sexta-feira, 13 de julho de 2012

Colecção Heróis Marvel IV: Crítica ao 2º Volume

X-Men: Filhos do Átomo
Heróis Marvel (Volume 2)
Nas Bancas a partir de 12 de Julho

Este volume recolhe os seis números da mini-série X-Men: Filhos do Átomo, escrita por Joe Casey, com desenhos de Steve Rude, Michael Ryan, Paul Smith e Esad Ribic e arte-final de Andrew Pepoy e cores de Paul Mounts. Inclui também as histórias X-Men, narrativa fundadora escrita por Stan Lee e desenhada por Jack Kirby e ainda Um Homem Chamado…X e Chamem-lhe Ciclope, duas histórias de Roy Thomas, desenhadas por Werner Roth, com arte-final de John Veerpoorten.

Quando Stan Lee e Jack Kirby criaram os X-Men, em 1963, a história começa numa altura em que os alunos de Charles Xavier já faziam parte do grupo e da sua surpreendente escola. Mas como se conheceram e se reuniram? O que levou o Professor Xavier a criar os X-Men? São essas perguntas a que Joe Casey, prolífico argumentista americano, profundo conhecedor do universo mutante, pelo seu trabalho nas séries Cable e X-Men, responde de forma inteligente, desenvolvendo a origem dos X-Men, para os leitores do século XXI, na mini-série X-Men: Filhos do Átomo. Uma história que mostra como o Professor X recrutou os membros originais dos X-Men e os treinou para se protegerem e protegerem o mundo.
A revisitação da origem dos heróis através de uma narrativa muito menos comprimida do que a da versão original é algo a que os comics de super-heróis já nos habituaram, na sequência do sucesso do Batman: Ano Um de Frank Miller e David Mazzucchelli. Mas é a outro trabalho de Miller, o seminal Batman: The Dark Knight Returns, que Casey vai buscar inspiração para o uso da comunicação social (os extractos de noticiários e programas de televisão) como coro grego que comenta a acção e ajuda o leitor a entrar no ambiente da época, com grande humor e maior eficácia narrativa. Em termos gráficos, coube ao veterano Steve Rude, desenhador de grande elegância, conhecido sobretudo pela série de ficção científica Nexus, que criou com Mike Baron, conciliar a leveza natural do seu traço com o dinamismo e a corporalidade da arte de Jack Kirby, o criador gráfico dos X-Men originais, que Rude homenageia. Face à dificuldade de Rude em cumprir os apertados prazos, o desenhador acabou substituído por Michael Ryan, Paul Smith e Esad Ribic, (este último, ainda longe do trabalho em cor directa que o tornou famoso), cabendo à arte-final de Andrew Pepoy harmonizar os diferentes traços numa história graficamente coerente.
Texto originalmente publicado no jornal Público de 06/07/2012

Sem comentários: