terça-feira, 17 de janeiro de 2012

As 10 Melhores BDs que li em 2011 - Parte II


6 - Parker: The Outfit, de Darwyn Cooke e Richard Stark, IDW

Segunda adaptação feita por Darwyn Cooke dos romances de Richard Stark (pseudónimo usado por Donald Westlake quando escrevia policiais) com o personagem Parker, The Outfit mostra um Cooke cada vez mais à vontade com o universo de Stark e sem qualquer receio de fazer experiências. Vejam-se as sequências do livro 3, apresentadas como um artigo numa revista, ou como um desenho animado da UPA, bem demonstrativas do talento narrativo de Cooke. Graficamente, mantêm-se a estilização e a elegância a que Darwyn Cooke nos habituou, com um trabalho bitonal que assenta como uma luva ao tom "retro" da história, passada nos anos 50.


7 - Polina, de Bastien Vivès, Casterman

Depois do magnífico Dans Mes Yeux, Bastien Vivés assina outro grande livro com Polina, a história da relação de uma jovem bailarina com o seu mestre, contada com um traço a preto e branco de extraordinária leveza, que parece flutuar na página, graças a um inteligente uso dos fundos cinzentos.Tão novo como talentoso, Vivès afirma-se cada vez mais como a grande revelação da BD franco-belga dos últimos anos.


8 - Portugal, de Cyril Pedrosa, Dupuis

Ficção autobiográfica sobre um autor que descobre as suas origens, Portugal tem conquistado a unanimidade da crítica e dos leitores franceses. O último trabalho de Cyril Pedrosa, autor francês de ascendência portuguesa, é uma belíssima viagem (a portugal, mas também interior) de quase 300 páginas, que se lêem de um fôlego. Integrando de forma harmoniosa os croquis do seu caderno de viagem, no meio das páginas de BD, Pedrosa constrói um belo livro, cheio de sensibildade e humor, mas que, infelizmente, dificilmente teremos oportunidade de ler em português...


9 - Stargazing Dog, de Takashi Murakami, Nbm

Esta bela capa transmite uma imagem de felicidade enganadora, pois esconde a história mais triste que li nos últimos anos. Os japoneses têm tradição nas histórias de fazer chorar as pedras da calçada (basta pensar num filme como Grave of the Fireflies, de Isao Takahata) e este Stargazing Dog é um bom exemplo. Uma história tão bela quanto triste, que Murakami conta de uma forma rigorosa, conseguindo (quase sempre) evitar cair na lamechice.


10 - Tex: Na Trilha do Oregon, de Manfredi e Gomez, Mythos Editora

Mais do que uma agradável surpresa, este Na Trilha do Oregon é, provavelmente o melhor "Texone" que já li. Para além de uma história interessante, muito bem construída por Gianfranco Manfredi que dá às personagens femininas um destaque pouco habitual numa história de Tex, há o desenho espectacular de Carlos Gomez. Verdadeira estrela em Itália, graças à série Dago, mas praticamente desconhecido no resto da Europa, este argentino é um desenhador de mão cheia, com um traço tão dinâmico como pormenorizado e que dá aos rostos uma grande expressividade que faz lembrar Buzzelli, embora o traço de Gomez seja mais elegante.

2 comentários:

Nuno Amado disse...

Parker é MUITO BOM!
:D

Abraço

JML disse...

Quanto a isso, não há dúvidas! Estou em pulgas para ler o terceiro livro!

Abraço