DEDICADA À MULHER-MARAVILHA
Mulher-Maravilha – Vol 4
Deuses de Gotham
Argumento – Phil Jimenez e J. M. De Matteis
Desenhos – Phil Jimenez e Andy Lanning
Quinta, 22 de Junho, Por + 11,90 €
Depois de, no volume anterior, o leitor ter tido oportunidade de descobrir a Mulher-Maravilha de George Pérez, o destaque do volume final desta colecção vai para o seu mais inspirado discípulo, Phil Jimenez, que escreveu e desenhou a revista da Mulher-Maravilha durante três anos.
Deuses de Gotham, a história principal do volume que chega às bancas na próxima quinta-feira, marca o início da passagem marcante de Jimenez pela série mensal da Mulher-Maravilha, em que, tal como Pérez tinha feito em Deuses e Homens, explora a ligação entre os Deuses da mitologia clássica e os heróis do panteão da DC, com a cidade de Gotham, que o Batman jurou proteger, a ser alvo do ataque dos filhos de Ares o deus da guerra, Deimos, Éris e Fobos, deuses da discórdia, do medo e do terror, que combinam as suas essências com as do Joker, do Espantalho e da Hera Venenosa, ao mesmo tempo que manipulam outro vilão do universo do Batman, Maxie Zeus, que se julga descendente dos Deuses gregos.
E quando os deuses também conseguem possuir o Batman, a Princesa Amazona descobre que mesmo a ajuda de outros protectores de Gotham, como a Caçadora, o Asa Nocturna e o Robin, bem como de outras amazonas, como Artemisa, Tróia (a seu própria protegida, Donna Troy) e Cassie Sandsmark, a terceira Wonder Girl, podem não ser suficientes para acabar com o reinado maligno dos deuses do submundo.
Se este encontro entre a Princesa Amazona e o Cavaleiro das Trevas permitiu dar a descobrir a Mulher-Maravilha aos leitores de Batman, a verdade é que os editores da DC tiveram algum receio de entregar o seu personagem mais popular a um jovem autor como Jimenez, impondo a presença do veterano J. M. De Matteis no argumento. Mas deixemos que seja o próprio Jimenez a explicar como tudo se passou: “O que aconteceu foi que eu queria usar Batman e sua família, e na época havia pessoas responsáveis na DC que, apesar de algumas coisas que eu escrevi terem sido bastante bem-sucedidas, não sentiram que eu poderia lidar com os personagens de Batman por conta própria, então acabei por ter um co-argumentista. Além disso, o material em si era sobre fé e religião, e eles queriam alguém, como J. M. De Matteis, que pudesse lidar com esse material.
Na verdade, acho que a melhor coisa que ele fez, o meu momento favorito durante esse arco de histórias, foi o diálogo entre a Caçadora e Artemisa sobre a fé em Deus. Isso foi óptimo. Foi uma experiência de trabalho estranha, apenas porque os primeiros dois números foram definitivamente um período de ajustamento, e eu tinha prazos muito, muito apertados.”
Apesar destes constrangimentos, Jimenez cria uma história de acção com um fôlego épico, que tem a correspondência visual adequada no seu traço detalhado, muito bem servido pela arte-final de Andy Lanning.
A terminar o livro, temos o momento de calma após a tempestade, numa história intimista em que Lois Lane entrevista Diana, dando a conhecer a mulher por trás da heroína e guerreira.
Publicado originalmente no jornal Público de 17/06/2017
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