quarta-feira, 26 de junho de 2013

Super-Homem regressa aos cinemas com o Homem de Aço


 Depois do fim da trilogia do Cavaleiro das Trevas, dirigida por Cristopher Nolan, chega finalmente a vez do Super-Homem regressar aos cinemas com “Homem de Aço”, filme que chegou às salas de cinema de todo o país esta quinta-feira, quinze dias depois de ter estreado nos Estados Unidos, onde bateu recordes de bilheteira.

Produzido por Nolan, o filme conta com Zack Snyder como realizador. Uma escolha lógica, tendo em conta a larga experiência de Snyder, que realizou “300” e “Watchmen”, na adaptação de BDs ao cinema. Face à necessidade de relançar a franquia do Superman, cuja continuidade o fracasso de “Superman Returns”, de Bryan Singer pôs em causa, ao contrário de “Superman Returns” que era basicamente uma continuação dos dois primeiros filmes do Super-Homem com Christopher Reeve, este “Homem de Aço” parte do zero, adaptando a origem do Super-Homem à América pós 11 de Setembro. A história, imaginada por David Goyer e Christopher Nolan e desenvolvida pelo primeiro, centra-se muito mais na origem kryptoniana do Homem de Aço, do que no seu disfarce como Clark Kent, embora não faltem elementos fundamentais na mitologia da personagem, como Jonathan e Martha Kent e a cidade de Smallville, onde o Superman passou a sua infância e juventude. Curiosamente, não é só no título que o nome Superman não aparece. Mesmo durante o filme, apenas Lois Lane utiliza esse nome uma vez, numa óbvia demonstração da vontade de reinventar a personagem do zero, evidente no próprio uniforme, sem a cueca vermelha tradicional e com ar mais de armadura, o que é explicado pela sua origem kryptoniana.

E, se o público se queixou da falta de acção no Superman de Singer, aqui não tem de que se queixar, pois o “Homem de Aço”, especialmente na segunda parte é um festival de pancadaria e de destruição, com o combate épico entre Kal-el, o nome kryptoniano do Super-Homem, e o General Zod, também vindo de Krypton, a não deixar literalmente pedra sobre pedra em Metropolis.
Se os fãs da BD não deixarão de apreciar as referências ao “Superman: Birthright”, de Mark Wayd, ou ao “All Star Superman”, de Grant Morrison, os fãs dos filmes originais de Christopher Reeve vão certamente achar este Superman demasiado sombrio e violento, um pouco na linha dos filmes do Batman, de Christopher Nolan, que contaram também com David Goyer como argumentista e que mostraram uma versão mais sombria do herói em sintonia com os tempos que vivemos.
Contando com excelentes interpretações, começando por Henry Cavill que se sai muito bem como Superman, o filme é visualmente espectacular, com uma dimensão épica que certamente contribuiu para o seu sucesso. Um sucesso que pode acelerar a expansão do universo DC no cinema e levar ao tão aguardado filme da Liga da Justiça, em que Henry Cavill estará presente como Superman. 

(“Homem de Aço”, de Zack Snyder, com Henry Cavill, Amy Adams, Michael Shannon e Russel Crowe. Warner/Legendary Studios, 2013. Em exibição em Coimbra nos cinemas Zon /Lusomundo Dolce Vita e Fórum Coimbra)
Versão integral do texto publicado no Diário As Beiras de 29/06/2013

domingo, 23 de junho de 2013

Coimbra é Património Cultural da Humanidade



O reconhecimento pela UNESCO da Universidade de Coimbra, incluindo a Alta da cidade e a rua da Sofia, como Património Cultural da Humanidade, tem sido bastante comentada e celebrada na Internet. Enquanto conimbricense, estou contente com a notícia, que é importante em termos da imagem da cidade e facilita o acesso a fundos que permitam recuperar esse património, que no caso da Alta de Coimbra, bem precisa!
Fazendo jus ao nome deste blog, deixo-vos com um punhado de imagens de Coimbra, criadas por autores de BD, começando naturalmente com a ilustração que François Schuiten fez em 2003 para a exposição Coimbra na Banda Desenhada e terminando com uma caricatura de Rafael Bordalo Pinheiro, no Álbum das Glórias, em que representa a Universidade de Coimbra como uma velha decadente. Uma imagem com mais de 100 anos, mas que se mantém actual, pois se a Universidade é motivo de orgulho para a cidade, a sua sombra protectora também tem impedido a cidade de crescer e evoluir.  

João Mascarenhas - O Menino Triste: Os Livros 


Jean Graton  - Michel Vaillant: Rallye em Portugal


Pedro Morais - Coimbra B...D


Fernando Bento - A minha Primeira História de Portugal


Etienne Schréder - Le Secret de Coimbra


Rafael Bordalo Pinheiro - Ábum das Glórias

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Um Punhado de Imagens da Tertúlia BD de Junho



Uma semana depois, aqui está a reportagem fotográfica da última Tertúlia BD de Lisboa. As fotos são da Cristina Costa Amaral, a quem agradeço a simpatia.Ela tirou quase 50 fotos, mas eu vou pôr aqui apenas uma dúzia, que me parecem suficientes para dar uma ideia do ambiente da Tertúlia e de quem esteve presente.

Como é regra, a "Comic Jam" (ou "cadavre exquis" como foi originalmente denominado pelos surrealistas) foi iniciada por mim, com o João Maio Pinto a dar as sombras no manto da morte, pois a canea de ponta fina que me forneceram não dava muito jeito para fazer sombras. Há mais de 10 ou 15 anos que não desenhava, pelo que o resultado não foi trágico como cheguei a temer... Seguiu-se o João Maio Pinto, João Mascarenhas, João Amaral, Álvaro e Pedro Cruz. A presença da morte é resultado do trauma causado pelo penúltimo episódio da terceira temporada da série televisiva Game of Thrones (quem já leu os livros, ou acompanha a série, percebe do que estou a falar...) e, com a excepção do João Mascarenhas, que fez um trocadilho com o rato Mickey (que em Itália é conhecido por Topolino) os outros participantes seguiram o mote.

Mas, como uma imagem vale mais do que mil palavras, deixo-vos então com as imagens da Tertúlia.



















terça-feira, 4 de junho de 2013

Por Um Punhado de Imagens em destaque na Tertúlia BD de Lisboa


Por via deste blog, estarei esta noite na Tertúlia BD de Lisboa, como convidado especial. Organizada pelo incontornável Geraldes Lino, a Tertúlia reúne-se todas as primeiras terças-feiras de cada mês, no restaurante Gina, do Parque Mayer. Mais informações aqui: Apareçam!

sábado, 1 de junho de 2013

IX Festival de BD de Beja recupera a dimensão internacional



Depois de uma edição de “guerrilha”, feita com “orçamento zero”, só possível graças ao grande dinamismo e perseverança de Paulo Monteiro e da sua equipa, em que não houve qualquer verba para convidados estrangeiros, eis que o Festival de BD de Beja recupera a sua dimensão internacional nesta nona edição, que hoje se inicia, com a presença dos autores convidados.
Em relação aos convidados estrangeiros, o destaque maior vai para Jean-Claude Méziéres, o desenhador de Valerian, cujo trabalho influenciou cineastas como George Lucas, ou Luc Besson. Mas também o argentino Jorge Gonzaléz regressa a Portugal, onde apenas foi editado o seu primeiro livro, “Hard Story”. Também o brasileiro Sama estará em Beja, com uma exposição do seu mais recente trabalho e com a 2ª edição, com algum material novo, dos “Cadernos de Sama”.

Quanto aos portugueses, também não faltam exposições interessantes, com destaque para André Lima Araújo, mais um português a dar cartas na Marvel e para André Ferreira e Andreia Rechena. Também o “Baile”, o livro de Nuno Duarte e Joana Afonso que “limpou” os Prémios Profissionais de BD, estará em destaque, tal como os próprios Prémios. Ainda na Casa da Cultura, assinale-se a exposição dedicada à estreia na BD de Pedro Gonçalves e Tó Trips, os Dead Combo.

Embora mantendo o seu núcleo principal na Casa da Cultura de Beja, conta com um total de 21 exposições espalhadas por 9 núcleos (de que a Casa da Cultura é o principal) dispersos pelo centro histórico da cidade, o que mostra que a opção seguida no ano passado de concentrar todas as exposições na Casa da Cultura, foi ditada pela falta de meios.
Assim, espalhados pela cidade, não faltam os pontos de interesse, como a exposição colectiva Sakura e Banzai, que reúne autores portugueses e japoneses, na Biblioteca Municipal; as exposições de José Ruy e João Amaral, no Museu Regional de Beja e a mostra dedicada ao mais recente projecto de Geraldes Lino, “Heróis de Banda Desenhada no Século XXI”.

Mas o Festival não se esgota nesta lista, que não é exaustiva. Há muito mais para ver em Beja, desde mostras mais pequenas, até outras exposições colectivas, como a mostra dedicada aos 90 anos de Stan Lee, passando por aquilo que faz do Festival de Beja um Festival diferente, quando comparado com um Festival como a Amadora, que é a possibilidade de um contacto próximo com os autores, fora das sessões de autógrafos.
Por isso, aqui fica a sugestão para uma visita ao Festival de Beja. Para além das exposições e dos autores, há a simpatia e o calor da organização, que aliada à gastronomia, simbolizam o que de melhor tem o Alentejo.
(IX Festival Internacional de BD de Beja”, Casa da cultura de Beja, de 31 de Maio a 16 de Junho de 2013. Mais informações em https://www.facebook.com/festivalbdbeja)
Versão integral do texto publicado no Diário As Beiras de 1/06/2013