segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Teratron: "As Cobaias" une a música, o cinema e a BD

Sendo este um espaço sobre BD, é natural que raramente aqui se fale de música, mas “As Cobaias”, o novo disco dos Teratron, projecto musical que reúne João Nobre e Pedro Quaresma, dois ex-elementos do grupo “Da Weasel” justifica que abra uma excepção. É que “As Cobaias” é aquilo a que se pode chamar um projecto multimédia, que para além de um disco conceptual num CD, engloba um livro de BD ilustrado por João Maio Pinto e um filme em 3D que vai ser exibido dia 1 de Fevereiro nas salas de cinema da Zon Lusomundo por todo o país.
A história, escrita por Adolfo Luxúria Canibal, que o disco conta, através da música e da BD, é bastante simples e tem todos os ingredientes do policial negro e dos filmes de série B, num registo ciberpunk, girando em torno da busca de uma misteriosa caixa que provoca desmaios inexplicáveis e que é usada para assaltos a bancos. E é essa narrativa, que não prima pela originalidade, que condiciona a própria atmosfera musical, com a narração de Adolfo Luxúria Canibal e do actor Miguel Guilherme em diálogo com a música dos Teratron.
João Maio Pinto, que não é estranho às ligações entre música e BD, tendo substituído Rui Ricardo como desenhador da série “Superfuzz”, publicada no jornal “Blitz”, contribui decisivamente com as suas excelentes ilustrações, onde é visível a influência de Charles Burns, para a criação da atmosfera pretendida.
E o que começou por ser um projecto musical, ganhou várias derivações visuais, desde uma serigrafia de João Maio Pinto, até um filme em 3D. O projecto vai também chegar aos palcos, estando já previsto um concerto no Rivoli a 5 de Fevereiro, mas antes disso, aqui fica a sugestão para descobrirem “As Cobaias”, seja em CD/livro, na FNAC e (assim espero) brevemente, também na Livraria Dr. Kartoon, seja no filme em 3D, que vai passar nos cinemas esta 3ª-feira, 1 de Fevereiro.
(“Teratron: As Cobaias”, CD/Livro com música dos Teratron e ilustrações de João Maio Pinto, TRK, Distribuição Valentim de Carvalho, 12,99 €)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

BLAKE E MORTIMER: O FIM DA MALDIÇÃO


Precisamente um ano depois do 1º volume, eis que chega às livrarias a 2ª e última parte de “A Maldição dos Trinta Denários”, a mais recente aventura "apócrifa" de Blake e Mortimer, o duo de aventureiros britânicos criados por Edgar P. Jacobs.
A morte de René Steerne, quando tinha desenhado apenas as primeiras 29 páginas do primeiro volume “A Maldição dos Trinta Denários”, provocou um grande atraso na saída do álbum e levou a que se falasse numa espécie de maldição. Além disso, a sua mulher, a também desenhadora Chantal de Spiegeleer, que teve a ingrata (e emocionalmente muito dura) tarefa de terminar de desenhar a história, com resultados que se pressentem esforçados, mas que não são brilhantes, especialmente nas cenas de acção, também levou imenso tempo a acabar de desenhar a história, o que impediu a habitual rotatividade entre os álbuns escritos por Yves Sente e Jean Van-Hamme, com o álbum "O Santuário de Gondwana", da dupla Juillard/Sente, a ser publicado antes de "A Maldição dos trinta Denários", ao contrário do que estava inicialmente previsto.
Daí que se aguardasse com grande expectativa e igual temor, a saída deste segundo volume, anunciado para chegar às livrarias exactamente um ano depois do 1º volume, pois havia o receio que o desenhador escolhido para terminar a história, Antoine Aubin, um ilustrador vindo do cinema de animação e sem grande experiência prévia de BD (tinha apenas publicado uma história de 6 páginas num álbum colectivo) tivesse dificuldades em terminar o trabalho em tão curto espaço de tempo.
A verdade é que o conseguiu e com resultados gráficos bastante convincentes e, quanto a mim, bem superiores aos de René Sterne e da mulher no primeiro volume. Mas, para que tal fosse possível, foi absolutamente decisivo o contributo de Etienne Schréder (o nosso conhecido autor de "O Segredo de Coimbra") que, depois de ter ajudado Chantal De Spiegeleer no desenho dos cenários do 1º volume, passou a tinta os cenários das primeiras vinte e nove e páginas do 2º volume e, face à dificuldade de Aubin em cumprir os prazos, passou a tinta todo o resto do álbum, encarregando-se Aubin apenas do desenho a lápis. Um esforço, desta vez oficialmente reconhecido, pois o seu nome surge com toda a justiça na capa do livro, por baixo do de Antoine Aubin.
Quanto à história, cuja segunda parte se desenrola em grande parte em alto mar, por vontade do desenhador, revela, tal como os outros álbuns de Blake e Mortimer assinados por Van Hamme, uma grande eficácia narrativa, mas pouca chama. A cena final, com um toque fantástico, vem confirmar "O Mistério da Grande Pirâmide" como a principal fonte de inspiração de Van Hamme para esta aventura de Blake e Mortimer, que fica uns bons furos abaixo do seu modelo inspirador.
(“Blake e Mortimer: A Maldição dos Trinta Denários” Tomo 2, de J. Van Hamme, Antoine Aubin e Etienne Schréder, Edições Asa, 56 pags, 14,50 €.)
Versão integral do texto publicado no Diário As Beiras de 18/12/2010

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

8comix dá a descobrir o Portugal de Cyril Pedrosa


Projecto conjunto de oito autores de BD franceses, entre os quais David Chauvel, Gess, Cyril Pedrosa e Jason, o site 8comix está on-line desde finais de Dezembro e permite descobrir, de forma gratuita, os trabalhos em BD dos autores que nele participam, desde histórias ou desenhos inéditos feitos expressamente para a Internet, até à pré-publicação por capítulos de álbuns com saída prevista para os próximos meses. É o caso de Portugal, o mais recente trabalho de Cyril Pedrosa, a lançar em França em Outubro de 2011 pela Dupuis.

Pedrosa, o premiado criador de Les Trois Ombres, que é de origem portuguesa, esteve em Portugal no verão de 2007, a fazer pesquisa para este livro, tendo passado por Lisboa, pela Figueira da Foz, de onde são naturais os seus avós e também por Coimbra, onde tive o prazer de receber a sua visita na Livraria Dr. Kartoon. Aquando da exposição que o Festival da Amadora lhe dedicou em Outubro de 2007, já foi possível ver expostos alguns esboços e croquis do livro que lhe ocupou os últimos 3 anos, mas agora, podemos finalmente ir lendo a história, capítulo a capítulo, no site da 8comix. Agora, resta esperar que alguma editora nacional (provavelmente a Asa) se lembre de publicar o livro em Portugal...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Bernard Prince: Ameaça sobre o Rio


Com poucos meses de atraso sobre a edição original francesa, a Vitamina BD acaba de lançar "Ameaça sobre o Rio", álbum que assinala o regresso de Hermann à série Bernard Prince, trinta e dois anos depois de ter desenhado "Le Port des Fous", o seu último álbum para esta série.
Após Herman ter decidido abandonar as aventuras de Bernard Prince para se dedicar às suas próprias criações, Greg prosseguiu a série com outros desenhadores, Danny e E. Aidans, mas a etapa de Hermann é única e inultrapassável, tanto mais que os argumentos de Greg na fase final da sua carreira, ficam bem longe dos tempos áureos da série.

Daí que este regresso de Hermann a "Bernard Prince", ilustrando em cores directas, uma história escrita pelo seu filho, Yves H. fosse muito aguardado. Para esta nova aventura, cuja acção decorre num país fictício da América Latina, Yves foi buscar os principais elementos que fizeram o sucesso da série: a aventura em cenários exóticos, a fúria da natureza como grande obstáculo (nesta caso, uma chuvada diluviana), o Cormoran, e personagens recorrentes ao longo da série, como El Lobo, personagem que aparece nos álbuns "Tormenta sobre o Coronado" e "O Refúgio da Moreia" e Kurt Bronzen, o mau da fita de "A Fronteira do Inferno" e "Tormenta sobre o Coronado", a quem os anos trataram bastante pior do que a El Lobo que, tal como Bernard Prince e Barney Jordan, pouco envelheceu.

E a questão do passar do tempo é um dos aspectos mais curiosos deste álbum, pois se há uma actualização a nível da tecnologia (todos têm telemóveis e o Cormoran tem computador e GPS)e dos costumes (o topless algo gratuito da filha de Bronzen não teria sido possível nas páginas da revista Tintin, onde os primeiros episódios foram publicados), as únicas personagens em quem é visível o passar do tempo, são Bronzen, que ficou careca, e Djinn, que parece ter mais 4 ou 5 anos do que na fase áurea da série, mesmo que a nível de comportamento se revele muito menos expedito do que nos bons velhos tempos. Mas essa é mesmo a maior falha do argumento de Yves H., que no resto se revela um discípulo aplicado de Greg, com a grande vantagem de contar a seu lado com um Herman ao seu melhor nível, tanto em termos de desenho como na cor.
(“Bernard Prince: Ameaça sobre o Rio”, de Hermann e Yves H., Vitamina BD, 56 pags, 13,50 €)
Versão integral do texto publicado no Diário As Beiras de 18/12/2010

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Centésimo Post!

Deixei passar o 1º aniversário deste blog, que aconteceu em Outubro, mas não quis deixar de assinalar o centésimo post,com um novo cabeçalho, também do Schuiten, mas ainda a precisar de umas afinações.
Em 2010 acabei por não actualizar o blog tanto como desejava, mas as coisas vão melhorar em 2011. Durante o fim de semana vou colocar mais um dos meus textos publlicados no Diário as Beiras (que estão com mais de um mês de atraso em relação à sua publicação em papel) e na próxima semana começo a desvendar a minha lista das melhores BDs lidas em 2010. Além disso, também aqui falarei de algumas exposições, da mostra "Tinta nos Nervos" no Museu Berardo, até à exposição de Moebius na Fundação Cartier, passando pela exposição de José Carlos Fernandes no Centro Belga da BD, que inaugura na próxima semana.
Até breve!

sábado, 8 de janeiro de 2011

Os Livros da Kingpin


Com mais ou menos visitantes, o Festival da Amadora continua a condicionar o calendário da edição de BD em Portugal, especialmente no que se refere às pequenas editoras. E a Kingpin Books, de Mário Freitas, é, sem dúvida a editora que melhor tem sabido aproveitar a dinâmica do Festival para potencializar a carreira comercial das suas edições.

Foi o que sucedeu mais uma vez este ano, com a edição de "Off Road", obra de estreia como autor completo do desenhador americano Sean Gordon Murphy, conhecido pelos seus trabalhos para a DC Comics, com destaque para a colaboração com Grant Morrison em "Joe, the Barbarian", que foi um dos convidados do Festival.
Publicado num agradável formato livro, que acentua as características de novela gráfica da obra, "Off Road".é a história de uma viagem "todo o terreno" em que tudo acaba por correr mal, protagonizada por três amigos e um jipe amarelo. Leve, divertida e bem contada história de camaradagem, que se lê bem, mas se esquece rapidamente, "Off Road" mostra bem o talento narrativo de Murphy, que lhe valeu um prémio da American Library Association. Com um traço estilizado e semi-caricatural em que são visíveis influências do mangá, a arte de Murphy funciona muito bem a preto e branco, sobretudo neste formato mais compacto do que o habitual "comic book".

E este parece ser definitivamente o formato eleito para as novas edições da Kingpin, que reedita neste formato uma edição revista e recolorida da mini-série "Agentes do C.A.O.S.
Série de espionagem, inicialmente publicada em 3 volumes, cuja acção se inicia em Portugal nos inícios dos anos 80, para terminar 13 anos depois, em Lisboa, com uma passagem pela Rússia de Boris Yeltsin, C.A.O.S., melhorou gradualmente de número para número, tanto em termos do desenho, bastante agradável, de Filipe Teixeira, como das cores, ainda assim demasiado planas de Carlos Geraldes.
E mesmo o argumento, sem primar especialmente pela originalidade, vai ganhando em eficácia e fluência narrativa, resultando numa movimentada história de acção que se lê bem, com um ritmo e um aparato nas cenas de tiroteio (dignas de um filme de Hollywood) pouco habituais na BD portuguesa.
Mas a verdade é que "Agentes do C.A.O.S.", ganha outra coerência nesta nova edição, revista e recolorida por Mário Freitas. Mas vai ser preciso esperar pelo novo título da série, que revelou o inspector Franco (um bem conseguido cruzamento "tuga" entre o Dirty Harry e o Comissário Gordon), que está a ser desenhado por Osvaldo Medina, a lançar em 2011, para ver se "C.A.O.S. confirma inteiramente as potencialidades que esta primeira história já deixa antever.
(“Off Road”, de Sean Murphy, Kingpin Books, 128 pags, 17,99 €
“Agentes do C.A.O.S: A Conspiração Ivanov”, de Fernando Dordio, Filipe Teixeira e Mário Freitas, Kingpin Books, 84 pags, 16,99 € )
Versão integral do texto publicado no Diário As Beiras de 27/11/2010

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Exposição de José Carlos Fernandes em Angoulême


Chegou ao fim este dia 2 de Janeiro a exposição dedicada ao autor português que desde 19 de Outubro ocupava o piso 1 do edificio Castro, o antigo Centre National de la Bande Dessinée et de l'Image, actualmente integrado no conjunto museológico da Cité Internationale de la Bande Dessinée. Se a Livraria e a exposição permanente estão no novo edifício do Musée de la Bande Dessinée, na outra margem do rio Charente, inaugurado durante a edição de 2010 do Festival de Angoulême, a Biblioteca e a galeria de exposições temporárias mantém-se no edifício antigo que durante muitos anos acolheu as principais exposições do Festival.

E foi ai que, pela primeira vez, um autor português teve direito a uma exposição individual em Angoulême. Em termos colectivos, houve mais presenças portuguesas, começando logo em 1998, ano em que Portugal foi país convidado, embora dessa vez a exposição tenha sido deslocada para um espaço mais periférico. Também a mostra principal do Festival de Angoulême de 2010, "Cent Pour Cent", contou com a presença dos portugueses Filipe Abranches, Luís Henriques e António Jorge Gonçalves, conforme podem ver aqui, mas integrando um colectivo de autores dos 4 cantos do mundo.
O caso de José Carlos Fernandes é diferente e só foi possível por a série "A Pior Banda do Mundo" estar editada em França pela Cambourakis, com óptimo acolhimento da crítica, tendo o 2º volume sido incluído na lista das 50 melhores BDs publicadas em França, divulgada pela ACBD (a Associação dos Críticos de BD franceses) no seu relatório anual, e resultados comerciais suficientemente interessantes para que a editora tenha lançado o segundo volume por ocasião da inauguração da exposição, tendo José Carlos Fernandes aproveitado a deslocação a França para a inauguração da exposição, para dar algumas sessões de autógrafos em livrarias de Paris. Aliás, 2 meses depois de ter sido editado, o livro encontra-se com facilidade nas livrarias francesas, o que, face à quantidade de novidades que saem todos os meses em França, não é pequena proeza. Além da excelente livraria do Museu da BD de Angoulême(obviamente), encontrei-o facilmente na secção de BD da FNAC do Fórum des Halles e, em maior destaque, na Livraria Super Herós, em Paris.

Mas falemos da exposição, que tive ocasião de visitar numas curtas férias em França, em Dezembro, e que tem por base a exposição "Intuições", organizada pelo CNBDI da Amadora (actualmente o único parceiro internacional credível em termos da BD nacional, face ao apagamento da Bedeteca de Lisboa). Actualizada e rebaptizada "Areias Movediças", a exposição, possível graças aos esforços conjuntos do Instituto Camões, do Museu de Angoulême e do CNBDI da Amadora, centra-se nos trabalhos de JCF publicados (ou a publicar) em álbum deste 1997, excluindo os trabalhos da fase inicial.Embora estivessem previstos entrar na exposição, os trabalhos institucionais incluídos num núcleo sintomaticamente intitulado "Como Pagar as Contas", acabaram por ficar de fora da mostra apresentada em Angoulême, tal como de fora ficaram os textos que José Carlos Fernandes escreveu para acompanhar cada núcleo e que não chegaram a tempo de serem traduzidos... Assim, além de um curto texto introdutório, a única informação era das legendas que acompanhavam cada prancha e que, tirando algum excesso de zelo, como traduzir o nome da editora Tinta da China, estavam correctas.

Com um natural peso maior na série "A Pior Banda do Mundo", a exposição tinha originais de "As Aventuras do Barão Wrangel", "O que está Escrito nas Estrelas", "A Última obra-prima de Aaron Slobodj", Cross Roads", "Pessoas que Usam Bonés com Hélice", "A Agência de Viagens Leming", "Black Box Stories e "Terra Incógnita". Estes 2 últimos títulos, com desenhos de Luís Henriques e Roberto Gomes (que desenhou o 2º volume das "Black Box Stories" que embora esteja pronto, nunca chegou a ser publicado por divergências entre JCF e a Devir).
Uma das razões que me levou a fazer a viagem entre Paris e Angoulême para ver a exposição, foi precisamente o núcleo dedicado a "Cross Roads", em que as imagens de José Carlos Fernandes aparecem associadas a textos meus e do João Ramalho Santos, tal como aconteceu com "A Revolução Interior", um trabalho institucional sobre o 25 de Abril em que o JCF ilustrou um argumento nosso e que estava no tal núcleo que ficou de fora. E confesso que me deu um certo prazer ver o meu nome nas legendas das ilustrações do "Cross Roads"...

Depois de Angoulême, há interesse em levar a exposição de José Carlos Fernandes a Paris,à Residência Maria Helena Vieira da Silva, mas ainda antes disso, JCF vai ter uma exposição dedicada à "Pior Banda do Mundo" no Centro Belga da BD em Bruxelas, que inaugura a 18 de Janeiro.
Se nos lembrarmos que José Carlos Fernandes é também um dos autores representados na mostra colectiva de BD portuguesa que inaugura já no próximo dia 10 de Janeiro, no Museu Colecção Berardo, no Centro Cultural de Belém, não há dúvida que José Carlos Fernandes está em alta. Não deixa é de ser irónico que isso aconteça numa altura em que o criador da Pior Banda do Mundo está praticamente afastado da BD...
E, para terminar deixo-vos algumas imagens do novo Museu da BD de Angoulême e da exposição de José Carlos Fernandes.

Estátua de Corto Maltese na ponte sobre o rio Charente que liga o velho ao novo Museu da BD

o novo Museu da BD de Angoulême

Pormenor da exposição permanente

Vista geral da exposição de José Carlos Fernandes

Originais de "A Pior Banda do Mundo"

Vista geral da mezzanine onde estava a segunda parte da exposição

Originais da "Agência de Viagens Leming"

Originais de Luís Henriques

Originais de Roberto Gomes