sábado, 2 de janeiro de 2010

As 10 melhores BDs que li em 2009 - Parte I


É mais ou menos tradição, nesta altura do ano, fazer listagens relativas ao ano que passou. Neste caso, a minha lista corresponde, não às melhores BDs publicadas em 2009, mas assim àquelas que eu li este ano, independentemente da sua data de publicação original

1 - El Eternauta (Oesterheld e Solano Lopez)
Mais de 50 anos após a sua publicação inicial, esta história de uma invasão extra-terreste a Buenos Aires continua a ser uma obra fortíssima e, a par com Mort Cinder, o melhor trabalho de Oesterheld. Violenta, dramática e poética, esta primeira versão de Eternauta é a definitiva. Oesterheld voltaria ao tema,anos mais tarde, numa nova versão desenhada por Breccia e numa continuação, mais politizada, novamente com Solano Lopez, mas mesmo que estas duas versões sejam graficamente superiores ao original, não têm a força da primeira aventura de Juan Salvo, o Eternauta.



2 -Blast 1 e La ligne de Front (Manu Larcenet)
Quem já leu Le Combat Ordinaire (ou Ordinary Victories, na edição americana da NBM), não tem grandes dúvidas de que Larcenet é um excelente autor, mas quem analisar maia fundo a sua obra descobrirá que Larcenet é também muitíssimo versátil. Dos vários livros dele que descobri (em muitos casos, com atraso) em 2009, aqui ficam os dois que mais me impressionaram. Blast, é seu mais recente trabalho, uma história inquietante e perturbadora, que prende o leitor ao relato de Polza Mancini, que vamos conhecendo ao mesmo tempo que os polícias que o estão a interrogar. Já La Ligne de Front, álbum publicado originalmente em 2004, está mais próximo do humor delirante dos trabalhos que Larcenet fez para a revista Fluide Glacial. Integrado na série Une Aventure Rocambolesque... que pega em personagens históricas conhecidas e as coloca em histórias e cenários improváveis, La Ligne de Front tem como protagonista o pintor Van Gogh, mandado para a Linha da Frente para pintar a guerra. O resultado é simultaneamente divertido e comovente.

3 – Scalped (Jason Aaron e R. M. Guera)
A melhor série em publicação da Vertigo e um dos melhores policiais que já li em BD. Já analisado em pormenor neste blog, uns posts atrás.


4 - Dans Mes Yeux (Bastien Vivés)

Uma vulgar história de amor, contada de forma inesperada (inteiramente em câmara subjectiva, com o leitor a ver exactamente o mesmo que o protagonista), Dans mes Yeux foi uma muito agradável surpresa, que vem confirmar Vivés como um talento ascendente. É certo que este recurso narrativo não é novo (do cinema à BD, não faltam os exemplos), mas não me lembro de ninguém o ter usado de forma tão radical e com tanta mestria, como Bastien Vivés.

5 - Pluto (Naoki Urasawa)
Depois de Monster e de 20th Century Boys, duas séries notáveis pela forma como prendem o leitor, Urasawa consegue superar-se uma vez mais! Partindo de uma das mais conhecidas aventuras de Astroboy,The Greatest Robots on Earth, Urasawa, faz muito mais do que homenagear Osamu Tezuka, o criador de Astroboy. Cria mais uma história de suspense absolutamente viciante, protagonizada por robots profundamente humanos.

Continua...

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