GRANT MORRISON DÁ NOVA VIDA À LIGA
NO ARRANQUE DA COLECÇÃO DA LIGA DA JUSTIÇA
Liga da Justiça: Nova ordem Mundial
Argumento – Grant Morrison
Desenhos – Howard Porter
Quinta, 09 de Novembro, Por + 10,90 €
Antecedendo a tão ansiada estreia cinematográfica da Liga da Justiça, o supergrupo que reúne os maiores heróis da DC, é o protagonista de mais uma colecção que o Público e a Levoir dedicam à editora de Batman e de Super-Homem. Uma colecção em 5 volumes que abarca alguns dos momentos mais marcantes da história da Liga da Justiça, com destaque para a fase de Geoff Johns para a Linha Novos 52, que serviu de inspiração directa ao filme de Zack Snyder. Uma fase espectacular, cujo início pudemos acompanhar em anteriores colecções dedicadas ao Universo DC, que prossegue em O Vírus Amazo e tem o seu final épico nos dois volumes da saga A Guerra de Darkseid, que relata o confronto final entre a Liga da Justiça e a forças de Apoklips, chefiadas por Darkseid.
Nesta colecção há ainda espaço para O Prego – Teoria do Caos, uma história escrita e desenhada por Alan Davis que explora uma realidade alternativa em que a nave que transportou o jovem Kal-el de Krypton para a Terra não foi descoberta pelos Kent, que tiveram um furo num pneu e falharam assim o encontro que iria mudar as suas vidas. É nesse mundo sem Super-Homem, que a Liga tem de enfrentar o poder de um Lex Luthor que controla a comunicação social e tem acesso à tecnologia kryptoniana. Um dos melhores títulos da linha Elseworlds, que não podia faltar numa colecção como esta.
A abrir esta colecção temos Nova Ordem Mundial, história que inicia a etapa memorável de Grant Morrison como escritor da Liga da Justiça, na sequência da remodelação do Universo DC provocada pela Crise nas Terras Infinitas. Uma etapa marcada por histórias épicas, com desafios à altura dos poderes dos membros desta nova Liga, que Morrison equipara aos Deuses do Olimpo e que ficou também marcada pela mudança de nome da revista, que de Justice League, se passou a chamar apenas JLA.
O ponto de partida desta nova fase de Grant Morrison, que declarou numa entrevista que: “o que estou a fazer com a Liga da Justiça é regressar ao tipo de histórias que gostava de ler quando era miúdo e tentar fazer uma versão actualizada dessas histórias, capaz de agradar aos miúdos de hoje” é bem evidente neste Nova Ordem Mundial e consiste em colocar a Liga da Justiça a defrontar um tipo de ameaças tão poderosas que mais ninguém seria capaz de enfrentar. É claramente o caso do Hiperclã, um grupo de alienígenas liderado por Protex, com uma ligação muito especial a um dos mais antigos membros da Liga, J’onn J’onzZ, o Caçador Marciano, cujas origens são exploradas nesta história.
Uma história de acção trepidante e com uma dimensão épica, a que os desenhos de Howard Porter apesar do grande dinamismo e espectacularidade das cenas de acção, dão um toque muito característico dos anos 90, que pode parecer algo datado aos leitores do século XXI. O mesmo sucede com o Lanterna Verde e o Flash, que não são os que bem conhecemos. Aqui é Kyle Rayner que substitui Hal Jordan como o principal Lanterna Verde da Terra, tal como Wally West substitui Barry Allen, após a morte deste durante a Crise nas Terras Infinitas. O próprio Super-Homem aparece em duas versões neste primeiro volume: com o cabelo comprido que usava antes de morrer às mãos de Darkseid e como Super-Homem Azul, uma das diferentes formas que assumiu no seu regresso ao Universo DC. Mas se estes aspectos podem parecer datados, já o argumento de Morrison resistiu perfeitamente ao teste do tempo, como só os clássicos conseguem.
Publicado originalmente no jornal Público em 04/11/2017
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