quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Liga da Justiça 5 - A Guerra de Darkseid 2

O FIM DE UMA ERA 

Liga da Justiça: A Guerra de Darkseid Vol. 2
Argumento – Geoff Johns
Desenhos – Jason Fabok, Francis Manapul e Ivan Reis
Quinta, 07 de Dezembro, Por + 10,90 €
Com a publicação da segunda e última parte de A Guerra de Darkseid, chega ao fim a colecção que o Público e a Levoir dedicaram à Liga da Justiça, por ocasião da estreia dos maiores heróis da DC no cinema. Uma colecção que, com a excepção de clássicos como Nova Ordem Mundial e O Prego: Teoria do Caos se centrou no trabalho incontornável de Geoff Johns com a Liga. Um trabalho que leva o conceito de épico a níveis poucas vezes vistos e que os leitores portugueses tiveram o privilégio de poder acompanhar na íntegra, através das diversas colecções dedicadas aos heróis da DC que foram saindo nos últimos quatro anos.
O primeiro volume de A Guerra de Darkseid tinha terminado com alguns dos membros da Liga da Justiça transformados em Deuses. Assim, Batman, que conquistou a Metron a cadeira de Mobius, tornou-se o Deus do Conhecimento; o Super-Homem, o Deus da Força; o Flash, O Deus da Morte; o Shazam, o Deus dos Deuses; o Lanterna Verde, o Deus da Luz; e Lex Luthor, o Deus de Apokolips. Mas, se o poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente e o novo estatuto de divindade vai transformar profundamente os maiores heróis da DC, fazendo-os perder a sua dimensão humana. Para os fazer reencontrar a humanidade perdida e combater os planos de Graal, a filha de Darkseid que, depois de matar o pai, tomou posse da sua mais poderosa arma, a equação antivida, os restantes membros da Liga, a que se juntou Barda, a mulher de Scott Free, o Sr. Milagre, vão precisar de aliados. Mesmo que sejam aliados improváveis como os membros do Sindicato do Crime, Ultra-Homem, Supermulher e Coruja, Reflexos distorcidos dos maiores heróis do mundo, vindos de um mundo paralelo destruído pelo Antimonitor, os membros do Sindicato do Crime combateram a Liga da Justiça em histórias como Terra Dois, de Grant Morrison e Frank Quitely, o clássico que inaugurou a primeira colecção que o Público e a Levoir dedicaram à DC, em 2013.
Uma das características das histórias de super-heróis passa pelo eterno recomeço das histórias e dos confrontos, em que nada é definitivo, muito menos a morte, fazendo jus à velha máxima do Príncipe de Falconeri no livro O Leopardo, de Giuseppe Tomasi di Lampedusa (que muitos conhecem graças ao fabuloso filme de Visconti), que diz que “é preciso que algo mude para que tudo fique na mesma”.  Mas, no caso desta história, as mudanças, mesmo que temporárias vão afectar profundamente o Universo DC, pondo fim à era dos Novos 52, que tem estado em destaque nestas colecções, para dar lugar à mais recente versão do Universo DC, a DC Rebirth.
Mas ao abrir as portas do futuro do universo DC, de que é um dos principais arquitectos, Geoff Johns não esquece o seu passado e os grandes autores que contribuíram para ele, como Grant Morrison e, sobretudo, o “Rei”Jack Kirby. O universo que o King criou na Saga do Quarto Mundo (de que pudemos ter um vislumbre numa anterior colecção), com o eterno conflito entre Nova Génese e Apokolips, onde nasceram personagem incontornáveis como Orion, Metron, o Sr. Milagre e Barda, Steppenwolf, Desaad, Kalibak e a encarnação suprema do mal que é Darkseid, estão na génese desta Guerra de Darkseid e de todo o (inesquecível) percurso de Johns como escritor da Liga da Justiça.
 Publicado originalmente no jornal Público de 02/12/2017

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