sexta-feira, 30 de outubro de 2009

LOST, quase a regressar



Já saiu o primeiro teaser da última temporada. Vamos a ver se o final da série vai conseguir estar à altura das expectativas criadas...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Adele Blan-Sec no cinema



O filme só estreia em Abril de 2010,mas este cartaz já circula na net. Realizada por Luc Besson, esta adaptação será a primeira de uma trilogia (se o público aderir, claro!) e adapta os 3 primeiros volumes da série criada por Jacques Tardi. Preferia ver o filme realizado por Jean-Pierre Jeunet, mas Besson nos seus melhores momentos(Leon, O 5º Elemento) já mostrou poder dar conta do recado.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O Aniversário de Astérix e Obelix



Lançado simultaneamente nesta última quinta-feira, 22 de Outubro, em 18 países, com uma tiragem global de 3,5 milhões de exemplares, o álbum comemorativo do quinquagésimo aniversário de Astérix, já está também disponível nas livrarias portuguesas, com a chancela das Edições Asa, actual detentora dos direitos da série para Portugal, que fez um lançamento “à Harry Potter”, abrindo de propósito a FNAC do Centro Comercial Colombo às 0.0h de dia 22, para que os eventuais leitores que não conseguissem esperar, poderem comprar o livro em primeira mão.
Uma jogada de marketing que dá sempre notícia nos jornais e na televisão, mas que neste caso, tenho dúvidas que funcione em termos de vendas… Até porque, tendo em conta a fraquíssima qualidade de “O Céu cai-lhe em Cima da Cabeça”, o anterior título da série, havia (justificados) receios em relação a esta nova aventura de Astérix assinada por Uderzo, receios esses que este livro vem ajudar a dissipar, embora depois do momento deprimente que constituiu “O Céu cai-lhe em Cima da Cabeça”, fosse muito difícil fazer pior...
Objecto híbrido que é mais uma celebração de uma carreira impar de meio século de um dos mais populares personagens da BD franco-belga, do que uma história em sentido tradicional, este “O Aniversário de Astérix e Obélix” revela-se com uma forma bastante digna de comemorar a ocasião, mesmo que o livro todo não esteja à altura da ideia inicial de Uderzo de apresentar os heróis gauleses como efectivamente seriam, se a passagem tempo na Banda Desenhada, funcionasse como na vida real.
De qualquer modo, só pelo Guia Infectadus de Viagens, cujo texto ainda foi escrito por Goscinny, vale a pena ler o livro, que tem também momentos bastante conseguidos na sequência da Visita ao Museu do Astérix, em que, são feitas homenagens a vários clássicos da pintura, de Leonardo Da Vinci, a David e Munch, passando por Andy Warhol, sendo a homenagem a Arcimboldo a mais imaginativa e a que melhor funciona.



Comemoração de um percurso de extraordinário sucesso comercial (e também crítico, quando os argumentos eram assinados por Goscinny) este álbum assinala também um fim de um ciclo, sendo, muito provavelmente o último álbum assinado por Uderzo, que tem problemas físicos que o deverão impedir de continuar a desenhar. Mas, ao contrário do que aconteceu com o Tintin, que não sobreviveu à morte de Hergé, Astérix vai sobreviver aos seus criadores, pois Uderzo que, durante anos disse sempre que Astérix morreria com ele, acabou por recentemente mudar de ideias e vender parte dos direitos das personagens à Editora Hachette, que passou a deter 60% desses direitos, assumindo assim o controle da série.
Se já foi anunciado que o desenho de Astérix será assegurado por 3 dos assistentes de Uderzo, Régis Grébent e os irmãos Frédéric e Thierry Mébarki, a presença de Arleston (o argumentista da série “Lanfeust”) na conferência de imprensa de apresentação do novo livro, vem dar consistência aos rumores que o apontavam como o futuro argumentista da série.
A experiência de “Lucky Luke”, que melhorou claramente desde que Achdé e Gera tomaram conta dos destinos da série, abre boas perspectivas para a nova fase da vida de Astérix pós-Uderzo. Mas até lá, o momento é de comemorar os 50 anos da série, com este “Livro de Ouro”.
(“O Aniversário de Astérix e Obélix – O Livro de Ouro”, de Uderzo e Goscinny, Edições Asa, 56 pags, 12,00 €.)

(texto originalmente publicado no Diário As Beiras de 24/10/2009)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

E Deus criou a Mulher



... mas foram 19 homens e 1 mulher que criaram as mulheres de papel que vão poder ver até 8 de Novembro, dia em que termina a 20ª edição do Festival da Amadora, num dos meus blogs favoritos: edeuscriouamulher
Obrigado ao Miguel Marujo pela forma simpática e entusiástica como aceitou a minha sugestão de comemorar desse modo os 20 anos do Festival de BD da Amadora

sábado, 24 de outubro de 2009

Festival de BD da Amadora já começou


O tema principal deste ano, é a comemoração dos 20 anos do Festival. Em termos de autores presentes, há desde os suspeitos do costume, de Maurício de Souza, Boucq, David Lloyd, Cameron Stewart, Miguelangel Martin, Carlos Sampayo e Oscar Zarate, aos portugueses José Ruy, Rui Lacas e Ricardo Cabral. Quanto a autores que estão pela primeira vez no Festival, vamos ter Lepage, Giorgio Frattini, Alfonzo Aspiri e o português Osvaldo Medina (A Fórmula da Felicidade, Mucha).
Mas, para mim, o mais importante da edição deste ano é a exposição dedicada ao argumentista argentino Oesterheld, que trabalhou com Hugo Pratt e Alberto Breccia, entre outros, e que está no CNBDI.
Aqui irei postando coisas sobre o Festival ao longo das próximas 3 semanas e, se não me esquecer outra vez da máquina fotográfica, no próximo fim de semana meto também umas fotos.
Entretanto, lá estarei na Livraria do Festival (gerida mais uma vez pela Dr. Kartoon e a Nouvelle Librairie Française) para vos tentar vender livros...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Simon's Cat

Quem tem gatos, percebe...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Bourgeon Regressa aos Passageiros do Vento
























Depois de ter republicado com o jornal “Público” os cinco álbuns que durante vinte e cinco anos constituíram a série os “Passageiros do Vento”, e uma semana depois de ter sido distribuído nas bancas em edição de capa mole, eis que chega às livrarias, em capa dura, a primeira parte de “A Menina de Bois-Caiman”, álbum que assinala o regresso de François Bourgeon à mítica série que lhe deu merecida fama.

Apesar do final em aberto de Ébano” e de na página de epílogo à série que fez para o último número da revista (A Suivre), Bourgeon dar a entender que Isa viveu muitas aventuras para além das que tinham sido contadas nos cinco álbuns de “Os Passageiros do Vento”, há sempre um risco em voltar a pegar numa história que, tal como estava era quase perfeita. Até porque, normalmente, as sequelas ficam quase sempre atrás da obra original, seja no cinema, ou na Banda Desenhada.

Mas, a verdade é que, embora por enquanto só conheçamos metade da história (a 2ª parte de “A Menina de Bois-Caiman” tem saída anunciada em França para Janeiro de 2010, devendo chegar às livrarias portuguesas pouco tempo depois), este regresso de Bourgeon a uma casa onde foi feliz é bastante conseguido e está até uns bons furos acima do seu trabalho com Lacroix em “O Ciclo de Cyann”.





Se o ciclo inicial se centrava na história de Isabeau, nascida Agnés, mas que todos tratam por Isa, nesta continuação, ambientada na Luisiana, durante a Guerra da Secessão, o protagonismo maior vai para outra Isabeau, neta da primeira, a quem chamam Zabo. O encontro entre Zabo e a sua avó quase centenária dá-se apenas ao fim de mais de 40 páginas de história e é preciso esperar mais uma dezena de páginas, para começarmos a saber, através do relato de Isa, o que se passou com ela a seguir ao final de “Ébano”.

Numa entrevista que deu a propósito da saída em França de “A Menina de Bois-Caiman”, Bourgeon confessa que um dos motivos que o levou a querer voltar a pegar na série, foi não ter tido espaço suficiente em “Ébano” para contar a história como queria, espartilhado pelo limite rígido do álbum de 48 páginas que era a regra na época.

Agora, sem limites de páginas para contar a história, o traço de Bourgeon respira de outra forma, mercê de uma planificação muito menos cerrada, em que, em vez de páginas com mais de vinte quadrados, como chega a acontecer em “Ébano”, temos uma média de 9 quadrados, ou vinhetas, por página, o que valoriza o espectacular desenho de François Bourgeon, cada vez mais apurado.

Autor meticuloso e de grande rigor, que não trabalha com assistentes, ou com recurso ao computador (aqui, tudo é rigorosamente feito à mão, do desenho a lápis, à passagem a tinta e à cor), François Borgeon levou quase 6 anos a concluir as 142 páginas que constituem os dois volumes de “A Menina de Bois-Caiman”. Mesmo sem sabermos ainda como acaba a história, pode dizer-se que o resultado, para já, está à altura do investimento do autor, tanto em termos gráficos, como do argumento, denso e muitíssimo bem documentado que, além de prosseguir as reflexões de Bourgeon sobre a questão da escravatura, junta mais uma figura à sua galeria de personagens femininas inesquecíveis, através de Zabo, a neta de Isa.

Só é pena que uma irritante gralha, logo a abrir, manche uma edição de resto excelente. A citação de Jorge Luís Borges que abre o livro é retirada, não da História Universal da Infância”, livro que Borges nunca escreveu, mas sim da “História Universal da Infâmia”…

(“Os Passageiros do Vento Vol 6: A Menina de Bois-Caiman – Volume 1” de François Bourgeon, Edições Asa, 88 pags, 16,95 €.)


Texto publicado originalmente no Diário As Beiras em 17/10/2009


Página feita por Bourgeon para o último nº da revista (A Suivre)