quinta-feira, 25 de maio de 2017

Mulher-Maravilha 1 - Terra Um

GRANT MORRISON REINVENTA A ORIGEM DA HEROÍNA 
NO ARRANQUE DA COLECÇÃO MULHER-MARAVILHA

Mulher-Maravilha: Terra Um
Argumento – Grant Morrison
Desenhos – Yannick Paquette
Quinta, 25 de Maio, Por + 11,90 €
Uma semana antes de chegar às salas de cinema num filme protagonizado por Gal Gadot, a primeira e a mais popular das super-heroínas, a Mulher-Maravilha é a protagonista de uma colecção de cinco volumes inéditos em capa dura que, depois da colecção No Coração das Trevas DC e tendo em conta as surpresas que este ano ainda nos reserva, confirma 2017 como o ano da editora DC em Portugal, tanto nos quiosques e livrarias, como nas salas de cinema, onde, depois da Mulher-Maravilha em Junho, chegará o tão aguardado filme da Liga da Justiça em Novembro.
Assim, nas próximas cinco semanas, os leitores vão poder descobrir os contributos de criadores como Greg Rucka, George Pérez e Phil Jimenez para a evolução da personagem, ver a Mulher-Maravilha a enfrentar um dragão numa história maravilhosamente ilustrada por Christopher Moeller e, a abrir a colecção, ver como Grant Morrison soube adaptar a origem da Princesa Amazona para o século XXI, mantendo-se fiel ao espírito do seu criador original, em Terra Um, o volume que chega aos quiosques de todo o país na próxima quinta-feira.
Integrada numa nova linha da editora DC, que dá a oportunidade a autores de renome de criarem a sua versão dos mais famosos personagens da DC, como o Batman, ou o Super-Homem, a série Terra Um, de que esta novela gráfica de Morrison e Paquette faz parte, pretende apresentar uma visão diferente dos grandes heróis da DC, em histórias autónomas, libertas dos constrangimentos editoriais das revistas mensais, dando para isso total liberdade aos criadores.
E, o mínimo que se pode dizer, é que Morrison, que investigou a fundo a obra de Marston e a história das teorias feministas, sem abdicar de algumas actualizações, como a cor da pele de Steve Trevor, que passa a ser afro-americano, consegue regressar, com Terra Um, às raízes da Mulher-Maravilha, criadas por Marston. O que não é fácil pois, tal como escreveu Kris Kristofferson a propósito de Johnny Cash na canção The Pilgrim, a Mulher-Maravilha é, como o seu próprio criador, uma “walkin’ contradiction” (uma contradição ambulante): uma guerreira pacifista, com a divina incumbência de trazer paz ao mundo dos homens, uma mulher forte e poderosa, que quer triunfar não através da força, mas da “amorosa submissão”.
Outro aspecto “delicado” a que Morrison não foge é a questão da sexualidade de Diana e das amazonas, que reflecte as próprias concepções de Marston, um psiquiatra, adepto do bondage e da submissão, que vivia numa relação poliamorosa com duas mulheres, que lhe serviram de inspiração para a criação da Mulher-Maravilha.
Mas, além da inteligência do argumento de Grant Morrison, o outro grande trunfo deste livro é o maravilhoso trabalho gráfico de Yanick Paquette, um artista que iniciou a sua carreira a desenhar histórias eróticas, o que é bem visível na sensualidade que empresta a Diana e às outras Amazonas.
O desenhador canadiano, que já tinha ilustrado nove números da revista mensal da Mulher-Maravilha, entre 1998 e 1999, volta aqui a colaborar com Morrison, com quem já tinha trabalhado em Batman Incorporated, mas desta vez sem estar sujeito ao ritmo infernal das revistas mensais, o que lhe permite experimentar em termos de composição da página, com resultados espectaculares. Veja-se a cena inicial do confronto entre Hércules e a Rainha das Amazonas, em que os motivos decorativos gregos e os frisos de cerâmica pintada dialogam com a acção a que assistimos; as fantásticas duplas páginas que mostram o esplendor da ilha das Amazonas (que aqui não se chama Temiscira, mas Amazónia); o design inovador do avião invisível (que ganha uma forma claramente vaginal…), ou o formato sempre diferente e elegantemente adequado a cada cena, que dá às vinhetas.
Publicado originalmente no jornal Público de 19/05/2017

domingo, 21 de maio de 2017

Apresentação da colecção Mulher-Maravilha

É já na próxima quinta-feira, 25 de Maio, que começa a colecção que o  Público e a Levoir dedicam à Mulher-Maravilha, precisamente uma semana antes do filme que ela protagoniza chegar às salas de cinema nacionais. Como de costume, aqui vos deixarei, no dia da saída de cada livro, o texto que escrevi sobre ele para o jornal Público. Mas antes disso, aqui fica o destacável de 4 páginas de apresentação da colecção, que foi distribuído ontem com o  jornal de sábado e será redistribuído na próxima terça-feira.

A PRIMEIRA SUPER-HEROÍNA

Outubro de 1940. O editor Max Gaines lê uma entrevista na revista Familiy Circle em que o psicólogo William Moulton Marston defende que a Banda Desenhada tem um grande potencial ainda por desenvolver e decide contratá-lo como conselheiro educacional da National Periodical, uma das companhias que irá dar origem à DC Comics. Face ao sucesso de personagens como Super-Homem e Batman, criados poucos anos antes, Marston, que além da sua actividade como psicólogo, tinha trabalhado também em Hollywood, como consultor da Universal Studios, lembrou-se também ele de criar um super-herói. Ao comentar essa ideia com a sua mulher, Elizabeth Holoway Marston, esta sugeriu-lhe que criasse antes uma mulher. Uma ideia inesperada, mas que foi bem aceite pelos editores, até por romper com o carácter exclusivamente masculino dos super-heróis existentes à época.
Assim, em Dezembro de 1941 - ao mesmo tempo que o Presidente Roosevelt declara oficialmente a entrada dos EUA na II Guerra Mundial, na sequência do bombardeamento japonês a Pearl Harbor - os leitores descobrem pela primeira vez no nº 8 da revista All-Star Comics, Diana, a Princesa Amazona, herdeira da tradição dos mitos da Grécia antiga, que troca a sua ilha pelo mundo dos homens, para participar activamente na guerra contra os alemães ao lado de Steve Trevor, um piloto cuja vida salvou e por quem se apaixona. A essa primeira história, escrita por Marston sob o pseudónimo Charles Moulton, e desenhada por H.G. Peter, seguir-se-ia a capa do primeiro número da revista Sensation Comics, no mês seguinte, até que, no Verão de 1942, a Mulher-Maravilha ganha finalmente uma revista própria, o que significava que, nesta fase, as suas histórias apareciam em três revistas diferentes, todas escritas por Marston.
O sucesso dessa personagem feminina que, nas palavras do próprio Marston, tinha “a força do Super-Homem e a elegância de uma bela mulher” e representava o novo tipo de mulher que ele achava que devia governar a sociedade, vai de encontro à alteração do estatuto da própria mulher nos EUA, onde as mulheres passaram a desempenhar trabalhos antes destinados exclusivamente aos homens, por estes se encontrarem na frente de batalha. São estas mulheres que, apesar de realizarem trabalhos pesados e masculinos, não perdem a sua feminilidade, bem simbolizadas por Rosie, the Riveter, a operária imortalizada pela famosa ilustração de Norman Rockwell, que se vão facilmente identificar com a Mulher-Maravilha.
No período do pós-guerra, os super-heróis perdem muita da sua popularidade e a Mulher-Maravilha não é excepção. Mas ao contrário do que aconteceu a outros heróis da época de Ouro, a sua revista manteve-se em publicação, mesmo que em finais dos anos 60, uma decisão editorial faça com que Diana perca os seus super-poderes e as suas aventuras se aproximem mais das histórias de espionagem e de artes marciais. Uma situação que seria revertida na década de 70, graças a dois factores: os artigos da activista feminista Gloria Steinem, que crescera a ler a Mulher-Maravilha e que se insurgiu numa série de artigos e ensaios contra aquilo que via como um rebaixar do estatuto da mais famosa super-heróina de todas e, principalmente, a série televisiva da Mulher-Maravilha, protagonizada por Lynda Carter, que conferiu à Mulher-Maravilha o estatuto de ícone da cultura Pop.
Com algumas alterações na sua origem, na sequência da Crise nas Terras Infinitas, e mudanças ocasionais no seu uniforme, que durante algum tempo passou a incluir umas calças, a Mulher-Maravilha mantém-se como a mais importante super-heroína dos comics americanos, graças ao trabalho de grandes criadores como George Pérez, John Byrne, Devin Grayson, Phil Gimenez, Brian Azzarello, ou Greg Rucka que, dando o seu toque pessoal às aventuras da Princesa Amazona, souberam respeitar a essência da personagem, contribuindo assim para o manter da sua popularidade.
Uma popularidade que não podia estar mais em alta, numa altura em que a Princesa Amazona, que completou 75 anos de carreira em Dezembro de 2016, se prepara para estrelar o primeiro filme de super-heróis com uma protagonista feminina, dirigido também ele por uma mulher, Patty Jenkins. A pesada responsabilidade de encarnar a icónica heroína no filme que chega às salas de cinema portuguesa no mesmo dia em que o segundo volume desta colecção chega às bancas, coube à actriz israelita Gal Gadot, que no filme Batman V Superman mostrou estar perfeitamente à altura do difícil desafio de dar corpo à Mulher-Maravilha, a primeira e a maior de todas as super-heroínas.


O CRIADOR DA MULHER-MARAVILHA


Nascido em 1893 em Massachusetts, William Moulton Marston foi psicólogo, professor universitário, inventor de um dos mais importantes componentes do polígrafo, escritor de livros de divulgação sobre psicologia, conselheiro educacional de editoras, director de relações públicas da Universal, um dos mais importantes estúdios de Hollywood, actor em filmes publicitários, mas o que lhe valeu verdadeiramente um lugar na história, foi a criação, com a colaboração de H.G. Peter na parte gráfica, da Mulher-Maravilha.
Casado com Elizabeth Holoway, Marston vivia assumidamente numa relação poliamorosa com a sua mulher e com Olive Byrne. As duas mulheres da sua vida foram de particular importância para o desenvolvimento da sua mais famosa criação. Através da primeira, Marston teve contacto com importantes figuras sufragistas do início do século. Por seu lado, Olive Byrne era filha de Ethel Byrne, uma das mais progressistas feministas americanas. Olive foi assistente de Marston em projectos universitários, e foi uma forte influência na figura da Princesa Diana. Era conhecida pelos braceletes que usava que, segundo o próprio Marston, foram a inspiração dos usados pelas amazonas. Existem também teorias que a própria terá servido de modelo para a Mulher-Maravilha de H.G. Peter.
Marston era adepto de práticas sexuais alternativas, como o bondage e explorou a fundo o conceito de submissão, que implementava regularmente nas histórias da personagem que criou. Consta que a situação chegou a um ponto tal, que o editor teve de pedir a Marston que reduzisse o número de situações nas quais a heroína se via acorrentada… Também o famoso laço da verdade, com que a Mulher-Maravilha dominava os seus adversários e os obrigava a contar a verdade, remete para essas práticas sexuais, sem deixar de evocar o polígrafo, aparelho a cuja criação Marston esteve intimamente ligado.
Até à sua morte em 1947, devido a um cancro, William Moulton Marston continuou a escrever as aventuras da Mulher-Maravilha. Após o seu falecimento, Elisabeth e Olive, as duas mulheres que amou e que lhe serviram de inspiração continuaram a viver juntas até à morte de Olive, no final dos anos 80.

SABIA QUE?

- A participação bastante passiva da Mulher-Maravilha nas primeiras aventuras da Sociedade da Justiça, de que era membro honorário, tal como o Super-Homem e o Batman, deveu-se à falta de tempo do seu criador, William Moulton Marston - que fazia questão de escrever todas as histórias da personagem e já estava ocupado com três revistas mensais - para colaborar na escrita dessas aventuras.

- Nos finais dos anos 60 a Mulher-Maravilha, seguindo o sucesso de séries de televisão como Kung-Fu (O Sinal do Dragão em Portugal) e The Avengers, sofre uma transformação radical, deixando de ser uma super-heroína, ao abdicar os seus poderes para poder ficar no Mundo dos Homens, em vez de seguir o seu povo para a dimensão onde a Ilha Paraíso foi exilada. Nesta fase mais urbana, que vai durar cinco anos, Diana tem uma loja de roupas, é treinada em artes-marciais por um mestre chinês de nome I-Ching, e Steve Trevor morre.

- O conhecido logotipo da Mulher-Maravilha, com o duplo WW, foi criado em 1982 pelo famoso designer Milton Glaser, criador do icónico I ❤ NY. Não foi essa a única colaboração de Glaser com a DC, pois o designer foi também responsável pelo mais duradouro logotipo da DC Comics, conhecido como “DC Bullet”, que foi usado entre 1977 e 2005.

- Apesar de ser um símbolo feminino incontornável, só em 2008 as aventuras da Mulher-Maravilha foram finalmente escritas por uma mulher, Gail Simone. Antes disso, só outra mulher, Trina Robbins tinha escrito uma história da Princesa Amazona, a mini-série The Legend of Wonder Woman, mas, neste caso, a meias com o escritor Kurt Busiek.

- No universo criado por Frank Miller na série O Regresso do Cavaleiro das Trevas e nas suas duas sequelas, o Super-Homem e Mulher-Maravilha têm uma ligação amorosa de que resultaram dois filhos superpoderosos: Lara e Jonathan.

- Durante dois meses, a Mulher-Maravilha foi embaixatriz das Nações Unidas para a autodeterminação das mulheres. Este cargo, atribuído em 21 de Outubro de 2016, ano em que a personagem completava 75 anos de existência, acabaria por ser extinto menos de dois meses depois, em 16 de Dezembro, devido às pressões dos lobbies feministas.

- O português Miguel Mendonça, que desenhou a Mulher-Maravilha durante a fase final da linha Novos 52, escrita por Meredith Finch, voltou a desenhá-la já em 2017 no nº 7 da revista Trinity da linha DC Rebirth, a mais recente reformulação do Universo DC.

- Embora só agora, em 2017, chegue ao grande ecrã, pelas mãos de Patty Jenkins, a Mulher-Maravilha esteve muito perto de ser adaptada ao cinema 10 anos antes, num filme escrito e dirigido por Joss Whedon, o criador da série televisiva Buffy the Vampire Slayer que, frustrado este projecto, acabou por realizar o primeiro filme dos Vingadores, da Marvel, com o sucesso que se conhece.


OS AUTORES EM DESTAQUE

GRANT MORRISON
Nascido na Escócia, Grant Morrison fez parte da célebre "invasão britânica" dos comics americanos, que levou inúmeros argumentistas da Grã-Bretanha a estabelecer-se nos EUA, onde vieram revolucionar o género. Os seus trabalhos para a Vertigo tornaram-no conhecido, mas a fama chegaria com a novela gráfica do Batman, Asilo Arkham, ilustrada por Dave McKean e já publicada pela Levoir.
Desde então Morrison tem sido responsável por algumas das mais importantes histórias protagonizadas por Batman, Super-Homem e a Liga da Justiça. Já em anteriores colecções dedicadas à DC, podemos descobrir o seu trabalho com a Liga da Justiça, em Terra 2 e com Batman, em Herança Maldita. Com Terra Um temos o privilégio de o ver finalmente (re)escrever a origem da Mulher-Maravilha, o único membro da trindade dos maiores heróis da DC a quem faltava emprestar o seu talento.


CHRISTOPHER MOELLER
O escritor e pintor americano começou a sua carreira na Innovation Comics e ganhou nome na Dark Horse ilustrando capas da série Star Wars, antes de se estrear na Helix, a chancela de ficção científica da DC Comics e pintar capas para a revista Shadow of the Bat, protagonizada pelo Batman. Mas o seu mais famoso trabalho para a DC é este Um por Todos, que pintou e escreveu, conciliando o mundo dos super-heróis, com um universo de fantasia inspirado por Tolkien.


GREG RUCKA
Escritor de romances policiais, com uma solida carreira na BD, de que os leitores portugueses tiveram um bom exemplo em Batwoman: Elegia, publicado numa anterior colecção dedicada à DC, Greg Rucka, que é conhecido pelas suas personagens femininas fortes, tem uma grande ligação à Mulher-Maravilha. Rucka escreveu as aventuras da Princesa Amazona entre 2003 e 2006, sendo também o actual escritor da revista mensal, após a mais recente remodelação do Universo DC, com a linha DC Rebirth. Mas tudo começou com A Hiketeia, a história incluída nesta colecção, que foi a primeira aventura da Mulher-Maravilha que Rucka escreveu.


J. G. JONES
Já conhecido dos leitores portugueses pela história que ilustrou da Viúva Negra, numa anterior colecção público/Levoir, o desenhador americano, natural da Louisiana, tem-se distinguido sobretudo como ilustrador de capas, para séries como Y, the Last Men, tendo ganho em 2006, o prémio da revista Wizard para melhor ilustrador de capas. Mas para além de um excelente ilustrador Jones é um também um grande artista sequencial, com um traço simultaneamente realista e espectacular, como prova a história que desenhou para esta colecção.


GEORGE PEREZ
Nascido em Nova Iorque em 1954, George Perez estreou-se na BD em 1973, mas um ano depois já trabalhava regularmente para a Marvel. Apesar de ter trabalhado em séries como os Avengers e Fantastic Four, da Marvel, os trabalhos mais importantes da sua carreira foram publicados na DC, onde teve passagens memoráveis por séries como Teen Titans e Mulher-Maravilha. Em anteriores colecções podemos apreciar o seu trabalho na saga cósmica Crise nas Terras Infinitas, que revolucionou profundamente o universo da DC e abriu caminho para a reformulação da Mulher-Maravilha de que Pérez foi o principal responsável.

PHIL JIMENEZ
Natural da Califórnia, onde nasceu em 1971, Jimenez veio para Nova Iorque para frequentar a School of Visual Arts, onde se formou em 1991 e onde dá actualmente aulas. Nesse mesmo ano foi trabalhar para a DC Comics, a convite do director criativo Neal Pozner que lhe atribuiu como primeiro trabalho, o desenho de quatro páginas da saga War of The Gods, com que George Pérez fechou a sua passagem pela série da Mulher-Maravilha.
Esta ligação artística entre Jimenez e Pérez é bem evidente no seu trabalho gráfico, que vai beber muito ao seu mestre, com quem até escreveu em conjunto uma história da Mulher-Maravilha, que o próprio Jimenez ilustrou. Responsável pelo desenho e pela escrita das aventuras da Princesa Amazona entre 2001 e 2003, Jimenez assinou aí algumas histórias memoráveis, como as que podemos ler nesta colecção.


Ficha dos livros

1 - Mulher-Maravilha: Terra Um
25 de Maio
Argumento – Grant Morrison
Desenhos – Yannick Paquette
Diana de Temiscira viveu toda a vida na ilha paradisíaca das Amazonas, mas, ao decidir aventurar-se pela primeira vez no mundo dos homens, na companhia de Steve Trevor, o homem que salvou da morte à mão das suas irmãs de raça, será perseguida e julgada pelas outras Amazonas pelo seu crime de ter desafiado as suas mais antigas tradições.
Um regresso às raízes da Mulher-Maravilha plantadas pelo seu criador, William Moulton Marston que não evita alguns dos aspectos mais controversos da personagem, ligados à sexualidade de Diana e das amazonas, assinado por Grant Morrison e Yanick Paquette, no âmbito da linha Terra Um, que reinventa para os leitores do século XXI a origem dos mais icónicos personagens da DC, através de uma história ao mesmo tempo moderna e intemporal.


2  – Mulher-Maravilha: Um por Todos
01 de Junho
Argumento e Desenhos – Christopher Moeller
Quando o Oráculo das Amazonas profetiza que a Liga da Justiça está fadada a ser destruída por um antigo e maléfico dragão, despertado do seu sono subterrâneo para mais uma vez ameaçar um mundo que já esqueceu que tais monstros alguma vez existiram, a Mulher-Maravilha tem de tomar a mais difícil decisão da sua vida: assumir sozinha uma batalha que sabe que não pode vencer, para assim poder preservar a vida daqueles que mais ama.
O pintor e escritor Cristopher Moeller assina o desenho e a fabulosa arte pintada em cor directa desta lenda dos tempos modernos, que funde, de forma tão inesperada como eficaz, os universos da fantasia e dos super-heróis.


3  – Mulher-Maravilha: A Hiketea
08 de Junho
Argumento – Greg Rucka
Desenhos – J. G. Jones
A Mulher-Maravilha aceita tomar sob sua protecção uma jovem humana, Danielle Wellys, de acordo com a Hiketeia, um antigo ritual consagrado pelos deuses, e terá de a proteger contra todos os que a perseguem, mesmo contra o Batman, que a quer prender por assassinato e, como sempre não está disposto a deixar escapar a sua presa, mesmo que isso implique defrontar a sua amiga e companheira da Liga da Justiça.
Construída sob a forma de uma tragédia clássica, onde não faltam as Hiríneas, personagens mitológicas que castigam duramente aqueles infringem a lei divina, esta história que assinala a estreia de Greg Rucka na escrita das aventuras da Princesa Amazona, contando com o traço rigoroso e espectacular de J-G. Jones na arte, é considerada uma das grandes histórias da Mulher-Maravilha e um bom exemplo do carácter intemporal da personagem.



4  – Mulher-Maravilha: Homens e Deuses
15 de Junho
Argumento – LenWein
Desenhos – George Pérez
Na mítica ilha de Temiscira, uma orgulhosa e feroz raça guerreira de amazonas criou uma filha de beleza, graça e força inauditas - a princesa Diana, também conhecida como Mulher-Maravilha. Quando um piloto de caça do Exército, Steve Trevor, pára na ilha, a rebelde e obstinada Diana desafia a lei das amazonas ao acompanhar Trevor de volta à civilização. Enquanto isso, Ares (o deus da guerra) escapou de sua prisão nas mãos das Amazonas e decidiu exigir a sua vingança: uma guerra mundial que não só durará séculos como acabará com todos os seres vivos do planeta! Cabe à Princesa Diana salvar seu povo e o mundo, usando os seus poderes para provar que merece o nome de Mulher Maravilha.
O início da épica e incontornável remodelação da Mulher-Maravilha, levada ao cabo por George Pérez na sequência das alterações no Universo DC provocadas pela saga Crise nas terras Infinitas.

5  – Mulher-Maravilha: Deuses de Gotham
22 de Junho
Argumento – Phil Jimenez e J.M. De Matteis
 Desenhos –  Phil Jimenez e Andy Lanning
A cidade de Batman, Gotham City, foi transformada numa terra semelhante à antiga Grécia, dominada pelos deuses do mal. E uma vez que Ares, o deus da guerra, e os deuses da discórdia, do medo e do terror combinam suas essências com as do Joker, do Espantalho e da Hera Venenosa, Batman vai precisar da ajuda da Mulher Maravilha, mas quando os deuses também conseguem possuir o Batman, a Princesa Amazona descobre que mesmo a ajuda de outros protectores de Gotham, como o Asa Nocturna e o Robin, bem como da seu própria protegida, Donna Troy, a Wonder Girl, podem não ser suficientes para acabar com o reinado maligno dos deuses do submundo.
Phil Jimenez assina aqui o início da sua passagem marcante pela série mensal da Mulher-maravilha, que escreveu e desenhou durante três inesquecíveis anos.
Textos publicados originalmente no jornal Público de 20/05/2017

quinta-feira, 11 de maio de 2017

No Coração das Trevas DC 10 - Mal Eterno - Vol. 2

LEX LUTHOR E A LIGA DA INJUSTIÇA 
ENFRENTAM A SOCIEDADE DA JUSTIÇA

Coração das Trevas DC Vol 10
Universo DC: Mal Eterno 2
Argumento – Geoff Johns
Desenhos – David Finch, Doug Mahnke e Ivan Reis
Quinta, 11 de Maio
Por + 9,90 €
Com os capítulos finais da saga épica Mal Eterno, que preenchem as páginas do volume que chega às bancas na próxima quinta-feira, chega ao fim esta colecção dedicada ao lado sombrio do Universo DC, onde os vilões estiveram em destaque. E, numa colecção dedicada ao Coração das Trevas do Universo DC, nada melhor do que fechar com a primeira grande saga global do Universo DC reformulado na Linha Novos 52, publicada originalmente entre 2013 e 2014, que reúne todos os vilões do Universo DC, colocados de diferentes lados da barricada, face a uma ameaça vinda de uma dimensão paralela.
No final do volume anterior, o anel do Anel Energético estava à procura de um hospedeiro, e vilões como o Deadshot, Adão Negro, Jamanta Negra, Capitão Frio, e Sinestro, agrupados em torno de Lex Luthor, juntaram-se a Batman e à Catwoman para combater a Sociedade da Justiça, formando uma Liga da Injustiça, para substituir a desaparecida Liga da Justiça.
O resultado dessa inesperada aliança, que vai ter consequências que vão mudar a face do Universo DC, poderá o leitor descobrir ao ler o volume final desta colecção, mas importa aqui referir como Geoff Johns soube insuflar nova vida a vilões clássicos como o Bizarro, a visão distorcida do Homem de Aço, que aqui surge como um clone imperfeito do Super-Homem, criado por Luthor, ou Alexander Luthor, o Lex Luthor da Terra Três, que através da sua ligação à mitologia do Shazam (outro herói clássico que Johns tão bem reinventou) vai ter um papel primordial no desfecho desta história empolgante.
Publicado originalmente no jornal Público de 05/05/2017

quinta-feira, 4 de maio de 2017

No Coração das Trevas DC 9 - Mal Eterno - Vol 1


LEX LUTHOR E OUTROS VILÕES 
JUNTAM-SE PARA SALVAR A TERRA

Coração das Trevas DC Vol 9
Universo DC: Mal Eterno 1
Argumento – Geoff Johns
Desenhos – David Finch e Richard Friend
Quinta, 4 de Maio
Por + 9,90 €
Numa colecção dedicada aos principais vilões do Universo DC, não podia faltar Lex Luthor (que, a par com o Joker, tinha sido dos raros representantes do lado sombrio do Universo DC, a ter direito a um volume individual numa anterior colecção). E o mais antigo adversário do Super-Homem está em grande destaque em Mal Eterno, a saga épica assinada por Geoff Johns e espectacularmente ilustrada por David Finch, que fecha com chave de ouro esta viagem pelo coração das Trevas da DC e cuja primeira parte chega às bancas na próxima quinta-feira.
Mostrando que não se trata de um vilão unidimensional, Luthor vai ter de reunir um grupo de supervilões para salvar a Terra de uma ameaça maior que todos eles. Essa ameaça provém de um universo paralelo, que os leitores portugueses já conhecem de Liga da Justiça: Terra Dois (o primeiro volume, da primeira colecção que o Público e a Levoir dedicaram à editora do Batman e do Super-Homem) onde o Sindicato do Crime da Amérika dita as leis. Composto pelos mais poderosos supervilões, como Ultra-Homem, Coruja, Supermulher, Johnny Quick e Anel de Poder, cujas características os definem com o reflexo distorcido e maléfico dos Heróis da Liga da Justiça, o Sindicato da Justiça consegue derrotar a Liga e prepara-se para conquistar facilmente o mundo. Algo que só o esforço conjunto de Luthor e dos vilões que arregimentou e dos raros heróis sobreviventes, com o Batman, ou a Catwoman, poderá impedir.
Publicado originalmente no jornal Público de 28/04/2017