quinta-feira, 31 de maio de 2012

Sessão de autógrafos com Marco Mendes na Feira do Livro de Coimbra

Da excelente estreia em álbum de Marco Mendes, com "Diário Rasgado", falarei mais em pormenor este fim-de-semana, mas antes disso, aqui fica a informação de que Marco Mendes vai estar no stand da Dr Kartoon, na Feira do Livro de Coimbra, este domingo, 3 de Junho, pelas 17h, para autografar o livro. Se estiverem pelas redondezas do Parque Verde do Mondego, apareçam!

sábado, 26 de maio de 2012

VIII Festival de BD de Beja começa este sábado

Mesmo sem orçamento, mas contando com a grande força de vontade e dinamismo dos seus responsáveis, o Festival de Beja não acabou, como se chegou a temer. Abre hoje a a sua 8ª edição e eu vou lá estar e prometo trazer-vos durante a próxima semana um punhado de imagens do Festival. Até lá, tem mais informações aqui e aqui.

sábado, 19 de maio de 2012

Sin City finalmente completo em português

Nove anos depois da publicação de “A Cidade do Pecado”, em 2003, a Devir lança finalmente “Inferno, Ida e Volta”, o livro que faltava para que a série “Sin City” ficasse integralmente disponível em português. Numa altura em que o tão aguardado segundo filme de “Sin City” entrou finalmente em produção e Miller se prepara para desenhar novas histórias da cidade do pecado, esta edição vem muito a propósito, preenchendo uma lacuna em termos da edição de BD em Portugal. Publicada inicialmente nas páginas da revista “Dark Horse Presents”, em 1991, “Sin City” representou uma verdadeira revolução no mundo dos comics, ao apostar nas histórias policiais, num mundo em que os super-heróis ditavam a lei, preferindo um preto e branco altamente contrastado e de uma eficácia brutal, às cores consideradas indispensáveis em qualquer comic “mainstream”.
Uma aposta arriscada, mas que deu frutos, tanto na BD como no cinema, trazendo uma popularidade ainda maior a Frank Miller e à sua obra. Última história de Sin City desenhada por Frank Miller, “Inferno, Ida e Volta” é também a maior, com quase trezentas páginas de muita acção e violência, em que acompanhamos Wallace na busca de Esther, a mulher que ama e que foi raptada à sua frente. Ou seja, uma história de amor, cheia de obstáculos, que Wallace vai ultrapassando com excessiva facilidade, protagonizada pelos mais puros dos heróis criados por Miller, que confessa: “as duas personagens principais não são paranoicas, obcecadas, ou bêbedas, nem têm nenhum dos outros vícios que os meus heróis tendem a ter”… Mas, como se sabe, os personagens com defeitos são sempre mais interessantes e, talvez por isso, a mais romântica das histórias de “Sin City”, fica uns bons furos abaixo de “Aquele Sacana Amarelo” e “A Cidade do Pecado”, até mesmo em termos gráficos, com Miller a alternar páginas sublimes, com outras claramente abaixo do que pode e sabe.
O que não impede “Inferno, Ida e Volta” de se ler de um fôlego e com grande gozo, até pelo prazer de reencontrar alguns dos mais perigosos frequentadores das ruas da cidade do pecado que, ao contrário do que seria de esperar, vão ser facilmente derrotados por Wallace, um verdadeiro artista da violência, capaz de vencer sozinho um exército. Mas o mais curioso deste livro é o capítulo inteiramente a cores (uma inovação no universo de Sin City), correspondente a uma alucinação de Wallace, onde Miller pisca o olho a várias criações suas (de Wartha Washington, a Leónidas e Elektra) e a actores como Clint Eastwood e Silvester Stalonne. Apesar do preço pouco agradável (mas compreensível, face ao grande número de páginas e aos cadernos a cores) a Devir está de parabéns por esta edição que, aliada à publicação do 2º volume de “Death Note”, menos de 3 meses depois do lançamento do 1º, vem confirmar um regresso em força ao mercado da Banda Desenhada. (“Sin City: Inferno, Ida e Volta”, de Frank Miller, Devir,320 pags, 29,99 €) Versão integral do texto publicado no Diário As Beiras de 18/05/2012

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Gatos

Animal doméstico de reconhecida elegância e personalidade, felino que se deixa domesticar sem no entanto abdicar da sua natureza selvagem, o gato tem sabido aceitar a companhia do homem ao longo dos séculos. Uma companhia que tem sido retribuída com amor, bem patente na atenção que os gatos têm recebido de escritores, pintores e autores de Banda Desenhada. Esta semana, também eu vou dedicar atenção aos gatos na BD, graças ao regresso de Garfield em dois álbuns de recolhas de tiras publicados pela Booktree e aos “Provérbios… com Gatos!”, de Catherine Labey. Um dos mais populares (e lucrativos) cartoons de sempre, Garfield teve um começo difícil, aquando da sua estreia em 1976, tendo o seu autor, Jim Davis demorado quase dois anos a encontrar um syndicate disposto a distribuir a série. O boom de popularidade deste gato gordo, cínico, guloso e preguiçoso deu-se com a publicação do primeiro álbum de recolha das tiras dos jornais, que rapidamente chegou a nº 1 da lista de best sellers do New York Times, onde se manteve durante 100 semanas.
A partir daí o sucesso foi exponencial e alargou-se a uma quantidade de produtos derivados, incluindo uma série de animação e dois filmes de imagem real. A empatia dos leitores com Garfield é enorme e os críticos Bill Blackbeard e Malcom White justificam essa fácil identificação com o gato laranja, porque no seu hedonismo e egoísmo sem limites, “Garfield é tudo o que nós seriamos se nos pudéssemos dar a esse luxo...” “FUNtástico” e “Viva a Dieta!”, as duas recolhas de tiras dos jornais que a Booktree lançou recentemente, trazem-nos um Garfield igual a si próprio, tão cínico como divertido. Para além da boa disposição que proporcionam aos leitores, estas edições assinalam o regresso à edição da Booktree, confirmando que as notícias sobre o fim da editora tinham sido manifestamente exageradas…
Gatófila (a designação científica das pessoas que gostam de gatos, é ailurófilo, mas não quis que pensassem que estava a insultar a senhora...) assumida, Catherine Labey acaba de lançar “Provérbios… com Gatos”, uma recolha de provérbios tradicionais portugueses… e não só, adaptados à realidade dos gatos, alguns deles pré-publicados no blog da autora. Entre os 90 provérbios que este livrinho recolhe, alguns foram adaptados, tendo em conta os protagonistas felinos, mas a maioria funciona tão bem tal como estão, com gatos ou com pessoas. Obra que assinala o regresso à Banda Desenhada (como desenhadora) de Catherine Labey, depois de algumas colaborações com o seu marido, o argumentista Jorge Magalhães, nas décadas de 80 e 90 do século XX, este livro é uma bela ideia. Bela ideia, que só teria a ganhar com um tratamento de cor mais plana, pois a cor digital de Labey tem demasiado brilhos e efeitos de Photoshop que não combinam bem com a elegância clássica e algo naif do traço da autora. (“Provérbios… com Gatos!”, de Catherine Labey, Edições Asa, 48 pags, 8,90 € “Garfield: FUNtástico”, de Jim Davis, Booktree, 96 pags, 12,00 € “Garfield: Viva Dieta”, de Jim Davis, Booktree, 96 pags, 12,00 €) Versão integral do texto publicado no Diário As Beiras de 11/05/2012

domingo, 13 de maio de 2012

Apresentação de O País dos Cágados

Vai ser esta terça-feira, às 18h30m, no Centro Nacional de BD e Imagem da Amadora. Apareçam!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Da Vida das Imagens I - Nighthawks, de Edward Hopper

Pintado em 1942, Nighthawks é um dos mais célebres quadros de Edward Hopper. Retrato perfeito da solidão da grande cidade, esta pintura tem sido alvo das mais diversas homenagens e citações. Desde uma música de Tom Waits que deu nome ao disco Nighthawks at the Dinner, a uma versão em Lego, passando por um episódio dos Simpsons e o cartaz do filme End of Violence, de Win Wenders, a diversas outras paródias mais ou menos inspiradas, não falta quem tente recriar a icónica imagem de Hopper. Naturalmente, os autores de Banda Desenhada não são excepção e por isso, aqui vos deixo um punhado de homenagens feitas por autores de Banda Desenhada ao emblemático quadro de Hopper.
A mais fiel é a de Hermann no álbum Laços de Sangue, em que as homenagens não se ficam por aqui, pois Hermann utiliza as feições de vários actores célebres, de Marlon Brando a Bogart. Mas desde David Mazuchelli em Batman: Ano Um, em que o nome do dinner não deixa dúvidas, até às homenagens de Gabrion, em Primal Zone e de Colman e Desberg no 5º álbum da série Billy the Cat, até à capa de Rodolfo Migliari para o nº 4 da revista Common Grounds, da Top Cow, não faltam exemplos. O mais recente é a imagem final do painel Domingo à Noite, que Marco Mendes fez para a exposição Cartografias da Memória e do Quotidiano, da Capital da Cultura Guimarães 2012, em que, se a imagem não tívesse saído tão escura no catálogo, era possível ver o Corto Maltese de costas ao balcão do dinner. Nota - As imagens de Gabrion e de Colman foram respeitosamente pilhadas do excelente blog KiCswiLA?, cuja visita recomendo.
Hermann
David Mazuchelli
Colman
Gabrion
Marco Mendes