quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Super-Heróis DC 4 - Batman: Cidade das Corujas


O COMBATE FINAL ENTRE BATMAN E A CORTE DAS CORUJAS 

Super-Heróis DC Vol 4

Batman: Cidade das Corujas
Argumento –Scott Snyder
Desenhos – Greg Capullo
Quinta, 25 de Fevereiro
Por + 9,90 €
Depois de, como vimos na primeira parte desta saga, quase ter perdido a vida e a sanidade no Labirinto da Corte das Corujas, é um Batman extremamente debilitado que vai tentar salvar a sua cidade da maior ameaça que conheceu: uma poderosa sociedade secreta que controla na sombra os destinos de Gotham. Uma organização tão antiga como a própria cidade, que impõe a sua lei graças a uma tropa de elite de soldados praticamente invulneráveis e altamente treinados, que nem a morte consegue deter: os Garras.
E o combate entre Batman e os Garra começa logo na Mansão Wayne, onde um Bruce Wayne de robe e pijama tem de combater os Garras. Uma cena que é das mais espectaculares de sempre numa história do Cavaleiro das Trevas, graças à capacidade excepcional que o desenhador Greg Capullo tem de transmitir dinamismo, emoção e movimento, com cada postura das personagens que desenha, e em que vemos finalmente um Batman completamente solto e disposto a vencer a qualquer preço, mesmo que isso implique usar tácticas de combate tão brutais como eficazes.
Embora essa cena mostre que o Batman não precisa do uniforme para agir como um herói, esse herói de mãos nuas, tem o seu contraponto, logo a seguir, no Batman de armadura, que utiliza todos os recursos do seu fato de combate e da própria Batcaverna, para tentar deter o ataque em larga escala da Corte das Corujas. Uma batalha em que Batman vai necessitar do apoio de todos os seus aliados para tentar vencer.
A cena do final do volume anterior, em que Snyder e Capullo recriam o célebre momento que Frank Miller idealizou em Batman Ano Um – quando um morcego parte os vidros da Mansão Wayne, dando a Bruce a inspiração que lhe faltava para se transformar no Batman – acompanhando de seguida o morcego quando ele escapa da Mansão Wayne, apenas para ser caçado e devorado por uma coruja, já deixava perceber como os destinos de Batman e da Corte das Corujas estão intimamente ligados. Mas essa ligação vai ser ainda mais desenvolvida em A Queda da Casa Wayne, a história que complementa este volume, ilustrada pelo brasileiro Rafael Albuquerque e protagonizada por Jarvis, o pai de Alfred e anterior mordomo da família Wayne, em que descobrimos que também os pais de Bruce Wayne tiveram de enfrentar a Corte das Corujas. O que acentua a dimensão familiar desta saga que, como o leitor descobrirá na próxima quinta-feira, traz revelações tão surpreendentes como perturbadoras sobre Bruce Wayne a sua família.
Texto publicado originalmente no jornal Público de 05/02/2016

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Super-Heróis DC 3 - Batman: A Corte das Corujas

Este foi o primeiro editorial que escrevi para esta colecção. Como de costume, podem ler o editorial logo a seguir e o texto de apresentação que fiz para o Público, pode ser lido carregando na respectiva imagem.


O MORCEGO E AS CORUJAS

Ao longo dos mais de setenta e cinco anos que o Cruzado de Capa já leva de aventuras, poucos terão sido os autores a deixarem uma marca tão perene no Batman, como a dupla Scott Snyder e Greg Capullo, os actuais responsáveis criativos da principal revista do Cavaleiro das Trevas, cujo destino asseguram desde 2011, na sequência da remodelação do Universo DC conhecida por Novos 52.
Cinco anos depois dos leitores americanos o terem feito, chega finalmente a vez do público português descobrir como tudo começou, em Corte das Corujas, a primeira história do Batman que Snyder e Capullo assinaram em conjunto, e que está muito justamente considerada como uma das dez melhores histórias do Batman de todos os tempos. Snyder, que durante a sua passagem pela revista Detective Comics já tinha tido oportunidade de escrever Black Mirror – outra história do Batman absolutamente incontornável – volta a não deixar os seus créditos por mãos alheias, assinando uma aventura à altura da importância da ocasião – o relançamento da revista do Batman e de todo o universo DC – que vem enriquecer a mitologia do Cavaleiro das Trevas e a história da sua cidade, Gotham City. E o ponto de partida do escritor é tão simples quanto eficaz: para esta aventura de estreia, em vez de recorrer a qualquer um da vasta galeria de vilões carismáticos do Batman, cria um novo predador à altura do Homem Morcego, inspirando-se na própria natureza.
E. na natureza, o principal predador do morcego é a coruja. Ave de rapina nocturna, de olhar hipnótico, a coruja consegue rodar a sua cabeça até 270° e voar silenciosamente, graças às penas especiais, muito macias e numerosas, que compõem as suas asas. Características que fazem da coruja um dos predadores mais sofisticados da natureza. Considerada igualmente como um símbolo da sabedoria desde a Grécia Antiga, onde era associada à deusa Atena, a imagem da coruja aparece já nas moedas desse período, mantendo-se até aos nossos dias como símbolo de cultura e conhecimento.
São essas características de predador tão mortífero como inteligente, que se associam às corujas, que inspiraram Scott Snyder na criação da história que poderão ler a seguir, em que a própria cidade de Gotham deixa de ser mero cenário, para se assumir como protagonista.
Como refere o autor “Eu gosto das corujas porque, em termos psicológicos, são muito assustadoras – só a maneira como se sentam e olham e estão tão silenciosas é assustadora – é como se se escondessem à vista de todos e achassem que não as conseguimos ver. Quase só pela sua força de vontade, elas tornam-se invisíveis para nós, mesmo quando estão à frente do nosso nariz. De certa maneira, têm alguma coisa de incrível. Alguma coisa que, simbolicamente, podia estar em Gotham há muito tempo. E uma organização secreta, que usa isso como símbolo desde a fundação de Gotham City, pareceu-me apropriado.”
Foi assim que nasceu a Corte das Corujas, uma organização secreta que comanda nas sombras o destino da cidade de Gotham desde a sua fundação, e cuja existência é desconhecida até do próprio Bruce Wayne, embora a história da sua família se cruze com a da organização. Condenado à morte pela Corte das Corujas, Bruce Wayne vai ter de enfrentar a Garra, um assassino altamente treinado, de idade incerta e quase imparável, que revela ser o rosto do vasto exército com que a Corte das Corujas pretende conquistar Gotham.
A contar esta história, ao lado de Scott Snyder, está o desenhador Greg Capullo, conhecido inicialmente pelo seu trabalho com Todd McFarlane na série Spawn, mas que, graças à Corte das Corujas e às histórias que se seguiram, é hoje associado imediatamente ao Batman. Curiosamente, a ligação entre Capullo e o Cavaleiro das Trevas poderia não ter acontecido, pois antes de assinar pela DC, o desenhador tinha também em carteira o convite de outra editora para desenhar a série Vingadores Vs X-Men (já publicada noutra colecção da Levoir), acabando por falar mais alto o seu amor pelo Batman e a vontade de trabalhar com Scott Snyder.
Mas, apesar do resultado final não o deixar transparecer, a colaboração entre os dois criadores teve algumas dificuldades iniciais. Como refere Capullo: “No início, a colaboração não foi simples. Eu estava habituado ao velho método Marvel, em que recebes um argumento sumário, com o mínimo de descrições, constróis a história a partir daí e, no fim, o argumentista escreve os diálogos, mas o Scott mandou-me um argumento de mais de 30 páginas, com tudo descrito ao pormenor e já planificado. Disse-lhe que não conseguia trabalhar assim, e ele respondeu-me que eu não lhe podia dizer como fazer o trabalho dele. Ou seja, no início houve uma certa guerra de egos, mas conversámos e chegámos rapidamente a um acordo. Respeitamo-nos e admiramo-nos mutuamente, e temos um objectivo comum: produzir o melhor livro do Batman possível. Trabalhamos como uma equipa, e as pessoas estão a aderir ao nosso trabalho, o que é óptimo.”
Ao longo da série, as fronteiras entre desenhador e argumentista vão-se diluindo, com Capullo a contribuir directamente para a história, como acontece no capítulo 5, na sequência do labirinto. A ideia de alterar radicalmente o sentido de leitura das páginas, para transmitir de forma mais eficaz ao leitor a sensação de desorientação sentida pelo Batman, foi do desenhador, a que Snyder aderiu prontamente. E essa sequência, tão espectacular como narrativamente inovadora, é apenas um exemplo do trabalho de uma dupla em total sintonia, de tal modo que Capullo não hesita em comparar a sua colaboração com Snyder à de uma das maiores duplas da história da música pop. Nas palavras de Capullo: “O que é excelente é que nós nos estamos a aproximar muito dos Beatles na maneira como eles escreviam canções. O John Lennon escrevia uma parte, o Paul McCartney escrevia outra parte, misturavam as duas coisas e criavam verdadeiro ouro. Ou seja, temos vozes similares mas diferentes, e combinando as nossas vozes, temos criado coisas muito fixes, ou pelo menos, é isso que as pessoas nos dizem”.
Terminada a primeira parte desta história espectacular, restará ao leitor esperar apenas uma semana, para descobrir se o Batman será capaz de impedir o plano da Corte das Corujas de transformar Gotham City na Cidade das Corujas, matando todos os que se lhes opõem.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Super-Heróis DC 2 - Super-Homem: Contra o Mundo

GRANT MORRISON EXPLORA AS ORIGENS DO SUPER-HOMEM 
NO VOL. 2 DA COLECÇÃO SUPER-HERÓIS DC


Super-Heróis DC Vol 2
Super-Homem: Contra o Mundo
Argumento – Grant Morrison
Desenhos – Rags Morales e Andy Kubert
Quinta, 11 de Fevereiro
Por + 9,90 €
Tal como aconteceu com o primeiro volume, dedicado à Liga da Justiça, esta colecção continua a explorar as origens do universo Novos 52, desta vez mostrando os primeiros tempos de actividade do Super-Homem, ainda antes de ele possuir o uniforme que todos conhecemos e encontrar pela primeira vez os outros heróis, com quem vai formar a Liga da Justiça.
Um regresso ao passado, orquestrado por Grant Morrison, que foi originalmente publicado nos EUA em 2011, nos primeiros números da segunda série da revista Action Comics. Um título mítico e que não podia ser mais adequado para contar o início de actividade do Super-Homem, pois foi precisamente nas páginas da revista Action Comics, lançada em Abril de 1938, que surgiu o primeiro de todos os Super-Heróis, o Super-Homem, criado por Jerry Siegel e Joe Shuster, dois rapazes de Cleveland, que sem o saberem, tinham inventado um novo género de Banda Desenhada e dado início à Golden Age, a Era de Ouro das histórias de Super-Heróis. E, tal como a versão inicial de Siegel e Shuster, o Super-Homem de Morrison ainda não é o ser todo-poderoso que conhecemos actualmente, um herói invulnerável e de poderes quase divinos.
Nascido na Escócia, Morrison fez parte da célebre "invasão britânica" dos comics americanos, que levou inúmeros argumentistas da Grã-Bretanha a atravessar o Atlântico e a estabelecer-se nos EUA, onde vieram revolucionar o género. Os seus trabalhos para a Vertigo, tornaram-no conhecido, mas a fama chegaria com a novela gráfica do Batman, Arkham Asylum, ilustrada por Dave McKean.
Desde então, o argumentista tem sido responsável por algumas das mais importantes histórias protagonizadas por Batman, Super-Homem e a Liga da Justiça. Na anterior colecção que o Público e a Levoir dedicaram à DC, os leitores puderam apreciar o seu trabalho com a Liga da Justiça, em Terra 2, e com Batman, em Herança Maldita, mas o seu principal contributo para a mitologia do Homem de Aço, a série All Star Superman, criada em parceria com o ilustrador Frank Quitely, permanece inédita em Portugal.
Por oposição ao todo-poderoso herói de All Star Superman, o Super-Homem do volume que chega aos quiosques nacionais na próxima quinta-feira, é um “novo” Homem de Aço, cuja personalidade é um decalque intencional e modernizado da do herói dos anos 30, alguém que ainda não conhece a extensão dos seus poderes e está a começar a descobrir as suas origens. Como refere Morrison: “embora o jovem Kal El/Clark Kent soubesse desde pequeno que tinha sido encontrado nos destroços de uma nave espacial, não fazia ideia de onde é que essa nave tinha vindo. Tem um cobertor indestrutível que o protegeu em criança, antes dos seus poderes se começarem a desenvolver, mas não faz ideia se veio do espaço, de outra dimensão, ou da Rússia.”
Esse cobertor, que o jovem Super-Homem vai usar como capa, e que o próprio Morrison comparou ao cobertor usado por Linus, o famoso personagem da série Peanuts, como símbolo de segurança, é mesmo o único elemento reconhecível do uniforme do Homem de Aço, que aqui se apresenta vestido de calças de ganga, botas Doc Martens e T-shirt. Uma imagem que alguma crítica americana designou como “Bruce Springsteen’s Superman”, pelo evidente paralelo da imagem de working class hero partilhada pelo Super-Homem de Morrison e pelo famoso cantor e compositor americano.
O grande responsável pela nova imagem do Super-Homem de Morrison é o desenhador Americano Rags Morales, que os leitores portugueses conhecem dos dois volumes de Crise de Identidade, publicado numa colecção anterior. Um contributo reconhecido por Morrison, que refere: “Rags traz o seu talento prodigioso para a criação do ambiente e caracterização das personagens. O aspecto “Bruce Springsteen” surgiu porque queria dar resposta a algumas críticas mais recorrentes em relação ao Super-Homem. Que ele é demasiado poderoso, demasiado simpático e usa as cuecas por cima do uniforme. A ideia era regressar às suas origens como “campeão dos oprimidos”, daí a T-Shirt azul e os jeans. Queríamos contar a história de como este jovem herói de sangue na guelra, adquiriu o seu uniforme alienígena e se transformou no primeiro super-herói do mundo.”
Uma nova visão do Homem de Aço, mas onde não faltam referências à história do herói, como o sargento Casey, presença frequente nas páginas de Action Comics e Superman na Idade do Ouro; George Taylor, editor do Daily Star, o primeiro jornal em que Clark Kent trabalhou; ou a alusão aos três membros fundadores da Legião dos Super-Heróis que o visitavam no passado (os tais “dois homens e uma mulher loura”). Piscadelas de olho aos fãs, que ajudam a definir o “novo” Super-Homem de Morrison. Uma versão renovada do herói, que não esquece a longa história da personagem, nem os criadores que para ela contribuíram.
Texto publicado originalmente no jornal Público de 05/02/2016

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

A Horda do Crepúsculo, ou quando Tex encontra Dylan Dog


Aqui fica o primeiro texto que escrevi para a revista do Clube Tex Portugal, que me deu oportunidade de falar de um grande desenhador, Corrado Roi. Obrigado aos meus amigos José Carlos Francisco e Mário João Marques pelo convite, que me deu oportunidade de escrever sobre um dos meus géneros favoritos, tanto na BD, como no cinema (basta ver o título deste blog...). Para o próximo nº da revista do Clube Tex Portugal, já estou a preparar um artigo, que depois de sair na revista, será aqui reproduzido. Boa leitura!     

A HORDA DO CREPÚSCULO, OU QUANDO TEX ENCONTRA DYLAN DOG

Espaço de liberdade, que possibilita aos mais diversos criadores mostrarem a sua visão pessoal do mais famoso cowboy da Bonelli, os Tex Gigantes, ou Texones, como são conhecidos em Itália, têm dado a descobrir o trabalho de grandes ilustradores, italianos e não só. Autores que neles a oportunidade (e a responsabilidade) de ilustrar uma aventura épica de Tex, com maior liberdade e com outra dimensão (tanto em termos de número de páginas, como de formato).
Um dos últimos volumes da colecção que me levou a descobrir o universo Texiano, foi A Horda do Crepúsculo, o vigésimo nono volume da edição brasileira da Mythos, que passou de forma discreta pelos quiosques portugueses há um par de meses, e que reúne pela primeira vez numa aventura do ranger, Pasquale Ruju e Corrado Roi, dois dos nomes mais importantes associados à série Dylan Dog, outro título emblemático da casa Bonelli.

Nascido em 1962, Pasquale Ruju formou-se em arquitectura, mas preferiu dedicar-se à representação, fazendo teatro, cinema e dobragens para a Rádio e televisão italianas, o que lhe permitiu, anos mais tarde, participar na adaptação radiofónica de Dylan Dog, fazendo mesmo algumas das vozes de uma história que escreveu para a revista do investigador de Craven Road. Em 1994, Ruju entra para a editora Bonelli como argumentista, assinando uma história curta do detective do pesadelo, que seria publicada em 1995. A partir de 1997 começa a escrever regularmente para a revista de Dylan Dog e, em 2004, começa também a escrever histórias de Tex. Nestes quase vinte anos que leva como argumentista da Bonelli, Ruju escreveu também histórias ocasionais para as revistas Nathan Never, Dampyr e Martin Mystere, e assinou os argumentos das mini-séries Demian e Cassidy.
Ao seu lado, Ruju conta com um desenhador com quem colaborou inúmeras vezes nas histórias de Dylan Dog, o veterano Corrado Roi. Nascido em 1958, em Lavello-Mombello, na Itália, Roi estreou-se profissionalmente aos 15 anos, trabalhando como assistente dos desenhadores dos StudiOriga, a agência de Graziano Origa, desenhando histórias para revistas que nem sequer podia comprar, por ainda ser menor... Depois de uma série de trabalhos para pequenas editoras, em 1986 consegue entrar finalmente na editora Bonelli, desenhando histórias de Mister No e Martin Mystere. Logo em Janeiro do ano seguinte, desenha o número 4 da revista Dylan Dog, iniciando assim uma ligação com o detective criado por Tiziano Sclavi, que se mantém há quase três décadas.
Tendo tido ocasião de desenhar a maioria dos heróis da Casa Bonelli, como Brendon, Júlia, Mágico Vento, Dampyr e Nathan Never, a estreia oficial de Corrado Roi como desenhador de Tex, dá-se apenas no livro que motiva este texto. Uma história escrita por medida para o seu estilo, por Pasquale Ruju.

Tal como acontece com outro Texone famoso, O Vale do Terror, ilustrado pelo saudoso Magnus, também neste caso estamos perante uma história mais próxima do fantástico e do terror, do que do Western tradicional, mesmo que muitos dos elementos fantásticos acabem por ter uma explicação racional. Mas a história tem como cenário principal um castelo, construído por um príncipe búlgaro no exílio, e Vladar, o assassino nictalope, que Tex e Kit Carson têm de enfrentar, tem características semelhantes (pelos menos, aparentemente) a um vampiro, o que aproxima mais de outras séries da Bonelli, como Mágico Vento, do que das aventuras clássicas de Tex.
Sendo um dos mais produtivos ilustradores da casa Bonelli, Roi criou um estilo único e rapidamente identificável. Um estilo de desenho sombrio, que sugere mais do que mostra, em que um muito eficaz uso das sombras ajuda à criação de um ambiente fantástico, ou nas palavras inspiradas de Graziano Frediani, um estilo: "feito de efeitos flou, de perspectivas distorcidas, de estilizações sofisticadas, de contrastes expressionistas entre o branco e o negro", que evoca referências da arte como Aubrey Beardsley e Gustav Klimt, e da BD, como Jeff Jones, ou Esteban Maroto.
Mas a verdade é que o estilo sugestivo e sombrio de Roi funciona melhor nos espaços fechados e nos ambientes urbanos de Dylan Dog, do que nos horizontes rasgados das pradarias texianas. Como o próprio desenhador refere: "considero-me um desenhador mais gráfico do que plástico, no sentido em que tenho a tendência a sintetizar, enxugar, usando poucos traços e, sobretudo, o meio-tom. Mas Tex é um personagem que precisa de volume, de formas suaves, esculpidas". Talvez por isso, o duelo final, na escuridão de um subterrâneo, seja a sequência mais conseguida do livro, apesar do desenhador conseguir bastantes páginas de grande beleza e eficácia narrativa ao longo da história.
Além disso, Roi também não altera significativamente a sua planificação das páginas de modo a aproveitar o formato maior dos Texones, tendo desenhado este Texone, provavelmente no mesmo formato em que desenha Dylan Dog. O que me leva a pensar que esta história encaixaria como uma luva no formato mais reduzido com que a Polvo editou o Tex na Patagónia. Neste formato, nota-se mais uma certa falta de pormenor no tratamento dos cenários e o uso excessivo dos grandes planos, mesmo que Roi saiba como pouco transmitir sentimentos através das expressões e do olhar das personagens que desenha.
A história, apesar de um final algo apressado, que precisava de mais páginas para ser devidamente desenvolvido, está muito bem construída, com as personagens femininas a terem uma importância fundamental, como acontece com a cigana Zaira. Mas também há personagens masculinas interessantes, como o Príncipe Florian, e, sobretudo Valdar, que se revela um adversário à altura de Tex e de Kit Carson, e que só a vingança de uma amante traída vai conseguir aniquilar. Sendo um bom exemplo do elevado nível atingido nos Texones, este A Horda do Crepúsculo não está, ainda assim, entre os melhores trabalhos de Corrado Roi. Um ilustrador superlativo que, claramente se sente mais à vontade nas ruas sombrias e enevoadas da Londres de Dylan Dog, do que nos canyons e nas pradarias onde galopam TEX e os seus pards.
Texto originalmente publicado no nº 3 da revista do Clube Tex Portugal, de Dezembro de 2015

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Super-Heróis DC 1 - Liga da Justiça: Origem


LIGA DA JUSTIÇA ABRE NOVA COLECÇÃO 
DEDICADA AOS SUPER-HERÓIS DA DC

Super-Heróis DC Vol 1
Liga da Justiça: Origem
Argumento – Geoff Johns 
Desenhos – Jim Lee e Scott Williams
Quinta, 04 de Fevereiro
Por + 9,90 €

Antecedendo a chegada triunfante ao grande ecrã dos maiores heróis da DC, no filme Batman v Super-Homem: o Despertar da Justiça, o Público e a Levoir lançam na próxima quinta-feira, uma nova colecção de 15 volumes, dedicada aos Super-Heróis da Editora do Batman e do Super-Homem.
Assim, até 12 de Maio, o leitor poderá acompanhar o regresso de velhos conhecidos, como a Liga da Justiça, Super-Homem, Batman, Arqueiro Verde, Mulher-Maravilha, Flash, Lanterna Verde, Legião dos Super-Heróis e Novos Titãs, descobrir grandes sagas clássicas como O Contrato de Judas e Saga das Trevas Eternas e conhecer novos heróis e vilões como o Aquaman e o Esquadrão Suicida.
Mas os motivos de interesse desta nova colecção não se ficam por aqui, pois há ainda espaço para algumas das melhores histórias do Batman das últimas décadas, assinadas pela dupla Scott Snyder e Greg Capullo, para a origem definitiva do Arqueiro Verde, criada por Andy Diggle e Jock, e para a abordagem única de Brian Azzarello e Lee Bermejo ao maior dos inimigos do Super-Homem, Lex Luthor, com o mesmo toque inconfundível que fez da versão deles do Joker (publicada na anterior colecção que o Público e a Levoir dedicaram à DC Comics) um estrondoso sucesso crítico e comercial, que influenciou a versão cinematográfica do Joker no filme de Christopher Nolan.
Outro grande motivo de interesse desta colecção, é a estreia em Portugal, no exacto mês em que se comemoram 45 anos sobre o início da sua publicação original, da mais ambiciosa saga de Jack Kirby: o Quarto Mundo. Uma saga épica de uma escala cósmica claramente à frente do seu tempo, onde nasceu o mais poderoso vilão do Universo DC: Darkseid, o senhor de Apokopolis.
Finalmente, esta colecção assinala a estreia em edição nacional da Linha Novos 52, a mais recente reformulação do Universo DC, que em 2011 modernizou o universo da editora para os leitores do século XXI, através de um recomeço radical, que passou pela renumeração de todos os títulos da editora, incluindo revistas míticas como a Action Comics (onde nasceu o Super-Homem) e a Detective Comics (onde nasceu o Batman) que se mantinham em publicação ininterrupta desde a década de 30.
Se a linha Novos 52 arranca com os heróis já em actividade há cinco anos, a revista da Liga da Justiça, cujos seis primeiros números preenchem o volume inaugural desta colecção, mostra-nos o primeiro encontro entre os futuros membros da Liga da Justiça, então a darem os primeiros passos como combatentes do crime, podendo por isso ser considerada como a pedra angular da linha Novos 52.
Verdadeiro dream team super-heróico, a Liga da Justiça surgiu pela primeira vez em 1960, nas páginas da revista The Brave and the Bold, funcionando como sucessora da Sociedade da Justiça da América, criada nos anos 40 por Gardner Fox e pelo editor Sheldon Mayer, como montra para os super-heróis menos conhecidos da editora. O próprio Fox foi encarregue pelo editor Julius Schwartz de criar esta nova versão da Sociedade da Justiça, que mudou o nome para Liga, aproveitando o sucesso da recém-criada Liga Nacional de Baseball e, que ao contrário da sua antecessora, contava com os principais heróis como o Batman, ou Super-Homem. O sucesso da Liga foi um elemento fundamental no relançar das histórias de super-heróis durante os anos 60, mantendo-se desde então como o principal título da editora.
Nesta nova versão, a Liga conta com as principais figuras do Panteão da DC, como o Batman, Super-Homem, Mulher-Maravilha, Aquaman, Flash e Lanterna Verde, a que se junta o Ciborgue, personagem que nas anteriores versões do Universo DC, era membro dos Novos Titãs, sendo por isso uma escolha menos óbvia.
Para assinar esta história, fundamental na afirmação do universo dos Novos 52, a DC escolheu dois nomes de peso, bem conhecidos dos leitores destas colecções: Geoff Johns e Jim Lee.
Director Criativo da DC, escritor para televisão e proprietário de uma loja de comics, Geoff Johns começou a sua carreira como assistente de Richard Donner, o realizador do primeiro filme do Super-Homem, com Christopher Reeves. Johns é um dos mais populares argumentistas da actualidade, tendo escrito a maioria dos heróis da DC, como bem sabe quem acompanhou a anterior colecção dedicada à DC, onde assinou o argumento dos volumes dedicados ao Flash, Lanterna Verde e Super-Homem e à Legião dos Super-Heróis.
Verdadeira estrela dos comics e um dos directores criativos da DC, Lee estreou-se como desenhador na Marvel em 1987, tornando-se rapidamente num dos mais populares ilustradores da editora. Depois do grande sucesso como desenhador da nova série dos X-Men, Lee, juntamente com outros desenhadores, deixou a Marvel para fundar a Image, publicando as suas histórias através do Estúdio Wildstorm. Quando a DC comprou a Wildstorm em 1998, Lee teve finalmente a oportunidade de desenhar os maiores heróis da DC, como o Super-Homem, Batman e Liga da Justiça. Na anterior coleção da DC, assegurou o desenho dos dois volumes de Pelo Amanhã, uma história do Super-Homem, escrita por Brian Azzarello.
Fica aqui o convite ao leitor para, guiado por Johns e Lee, descobrir o universo dos Novos 52, através da primeira missão da Liga da Justiça, em que os maiores heróis da DC têm de enfrentar a ameaça cósmica de Darkseid.
Texto publicado originalmente no jornal Público de 27/01/2016

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Apresentação da colecção Super-Heróis DC


É já na próxima quinta-feira, 4 de Fevereiro, que começa a nova colecção que o Público e a Levoir dedicam à  DC. Como de costume, aqui vos deixarei no dia de saída de cada livro, o texto que escrevi sobre ele para o jornal Público, excepto quando sou o autor do editorial. Caso em que publicarei aqui o editorial, limitando o texto do Público à imagem do jornal. Mas por agora, aqui fica o destacável de 4 páginas de apresentação da colecção distribuído no último domingo  e redistribuído esta terça-feira.


AINDA ANTES DE CHEGAREM AO CINEMA, 
OS SUPER-HERÓIS DA DC REGRESSAM AO PÚBLICO

Ainda antes de chegarem às salas de cinema, em Março, no filme Batman V Super-Homem: O Despertar da Justiça, que abre caminho ao filme da Liga da Justiça, os principais Super-Heróis da DC, a editora do Super-Homem, do Batman, da Mulher-Maravilha e da Liga da Justiça, regressam aos quiosques nacionais com o Público, já no início de Fevereiro.
Fundada em 1934 como National Allied Publications, a DC Comics, editora responsável pela publicação dos primeiros e mais icónicos Super-Heróis, tem uma história rica de mais de oitenta anos, mas que ao longo das décadas tem sabido adaptar os seus heróis às diversas mudanças que afectaram a sociedade americana e o mundo.
Na anterior colecção dedicada à DC, pudemos ler a Crise Das Terras Infinitas, uma daquelas sagas épicas, envolvendo a grande maioria dos heróis da editora, que ajudou a reformular o universo da DC e resolver algumas incoerências que uma continuidade de algumas décadas necessariamente acarreta, apagando o passado e criando uma nova era, em que surgem novos heróis, alguns heróis ficam pelo caminho e outros vêm a sua história (mais ou menos) alterada.
E é precisamente a mais recente dessas reformulações, a linha Novos 52 - que em 2011 veio transformar o universo DC para o século XXI, relançando a totalidade da sua linha editorial, num total de 52 títulos, incluindo títulos como Action Comics e Detective Comics, que se mantinham em publicação há mais de 70 anos - que está no centro desta colecção. Uma colecção que acompanha as mais recentes fases das aventuras do Batman, do Super-Homem, da Mulher-Maravilha e do Aquaman, que ocupam sensivelmente metade dos volumes. Não por acaso, é precisamente o volume da Liga da Justiça a abrir a colecção, pois a nova fase do grupo que reúne os maiores heróis do Panteão da DC, cuja acção decorre cinco anos antes dos restantes títulos dos Novos 52, mostra precisamente como todos esses heróis se encontraram pela primeira vez no Universo Novos 52 e decidiram juntar-se para combater grandes ameaças.
Outro destaque natural, também da Linha Novos 52, vai para a nova fase do Batman, de Scott Snyder e Greg Capullo, que tem sido um estrondoso sucesso, tanto crítico como comercial. Uma fase espectacular, que podemos acompanhar em três volumes, preenchidos com algumas das melhores histórias do Cavaleiro das Trevas das últimas décadas.
Numa colecção que traz de volta heróis como Lanterna Verde e Flash, recupera clássicos como O Contrato de Judas e Saga das Trevas Eternas e, como veremos mais à frente, assinala ainda a estreia em Portugal de novos heróis, estando também atenta à presença dos heróis da DC no cinema, há um título e um autor que não podem deixar de merecer uma referência muito especial. Refiro-me naturalmente a Jack (King) Kirby e ao seu Quarto Mundo.

Nome maior da história dos comics, responsável, ao lado de Joe Simon e de Stan Lee, pela criação dos maiores heróis da Marvel, do Capitão América, ao Quarteto Fantástico, passando pelo Hulk, Thor e o Surfista Prateado, Kirby, a quem chamavam o Rei dos comics, trocou na década de 70 a Marvel pela DC. Aí, em total liberdade, criou há precisamente 45 anos, que se completam este mês de Fevereiro, uma saga cósmica de uma dimensão épica nunca antes vista e, até agora, raramente igualada, cuja acção se espalhava por quatro títulos diferentes. É dessa saga, que ficou conhecida como O Quarto Mundo, onde nasceram personagens como Darkseid - a encarnação suprema do mal no Universo DC que é o adversário da Liga da Justiça no volume que abre esta colecção e da Legião dos Super-Heróis no volume 10 - que os leitores podem ler uma selecção de histórias, bem demonstrativas do talento visionário e do sopro épico da fase mais criativa da longa carreira do King.

1 – Liga da Justiça: Origem
04 de Fevereiro
Argumento – Geoff Johns 
Desenhos – Jim Lee e Scott Williams
Eles são os maiores super-heróis do planeta, a última linha de defesa da Terra contra as piores ameaças cósmicas. Mas houve um tempo em que Super-Homem, Batman, Mulher-Maravilha Flash, Lanterna Verde, Aquaman e Ciborgue ainda não eram a Liga da Justiça. Poderão eles esquecer as suas diferenças e unir-se para salvar o mundo? Ou irão destruir-se uns aos outros antes?
Geoff Johns e Jim Lee assinam a primeira aventura da Liga no universo dos Novos 52, uma história que relança o universo DC para toda uma nova geração.

2  – Super-Homem: Contra o Mundo
11 de Fevereiro
Argumento – Grant Morrison 
Desenhos – Rags Morales e Andy Kubert
Ele é superpoderoso, imprevisível, determinado... e completamente impossível de controlar. O mundo divide-se entre aqueles que temem o Super-Homem, e os que o vêem como defensor dos oprimidos. Mas, quando uma estranha ameaça vinda do espaço faz com que o mundo precise do herói que perseguiu e tentou matar, estará ele ainda disposto a ajudar?
O maior dos super-heróis é aqui reinventado pelo génio de Grant Morrison e pelo traço de Rags Morales, que criam uma nova origem para o Homem de Aço, catapultando o Super-Homem para uma nova e excitante era.

3  – Batman: Corte das Corujas
18 de Fevereiro
Argumento - Scott Snyder 
Desenhos – Greg Capullo
Uma série de homicídios brutais abalam a cidade de Gotham, e o Batman começa a suspeitar de que estes crimes vão bem mais fundo do que as aparências sugerem. No rasto de uma misteriosa conspiração, que todos pensavam não passar de uma lenda urbana, Batman terá de enfrentar a Corte das Corujas, uma sociedade secreta que governa nas sombras o destino de Gotham, numa batalha que pode pôr em causa a sua própria sanidade.
Com argumento de Scott Snyder e arte de Greg Capullo, Corte das Corujas é a primeira história do Batman no universo DC dos Novos 52 e o início de uma etapa incontornável na história do Cavaleiro das Trevas.

4  – Batman: Cidade das Corujas
25 de Fevereiro
Argumento - Scott Snyder
Desenhos –  Greg Capullo
Durante mais de um século, a Corte das Corujas dominou a cidade Gotham no mais completo segredo, até que o Batman descobriu a sua existência. O Cavaleiro das Trevas sobreviveu a custo à primeira batalha contra o seu inimigo, mas a guerra está longe de terminada. O Batman era apenas o principal obstáculo ao objectivo maior da Corte das Corujas: a própria cidade de Gotham.
Scott Snyder e Greg Capullo, uma das mais célebres duplas de criadores de comics, assinam esta conclusão à saga da luta entre Batman e as forças mais antigas e sombrias da cidade que ele jurou proteger.

5  – Arqueiro Verde: Ano Um
3  de Março
Argumento – Andy Diggle
Desenhos – Jock
A vida do jovem milionário Oliver Queen muda radicalmente quando naufraga numa ilha perdida no Pacífico. Neste cenário hostil, onde as ameaças não são apenas naturais, terá de combater os traficantes que controlam a ilha, armado apenas com um arco improvisado. É então que a luta pela sobrevivência se transforma numa luta pela justiça e o playboy egoísta e irresponsável dá lugar ao Arqueiro Verde.
Andy Diggle e Jock criam a origem definitiva do Arqueiro Verde, numa história emocionante que redefine uma das mais icónicas personagens da DC e influenciou a série televisiva Arrow. 

6  – Aquaman: O Abismo
10 de Março
Argumento –  Geoff Johns
Desenho – Ivan Reis e Joe Prado
Na sua estreia numa colecção de super-heróis do Público, Aquaman é confrontado com uma estranha e terrível ameaça que surge das profundezas oceânicas e ameaça destruir todo o Planeta. Uma ameaça que é também a oportunidade perfeita para o Rei dos Sete Mares provar a um mundo, que o desdenha e o vê como uma piada, que é um dos grandes super-heróis com que a Terra pode contar.
O relançamento do Senhor dos Sete Mares pela mão de Geoff Johns e de Ivan Reis, que ajudou a afirmar uma das mais antigas personagens da DC no firmamento do Universo DC Novos 52.

7  – Antologia Super-Homem/Batman
17 de Março
Argumento - Jeff Lemire
Desenho – Karl Kerschl e Scott Hepburn
O Super-Homem e o Batman são os maiores super-heróis de todos, os Melhores do Mundo, e a dupla mais icónica de sempre. Homem de Aço e Cavaleiro das Trevas uniram-se incontáveis vezes para combater o crime, e neste volume poderemos redescobrir por ordem cronológica algumas das suas maiores aventuras conjuntas.
Contando com histórias de várias épocas e de criadores tão diversos quanto Neal Adams, Brad Meltzer, Greg Pak e Curt Swan, esta antologia inclui também a história em que os dois se juntaram pela primeira vez, contada de duas perspectivas diferentes.

8  – O Quarto Mundo: Genesis e Apocalipse
24 de Março
Argumento e Desenho – Jack Kirby
Após inúmeras batalhas para lá do universo conhecido, o confronto cósmico entre os deuses de Nova Génesis e Apokolips chegou à Terra, onde o temível Darkseid busca a Equação Antivida. O poder do Quarto Mundo é então desencadeado em toda a sua fúria, e apenas heróis como Órion e o Povo Eterno poderão salvar o nosso planeta.
Jack Kirby, foi o criador daquela que é talvez a mais portentosa criação de toda a história dos comics: o Quarto Mundo. Um marco que se tornou num elemento fundamental do Universo DC. Uma saga cósmica, de uma complexidade e uma dimensão épica bem à frente do seu tempo, que esta antologia permite descobrir.

9  – Lex Luthor: Preconceito e Orgulho
31 de Março
Argumento – Brian Azzarello
Desenhos – Lee Bermejo
Um simples humano é o maior inimigo do mais poderoso de todos os super-heróis. O orgulho permitiu-lhe atingir a grandeza, mas o preconceito faz com que a deite constantemente a perder. Porque odeia Lex Luthor tanto assim o Homem de Aço, e o que faz dele simultaneamente o pináculo do potencial humano e o mais torpe dos vilões?
Depois de Joker, Brian Azzarello e Lee Bermejo provam, uma vez mais, que poucos autores compreendem os vilões DC como eles, e que menos ainda são capazes de os retratar de forma tão tragicamente humana.

10  – Legião dos Super-Heróis: Saga das Trevas Eternas 
07 de Abril
Argumento – Paul Levitz
Desenhos – Keith Giffen e Larry Mahlstedt
Despercebidas a meio da paz do séc. XXX, as trevas agitam-se pela vastidão do espaço sideral, anunciando a vinda iminente do seu senhor. Nem o universo, nem os seus maiores defensores, a Legião dos Super-Heróis, estão minimamente preparados para o que aí vem, e nem mesmo a presença do jovem Super-Homem, de visita do séc. XX, os poderá salvar. Porque as Trevas Eternas vêm aí.
Paul Levitz e Keith Giffen são os nomes que deram aos comics de super-heróis, uma das suas maiores sagas de sempre, aqui compilada pela primeira vez para o público português.

11  – Flash/Lanterna Verde: O Audaz e o Destemido  
14 de Abril
Argumento – Mark Waid
Desenhos – Barry Kitson, Tom Peyer e Tom Grindberg
O Super-Homem e o Batman podem ser os Melhores do Mundo, mas o Audaz e o Destemido sempre foram o Flash e o Lanterna Verde. Seja a combaterem invasores alienígenas, a lutarem pela admiração de outros ou a provarem-se perante os seus predecessores, o Corredor Carmesim e o Gladiador Esmeralda mostram aqui porque são duas das mais emblemáticas personagens da DC.
Mark Waid e Barry Kitson são os criadores desta história intemporal, que cobre todas as facetas da riquíssima história do Flash e do Lanterna Verde, e da amizade única que os une.

12  – Batman: O Regresso do Joker 
21 de Abril
Argumento – Scott Snyder
Desenhos – Greg Capullo
Depois de ter perdido literalmente a face, quando o seu rosto é removido cirurgicamente, o Joker desaparece durante mais de um ano. Aqueles que pensavam que o Arlequim do Crime estava escondido num canto, a lamber as feridas, enganaram-se, pois ele aproveitou esse tempo para urdir um complexo plano e agora está de regresso, mais sanguinário que nunca e disposto a destruir o Batman e todos os que lhe são próximos.
Scott Snyder e Greg Capullo prosseguem a sua passagem triunfante pela principal revista do Batman, com uma espectacular história de terror psicológico, que é uma das melhores histórias do Joker de sempre.

13  – Novos Titãs: O Contrato de Judas  
28 de Abril
Argumento –  Marv Wolfman
Desenhos – George Pérez 
Slade Wilson, o Exterminador, o mais mortífero dos mercenários, foi contratado pela C.O.L.M.E.I.A., uma organização secreta criminosa, para eliminar os Novos Titãs. Uma missão difícil de levar a cabo, mas o Exterminador conta com a preciosa ajuda de um traidor infiltrado no grupo de jovens heróis chefiados por Robin, para concretizar o seu mortífero objectivo.
Marv Wolfman e George Pérez têm aqui o ponto mais alto da sua passagem pela revista dos Novos Titãs, nesta saga épica, que se tornou um clássico incontornável da história da DC. 

14  –  Super-Homem/Mulher Maravilha: Par Perfeito
 05 de Maio
Argumento –  Charles Soule
Desenhos – Tonny S. Daniel
O Super-Homem e a Mulher-Maravilha são oficialmente um casal, e o mundo não sabe bem como reagir ao ver juntos os dois mais poderosos seres do planeta. Entre o fascínio exercido pelo “casal perfeito” e o medo de quem acha que, juntos, os dois seriam imparáveis, acaba por se formar uma tempestade perfeita quando se combinam os díspares mundos de ambos.
Charles Soule e Tony Daniel foram incumbidos de retratar a primeira relação romântica “oficial” entre o Super-Homem e a Mulher-Maravilha, e Par Perfeito foi o primeiro capítulo de grande sucesso dessa empreitada.

15  – Esquadrão Suicida: Nós que Vamos Morrer  
12 de Maio
Argumento – John Ostrander
Desenhos – Luke McDonnell, Karl Kesel, Luke McDonnell, Dave Humt e Bob Lewis
Pistoleiro, Encantadora, Beladona, Capitão Bumerangue, Tigre de Bronze. Estes são os vilões que, sob a coordenação do Coronel Rick Flagg Jr., formam o Esquadrão Suicida. Um grupo secreto do Governo Americano, formado por criminosos, recrutados por Amanda Waller em troca da redução das suas penas, para missões suicidas, de cuja existência em caso de fracasso, o governo podia facilmente negar ter conhecimento.
 John Ostrander e Luke McDonnell mostram-nos três missões do Esquadrão Suicida no tempo da Guerra Fria, dando a conhecer ao leitor português o primeiro super-grupo da DC a chegar ao cinema.