80 Anos de Batman Vol 6
Batman: Ícaro
Argumento – Francis Manapul e Brian Bucellato
Desenhos – Francis Manapul
Quinta, 28 de Março
Por + 11,90 €
Depois de Gothópia no volume 4, a revista Detective Comics da era Novos 52 volta a estar em destaque na colecção 80 Anos de Batman, com a publicação no próximo dia 28 de Ícaro, o primeiro arco de histórias da dupla Francis Manapul/Brian Bucellato na mais antiga revista do Cavaleiro das Trevas.
Publicado originalmente em 2011, nos números 30 a 34 da revista Detective Comics, Ícaro volta a reunir o desenhador Francis Manapul e o colorista Brian Bucellato depois da sua passagem pela revista do Flash onde colaboraram pela primeira vez na escrita das histórias que Manapul desenhava e Bucellato coloria. De origem filipina e a residir em Toronto, no Canadá, Manapul não é propriamente um desconhecido do público português, pois em 2016 foi um dos convidados de honra da Comic Con Portugal, mas só agora vê o seu trabalho finalmente publicado no nosso país, com uma história de detectives perfeitamente adequada a uma revista que tem o termo “Detective” no seu nome.
Desta vez o Batman tem de usar os seus atributos detectivescos para investigar um caso que envolve uma nova, letal e misteriosa droga que está a devastar as ruas de Gotham. Uma droga chamada Ícaro que, tal como o personagem mitológico que lhe dá nome, que morreu por se aproximar demasiado do Sol, tem o desagradável efeito secundário de provocar a combustão espontânea de quem a consome. Mas essa droga não é o único desafio que o Batman tem de enfrentar, pois entre os seus opositores nesta história, estão vários políticos corruptos, grupos criminosos rivais e… uma lula gigante. Mas grande confronto desta história acaba por ser entre dois detectives: o Batman e o Tenente Harvey Bullock que, com o Comissário Gordon na prisão - na sequência dos eventos da série Batman: Eternal, que envolveu todas as personagens do universo da série Batman – assume aqui um protagonismo pouco habitual, sendo a sua interacção com o Batman um dos pontos altos da história.
Em termos gráficos, o trabalho de Francis Manapul revela-se um dos mais originais e brilhantes da actualidade, tanto em termos de planificação e composição, como de ilustração, com destaque para articulação entre o desenho de Manapul e as cores espectaculares e inesperadas de Bucellato. Mas o aspecto em que esta dupla se revela mais forte, é precisamente na planificação, em que, alternando as duplas páginas, ou imagens de página inteira, com outras páginas que metem em diálogo quadrados horizontais e verticais e imagens de grandes dimensões, que a divisão em quadrados transforma em planos-sequência - como acontece, por exemplo, na sequência no caís da página 53, ou com a dupla página em que Harvey Bullock trata dos seus gatos, nas páginas 58 e 59 - os autores conseguem criar imagens de grande impacto visual, mas que contribuem decisivamente para o fluir harmonioso da narrativa, que é o mais importante na Banda Desenhada, em que as imagens devem estar ao serviço da história que o autor quer contar.
Publicado originalmente no jornal Público de 23/03/2019
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