada da agente 711 será o maior – e poderá significar a diferença entre a vida e a morte para o último homem do mundo.
Uma história em que o sonho e a realidade, passado e presente, prazer e dor, se confundem na mente de Yorick e que serve a Vaughan para explicar dois aspectos do comportamento de Yorick que muitos leitores consideram pouco realista: a relutância do herói em aproveitar o facto de ser o único homem em todo o mundo para se envolver sexualmente com outras mulheres, e a forma quase suicida como Yorick se envolve em situações de grande perigo. Questões importantes, cuja explicação radica em aspectos do passado de Yorick, que o leitor vai poder descobrir ao ler este quarto volume.
Tal como aconteceu no volume anterior com Paul Chadwick, também aqui a desenhadora habitual da série, Pia Guerra, cede temporariamente o lugar a outro desenhador, neste caso, a Goran Parlov, mantendo-se José Marzan Jr. na passagem a tinta e Pamela Rambo nas cores, de modo a manter a coerência gráfica da série.
Nascido em Pula, na Croácia, Parlov formou-se na Academia de Belas Artes de Zagreb, imigrando em seguida para Itália, onde se estreou na banda desenhada ilustrando um número da Ken Parker Magazine, trabalho que lhe abriu as portas da editora Bonelli, onde trabalhou nas séries Nick Raider e Magico Vento. A sua estreia no mercado americano fez-se no início da década de 2000, com Outlaw Nation, uma série escrita por Jamie Delano, em que foi substituir o seu compatriota Goran Sudžuka, com quem se cruzaria mais tarde em  Y, o Último Homem.
Parlov, que tem trabalhado regularmente com o escritor Garth Ennis, na série Punisher, da Marvel e com Mark Millar na série Starlight, para a Image, assina aqui a arte de A Passagem da Viúva, uma história em três partes em que Yorick, a agente 355 e a Dra. Mann, depois serem impedidos de atravessar o Utah por um gigantesco fogo florestal, veêm o seu percurso em direcção à Califórnia travado no Arizona, por uma milícia rural, Os Filhos do Arizona, que bloqueou a auto-estrada I 40, cortando assim a ligação rodoviária entre as duas costas dos E.U.A.
Apesar dos membros originais da milícia terem sido vítimas da epidemia, as suas mulheres e filhas mantêm viva a guerra contra o governo de Washington, abatendo quem tente ultrapassar as suas barricadas. Mesmo com a ajuda de P. J., uma mecânica local, Yorick e as suas amigas vão ter de travar um combate desigual contra oito mulheres altamente treinadas e armadas até aos dentes.
Publicado originalmente no jornal Público de 17/03/2018

quinta-feira, 15 de março de 2018

Y, O Último Homem 3: Um Pequeno Passo

OS HOMENS QUE VIERAM DO ESPAÇO

Y, O último Homem
Vol 3: Um Pequeno Passo
15 de Março
Argumento – Brian K. Vaughan
Desenhos –Pia Guerra, Paul Chadwick e José Marzan Jr.
Por + 12,90€
Depois de dois volumes publicados no último trimestre de 2017, a premiada série Y, O Último Homem está de regresso já a partir da próxima quinta-feira, dia 15 de Março, com a publicação do terceiro volume dos dez que compõem esta série.
No final do volume anterior descobrimos que, se Yorick Brown era o último homem sobre a Terra, o mesmo já não era exactamente verdade no que se refere ao espaço. Enquanto Yorick atravessa a América na companhia de uma agente secreta do governo, de uma cientista especializada em clonagem e de Ampersand, o seu macaco e o único outro macho mamífero a ter sobrevivido à praga, o último homem da Terra vai receber uma visita inesperada vinda do céu: três astronautas iniciaram a sua descida vindos da Estação Espacial Internacional, e dois deles são homens! Tentar uma reentrada numa cápsula Soyuz decrepita já é muito arriscado, para não falar do risco de uma doença letal ao chegarem ao solo... mas os astronautas arriscam também cair numa verdadeira batalha pelo controlo do stock final de homens no planeta, sem qualquer garantia de que sobreviverão ao conflito.
A verdade é que a existência de dois astronautas do sexo masculino vem triplicar as probabilidades de sobrevivência da espécie humana. Mas para isso, será preciso que a misteriosa epidemia que dizimou todos os mamíferos portadores do cromossoma Y não se mantenha activa, pois caso contrário, mesmo que a cápsula Soyuz sobreviva à reentrada na atmosfera terrestre, os dois astronautas estarão condenados a uma morte certa.
Esse é apenas um dos mistérios que este terceiro volume promete desvendar. Também os contornos da ligação entre a congressista Brown, mãe de Yorick e os serviços secretos israelitas se tornam mais claros, mesmo que o equilíbrio de forças dentro do comando israelita que persegue Yorick, a agente 355 e a Dra. Mann se mantenha instável.
Para terminar, Vaughan recorda-nos que mesmo num mundo à beira da destruição há lugar para a arte e para o entretimento em Comédia & Tragédia, uma história em dois actos sobre uma companhia teatral que, depois de descobrir que Ampersand, o macaco capuchinho de Yorick é um macho, decide alterar radicalmente o seu reportório e criar uma peça sobre o último homem sobre a Terra. Peça essa que vai ter em Yorick um espectador muito especial.
Nesta história muito particular, com um toque metaficcional que acentua o efeito de mise en abime, Pia Guerra, a desenhadora habitual da série cede os lápis durante dois números ao americano Paul Chadwick, o criador da série Concrete. Uma escolha inesperada, pois Chadwick, com excepção da sua colaboração com os irmãos (agora irmãs) Wachowsky no desenvolvimento do universo da série Matrix, através de bandas desenhadas feitas para a Internet, dedica-se principalmente ao seu trabalho autoral. Mas apesar de inesperada, a escolha de Chadwick para ilustrar esta história acaba por se revelar perfeitamente lógica, pois Concrete, a história de um assessor de imprensa que vê a sua mente presa dentro do corpo de uma criatura extra-terrestre granítica parte, como Y, O Último Homem, de uma premissa de ficção científica, para construir uma história profundamente humana.
Versão integral do texto publicado originalmente no jornal Público de 10/03/2018

quarta-feira, 14 de março de 2018

Um Punhado de Imagens do Coimbra BD

Como dizia o Chico, "foi bonita a festa, pá!" E no caso deste terceiro Coimbra BD, isso é mesmo verdade! Embora o tempo não tivesse ajudado, o público acorreu em bom número e, sobretudo, era um público interessado, que esgotou as novidades dos autores presentes. Foram uns dias cansativos, mas muito agradáveis, também pela simpatia dos convidados estrangeiros, Walter Venturi e R. M. Guéra, e portugueses, André Lima Araújo, Ricardo Venâncio, Manuel Morgado e Filipe Faria.
Aqui vos deixo com um punhado de fotografias, tiradas pela Sónia Lopes, a melhor assistente de produção que já tive.
       André Lima Araújo, Manuel Morgado e a mochila do Filipe Faria
                                           Alguns dos cosplayers presentes
                            A exposição dedicada a Arcindo Madeira
                                     Público a assistir a uma das tertúlias
                                        À conversa com os autores portugueses
                                           As animadas sessões de autógrafos
                                          Os cosplayers também compram BD
  Venturi e Guéra junto a uma das vitrinas com a colecção de José Carlos Francisco
                                   W. Venturi e r.m. Guéra dando autógrafos
                               Venturi, Guéra e J. C. Francisco
                                  A tertúlia de homenagem a Fernando Relvas
                                    Visita guiada à exposição de rm Guéra
                                         Vista da zona comercial
                           Autógrafo de rm Guéra no meu Scalped 1
                                           O descanso dos guerreiros

sexta-feira, 9 de março de 2018

Torpedo 1972

NÃO HÁ REFORMA PARA TORPEDO 

Torpedo 1972 – Vol. 6
Argumento – Enrique Sánchez Abulí
Desenhos – Eduardo Risso
Quinta, 08 de Março, Por + 11,90 €
Depois de, durante as últimas cinco semanas termos podido acompanhar na íntegra a série original de Torpedo 1936, a colecção dedicada a Luca Torelli encerra na próxima quinta-feira, dia 8 de Março, com Torpedo 1972. Uma nova etapa para o nosso gangster favorito, agora um sexagenário, desenhado já não por Jordi Bernet – cuja parceria com Abulí terminou por motivos já aqui explicados na semana passada - mas pelo nosso bem conhecido Eduardo Risso.
A razão para este inesperado regresso, explica-a Abulí de maneira bastante simples: “os anos passaram e como eu também envelheci um pouco, pareceu-me interessante imaginar como seria o Torpedo em velho. (…) A ideia surgiu-me há uns oito anos. Incluindo o título (A propósito do Mar Morto), que é como se refere um dos mafiosos a Torpedo, assegurando que “este está mais morto que o Mar Morto”. Trabalhei essa ideia até dar com este Torpedo envelhecido e com Parkinson. Por isso há que ter muito cuidado com o Mar Morto”.
E os anos passaram mesmo. Tanto na vida, como na série. Já não estamos em 1936, mas sim em 1972. Luca Torelli sofre de Parkinson, mas mantém o seu mau temperamento de outros tempos, e continua acompanhado pelo seu inseparável Rascal. Dois gangsters decrépitos, que carregam uma lenda negra e habitam agora num mundo muito diferente, o da década de 70. Quando um jornalista do Washington Post decide fazer uma reportagem sobre essa lenda viva do crime nova-iorquino e desenterrar o passado de Torpedo, acaba por descobrir à sua própria custa que há histórias que é melhor permanecerem enterradas e que desenterrar esta vai provocar muitos enterros...
Demos de novo a palavra a Abulí, para nos falar deste novo/velho Torpedo. “É um Torpedo que ganhou muitas coisas (rugas, quilos, experiência) e perdeu outras (reflexos, musculatura, força, agilidade) mas que conserva o seu famoso mau feitio. Sabem aquele dito da “erva ruim nunca morre”, pois isso pode aplicar-se ao Torpedo. Não aceita a idade que tem, acredita que continua em forma para se dedicar ao crime, mas na verdade já não tem, nem a força nem a presença. Já não é o mesmo. Mas segue em frente”.
Quem também não é o mesmo, é o desenhador. Risso cumpriu com brilho a ingrata tarefa de suceder a Bernet. E o argumentista não podia estar mais satisfeito com o resultado: “Adoro o desenho de Eduardo Risso, o que não tira mérito a Bernet. Acho que Risso é um dos melhores desenhadores do mundo, tal como Bernet. Gosto da maneira de Risso trabalhar, esquecendo-se das famosas seis vinhetas por página de Bernet, e fazendo as vinhetas entrar umas nas outras. É uma forma muito francesa de planificar as páginas. Mas o que mais me chama a atenção é a sua maravilhosa cor, que ele próprio dá e que contrasta com a ideia que temos todos do Torpedo a preto e branco. Confesso que sempre imaginei o Torpedo a preto e branco. Mas temos de ter em conta que os anos passaram e que já estamos em 1972. E os filmes, como O Padrinho, já são a cores. Por isso, este Torpedo tinha que ser a cores. E a cor de Risso é espectacular”.
Este espectacular regresso encerra com chave de ouro a edição integral em português da série Torpedo, mas não encerra a segunda vida de Luca Torelli, mais conhecido por Torpedo, pois Abulí e Risso já estão a trabalhar num segundo álbum do velho Torpedo, que contam terminar ainda em 2018.
Publicado originalmente no jornal Público de 03/03/2018

sábado, 3 de março de 2018

Coimbra BD 2018 - O programa Completo


Está finalmente disponível o programa completo da terceira edição do Coimbra BD. Uma iniciativa da Câmara Municipal de Coimbra, com produção e programação minha e do Bruno Caetano (Comic Heart). Um trabalho que foi um prazer e uma honra, até porque, desta vez, foram-nos dadas um pouco  mais de condições para programar uma Mostra mais ambiciosa. Lá vos espero pela Casa Municipal da Cultura a partir de quinta-feira.



PROGRAMA OFICIAL - COIMBRA BD 2018

8 de março (5ª) 
11h00 - Abertura
14h30 - Apresentação do projeto SAPATA PRESS – Casa da Esquina (Sala Francisco Sá de Miranda)
15h30 - Oficina criativa Mulher de Borracha – Casa da Esquina (Sala Francisco Sá de Miranda)
21h00 - Jogos tabuleiro (Sala Francisco Sá de Miranda)

9 de março (6ª)
19h00 - Visita guiada à exposição 70 anos de Tex, com José Carlos Francisco e Walter Venturi

21h00 - Curtas-metragens de terror premiadas no Festival de Cinema MoteLx apresentadas por Pedro Souto e João Monteiro, da direcção do Festival (Sala Silva Dias) – duração 67 min:
       - “A tua Plateia”, de Óscar Faria, (9 min).
- "Palhaços" de Pedro Crispim (15 min) - Menção especial Prémio MOTELX - Melhor Curta de Terror Portuguesa 2016
- “Depois do Silêncio" de Guilherme Daniel (15 min) - Menção especial Prémio MOTELX - Melhor Curta de Terror Portuguesa 2017
- “Andlit” de João Figueira (5 min)
- “Sangue Frio”, de Patrick Mendes (15 min)
- Papá Wrestling, de Fernando Alle (9 min) – Prémio especial MoteLX 2009.

10 de março (sábado)
11h00 – “Filminhos Infantis à solta pelo país”, Sessão de curtas-metragens de animação para a família: Programação Zero em Comportamento (Sala Silva Dias):
- “Maestro”, de Geza M. Toth (Hungria),
- “O Coelho e o Veado”, Péter Vácz ( Hungria),
- “Foxy e Meggy” - André Letria (Portugal)
- “As Aventuras de Miriam: As Cores”,  Girlin-Bassovskaja (Estónia)
- “Mancha e Manchinhas: Perdidos”, Uzi Geffenblad e Lotta Geffenblad (Suécia)
- “Big Buck Bunny”, Sacha Goedegebure ( Holanda)
- “Rumores”, Frits Standaert (Bélgica/ França)

11h00/13h00 – Workshop: “Uma sequência de imagens”, com Carlos Correia (duas sessões de duas horas sobre imagem sequencial através do uso de brinquedos ópticos –– mediante inscrição presencial) (Sala Francisco Sá de Miranda)
14h00/15h00 – Emissão em directo do programa “Conta-me!”, da Rádio Universidade de Coimbra, com Sandra Tavares e Cátia Soares (Biblioteca Municipal)
15h00/15h30m – Tertúlia: Coleccionar originais de BD: Negócio, ou Paixão?, com João Antunes, Margarida Mesquita, Bruno Caetano (Biblioteca Municipal)
15h30/16h00 – Painel: Apresentação dos livros Dragomante, com Manuel Morgado e Filipe Faria e Man Plus, com André Lima Araújo (Biblioteca Municipal)
16h00/18h00 - Sessões de autógrafos dos artistas convidados r.m. Guéra, Walter Venturi, André Lima Araújo, Manuel Morgado, Filipe Faria, André Diniz e Ricardo Venâncio (átrio da Casa Municipal da Cultura)
17h00 - Desfile e concurso de Cosplay (Sala Silva Dias)
17h00 /18h00 - Tertúlia sobre edição: presença dos editores Nuno Catarino (Goody), Mário Freitas (Kingpin), Rui Brito (Polvo) e José de Freitas (G Floy) (Biblioteca Municipal)
18h30 – Sessão de desenho com modelo ao vivo: Salão 40 (Sala Francisco Sá de Miranda)
18h00/18h30 - Tertúlia de homenagem a Fernando Relvas: Com Nina Govedarica, Margarida Mesquita e João Queirós (Biblioteca Municipal)
18h30/19h00 – Painel: 70 Anos de Tex, com José Carlos Francisco e Mário João Marques (Biblioteca Municipal)

21h00 – Curtas-metragens de terror premiadas no MoteLx (Sala Silva Dias) – duração 65 min.
- “Nico – A Revolta”, de Paulo Araújo (8 min) - Selecção oficial Prémio MOTELX - Melhor Curta de Terror Portuguesa 2013
- "Mãe Querida" de João Silva Santos (14 min)  - Selecção oficial Prémio MOTELX - Melhor Curta de Terror Portuguesa 2017
- "Post-Mortem" de Belmiro Ribeiro (14 min) - Vencedor Prémio MOTELX - Melhor Curta de Terror Portuguesa 2016
- “Miss Mishima” de Pedro Rocha (14 min) - Selecção oficial Prémio MOTELX - Melhor Curta de Terror Portuguesa 2011
- “Maria”, de Joana Viegas (15 min) - - Selecção oficial Prémio MOTELX - Melhor Curta de Terror Portuguesa 2014
21h00 - Jogos tabuleiro (Sala Francisco Sá de Miranda)

11 de março (domingo)
11h00 - Filminhos Infantis à solta pelo país, Sessão de curtas-metragens de animação para a família – Programação Zero em Comportamento (Sala Silva Dias)
- “A Janela”, Camille Müller (França)
- “Os Tumblies”, Patrick Raats,  (Holanda)
- “Jonas e o Mar”, Marlies Van der Wel, (Holanda)
- “O Rapaz Bolota”, Dace Riduze, (Letónia)
- “Os porcos-Espinhos e a Cidade” Evalds Lacis, (Letónia)
- “Mancha e Manchinhas: Sapatos Mágicos”, Uzi Geffenblad e Lotta Geffenblad (Suécia)
- “Fábulas Delirantes 2”, Fabrice Luang Vija, (França/ Bélgica)

11h00/13h00 - Workshop Uma sequência de imagens, por Carlos Correia (duas sessões de duas horas sobre imagem sequencial através do uso de brinquedos ópticos –– mediante inscrição presencial) (Sala Francisco Sá de Miranda)
15h00/15h30 - Podcast Geek do Olimpo. Programa para o canal YouTube sobre BD e cultura geek, com Miguel Jorge e convidados (Biblioteca Municipal)
15h30/16h00 – Visita guiada à exposição de r.m. Guéra feita pelo autor.
16h00/18h00 - Sessões de autógrafos dos artistas convidados Walter Venturi, R. M. Guéra, Ricardo Venâncio, Manuel Morgado e Filipe Faria (entrada da Casa Municipal da Cultura?)

Atividades permanentes
Venda BD, ilustração e merchandising
Com as editoras e lojas Apocryphus, Arena Porto, Arte de Autor, BD Mania, Bicho Carpinteiro, Bruaá Editora, CLC Portugal, Comic Heart, Devir, G Floy, Goody, Ink Tshirt Store, JAN KEN PON, Kingpin Books, Levoir, Livraria Dr. Kartoon, Mini-Orfeu, Polvo

Exposições:
- Walter Venturi: um mestre dos fumetti - Desenhador italiano que tem trabalhado nas séries Tex e Zagor, da editora Bonelli, e é autor da novela gráfica Il Grande Belzoni (dedicada à vida do grande egiptólogo Giovanni Battista Belzoni, que foi um dos responsáveis pela descoberta de Abu Simbel e o primeiro homem a entrar na segunda pirâmide de Gizé) Walter Venturi vai estar pela primeira vez em Portugal com exposição própria, para além de ter trabalhos seus integrados na exposição dedicada aos 70 Anos de Tex.
- r.m. Guéra. Um autor sérvio no mercado internacional – Com trabalhos publicados nos principais mercados internacionais, desde os Estados Unidos, onde publicou nas editoras DC, Vertigo, Marvel e Image, até França (Glenat e Delcourt), passando por Itália, para onde está a desenhar um álbum especial do cowboy Tex, o sérvio Rajko Miloševic-Gera é um dos nomes maiores da BD realista internacional, que permanecia inédito em Portugal. Lacuna que será colmatada pela edição do livro The Goddamned (Os Malditos) que será lançado no Coimbra BD, com a presença do autor e o apoio da editora, G Floy.
70 Anos de Tex: A colecção de José Carlos Francisco – Um português, residente perto de Coimbra (Anadia) é proprietário da mais importante colecção de desenhos originais ligados à personagem Tex, o mais célebre cowboy da BD italiana, que comemora 70 anos em 2018. Uma fantástica colecção com trabalhos de diversos autores estrangeiros, que será exposta em público pela primeira vez no Coimbra BD.
Manuel Morgado – desenhador português que fez a sua formação académica em Coimbra, na ARCA, Manuel Morgado vai expor originais do álbum Les Arcanes de la Lune Noire: Greldinard, que realizou para a editora francesa Dargaud, bem como de Dragomante, livro com argumento do escritor de fantasia, Filipe Faria, que será lançado durante o evento.
Homenagem a Fernando Relvas – Falecido em 2017, Fernando Relvas foi um dos mais importantes autores portugueses de BD do século XX e, por ocasião da próxima publicação em livro do Espião Acácio, o seu primeiro grande sucesso na revista Tintin, alguns dos seus trabalhos originais serão expostos pela primeira vez na nossa cidade (com a presença da viúva do autor).
André Lima Araújo: Man Plus – Exposição dedicada ao livro que assinala a estreia em Portugal de André Lima Araújo, desenhador português que tem publicado regularmente nas principais editoras americanas, como a Marvel e a Image.
- Arcindo Madeira, ilustração - referente à obra de Arcindo Madeira, ilustrador natural de Coimbra.

Autores Presentes:
Convidados internacionais
- Walter Venturi
- r.m. Guéra

Convidados Nacionais
- Manuel Morgado – Autor presente com exposição
- Filipe Faria – Escritor de fantasia, argumentista do livro Dragomante
- André Lima Araújo - Autor presente com exposição
- Ricardo Venâncio – Autor presente com o livro Hanuran, Prémio Melhor Desenho na Comic Con Portugal 2017, que esteve em exposição pela primeira vez na edição de 2017.
- Nina Govedarica – Viúva do autor Fernando Relvas

Programação paralela:
Exposição de ilustração Histórias por contar, de João Vaz de Carvalho, Galeria Pedro Olayo (filho) do Convento São Francisco, 3 de março a 8 de abril de 2018, de segunda-feira a domingo, 15h00 - 20h00.

quinta-feira, 1 de março de 2018

Torpedo 1936 - Volume 5

AS ÚLTIMAS AVENTURAS DO TORPEDO DE JORDI BERNET

Torpedo 1936 – Vol. 5
Argumento – Enrique Sánchez Abulí
Desenhos – Jordi Bernet
Quinta, 01 de Março, Por + 11,90 €
Com a publicação do quinto volume, que chega aos quiosques no próximo dia 1 de Março, termina a publicação integral em Portugal da série original das aventuras de Luca Torelli. Um volume que inclui sete histórias na sua maioria publicadas directamente em álbum em Espanha - das quais apenas duas, As Sete Vidas do Gato e Era Uma Vez na Sicília, não são inéditas em Portugal - para além das biografias de Enrique Sánchez Abulí e de Jordi Bernet e de dois textos sobre a edição de Torpedo em Espanha e em Portugal. O primeiro, de Javier Méson, responsável pelo blogue Toccata y Fuga é dedicado ao percurso editorial da série em Espanha, enquanto o segundo, da autoria de Jorge Magalhães, trata da vida editorial de Torpedo em Portugal, a que Magalhães esteve ligado de forma incontornável.
Embora a data de 1936 se mantenha no título, este é um volume marcado pelos saltos temporais, que inclui recordações da infância de Luca na Sicília e histórias passadas na época da Lei Seca, instituída em 1919, como A Fachada e O Ano que Bebemos Perigosamente e que, na história O Dia da Vingança, dá um salto até à década de 50. Uma história em que Torpedo, depois de ter sido derrotado por Susan em Para Patife… Patife e Meio e A Dama dos Camelos, engendra o que parecia ser o plano perfeito para se vingar da única mulher que lhe fez frente.
Curiosamente, naquela que seria a sua última história de Torpedo, Bernet volta a desenhar Susan, a primeira mulher fatal a que deu vida na sua estreia na série, no episódio Para Patife… Patife e Meio, fechando assim um ciclo, que terminaria oficialmente meses depois, em Dezembro de 2000.
Aquilo que nem a polícia nem a Máfia tinham conseguido, pôr termo à vida do mais amoral dos heróis da BD, fizeram-no os seus próprios autores na sequência de um conflito de personalidades, que acabou por escalar de forma exponencial. Tudo começou quando o cantor espanhol Loquillo dedicou uma música a Torpedo, com letra do argumentista de BD Oscar Aibar, no seu disco Nueve Tragos, referindo na ficha do CD que o personagem era uma criação de Jordi Bernet, sem citar sequer o nome de Abulí. Ao saber que Bernet tinha tido conhecimento do facto ainda antes do disco sair, e nada fez para o alterar, Abulí, enquanto verdadeiro criador de Torpedo, veio pedir explicações a Bernet, numa conversa que, certamente terá azedado.
O escritor chegaria mesmo ao ponto de processar Bernet e Aibar em tribunal, acusando-os de conspiração para o privarem dos direitos sobre a série que tinha criado, numa decisão a que não terão sido alheias as negociações que então decorriam com um estúdio americano para levar Torpedo ao cinema. Mas as coisas não correram bem para Abulí que, além de perder o processo, perdeu a amizade de Bernet. Assim, ficava irremediavelmente desfeita uma das mais populares e eficazes duplas da BD europeia, arrastando consigo a série Torpedo que, embora já não estando no auge da sua popularidade, continuava a ser a Banda Desenhada espanhola mais traduzida em todo o mundo.
Publicado originalmente no jornal Público de 24/02/2018