Este ano com um enorme atraso, motivado por diversos afazeres, cá está finalmente a minha listagem das melhores Bandas Desenhadas que li pela primeira vez em 2017. Tal como no ano passado, há escritores que podiam estar presentes com mais do que um título, como é o caso de Brian Wood, Zidrou e Tom King. Do mesmo modo, há títulos que poderiam estar aqui pela parte gráfica, mas cujo argumento não está à altura da excelência do trabalho dos desenhadores. É o caso de Corrado Roi em UT e de Gigi Cavenago em Mater Dolorosa, curiosamente duas edições da Bonelli. Mas deixo-vos com a primeira parte da lista, organizada por ordem alfabética, ficando a segunda parte prometida para a próxima semana.
1 - Batman: The War of Jokes and Riddles, Tom King e Mikel Janin, DC
No caso do Batman de Tom King, a dificuldade estava na escolha da história, ou do arco de história, pois King tem conseguido fazer esquecer Scott Snyder, assinando algumas das melhores histórias do batman de sempre.. Neste caso, optei por este The War of Jokes and Riddles graças ao trabalho gráfico superlativo de Mikel Janin. O desenhador basco, além da qualidade do seu traço tem um sentido de composição notável, criando páginas belíssimas, que lembra o melhor de Gianni de Luca.
2 - Comer/Beber, de Filipe Melo e Juan Cavia, Tinta da China
Mesmo que não seja grande fã do formato escolhido para esta edição e de achar que a primeira história necessitava de "respirar" um pouco mais, não há dúvidas sobre a qualidade deste trabalho que confirma uma dupla criativa em total sintonia. Se quiserem saber mais sobre este livro, cuja segunda história já foi adaptada ao cinema, podem ler aqui
3 - Comissario Spada, de Gianluigi Conano e Gianni de Luca, Oscar/Mondadori
Publicadas originalmente entre 1970 e 1982 no semanário católico Il Giornalino, as aventuras do comissário milanês Eugenio Spada foram finalmente recolhidas num único volume, que permite apreciar a evolução da série dos seus criadores, que acompanham os grandes acontecimentos da sociedade italiana da época, marcada pela guerra contra a Máfia e pelo terrorismo das Brigadas Vermelhas.Visualmente, a evolução de De Luca é espantosa e a forma como ele joga com a página em termos de planificação mantém-se ainda hoje dificilmente alcançável, mesmo que Mikel Janin se tente aproximar.
4 - Cuadernos Japoneses, Igort, Salamandra Graphic
Diário de viagem, BD autobiográfica e reflexão sobre a sociedade e a arte japonesa, este livro do italiano Igort, é isso tudo e muito mais.Relato das suas diversas estadias no Japão, na época em que trabalhou para o mercado japonês, Cuadernos Japoneses é uma viagem fascinante ao país do sol Nascente e à industria do manga, bem demonstrativo da versatilidade do traço de Igort que utiliza diferentes registos gráficos ao longo da história.
5 - El Libro de los Insectos Humanos, Osamu Tezuka, Astiberri
Uma fascinante viagem pela mente de uma "mulher fatal" pelo Deus da BD japonesa, Osamu Tezuka. Publicado originalmente entre 1970 e 1971 este livro demonstra toda a espantosa modernidade do trabalho de Tezuka, bem visível na ambiguidade da história e na forma como consegue transmitir graficamente a perturbação psicológica das personagens.
CONTINUA...
quarta-feira, 4 de abril de 2018
As 10 Melhores BDs que li em 2017 - Parte 1
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