terça-feira, 5 de março de 2019

Batman 80 Anos 2 - Peso Pesado

COMISSÁRIO GORDON É O NOVO BATMAN 

80 Anos de Batman Vol 2
Batman: Peso Pesado
Argumento – Scott Snyder 
Desenhos – Greg Capullo e Dany Miki
Quinta, 28 de Fevereiro
Por + 11,90 €
Depois do confronto épico com a Liga da Justiça e com o Joker, numa história que aprofunda a mitologia do personagem e lhe dá uma dimensão quase imortal, o percurso de Scott Snyder e Greg Capullo prossegue com Peso Pesado. Uma história mais leve do que a anterior, em que o Comissário Gordon se transforma num novo Batman, um Batman com uma armadura cibernética e com um camião TIR a substituir o Batmóvel. O volume anterior terminava com a desaparição e aparente morte do Cavaleiro das Trevas, soterrado, junto com o Joker, debaixo de toneladas de destroços, na sequência de uma batalha que obrigou o Batman a juntar aliados e inimigos numa frente comum contra a população enlouquecida pelo vírus do Joker.

Como o próprio título sugere, Jogo Final esteve para ser o derradeiro capítulo do Batman de Scott Snyder e foi planeado como tal, pois essa era a história que o escritor queria contar. Uma história iniciada com a saga de A Corte das Corujas, história publicada na colecção da DC que o Público e a Levoir publicaram em 2016 e que conclui com o derradeiro confronto entre o Batman e o seu maior inimigo. Mas entretanto, teve a ideia para o que viria a ser Peso Pesado. Como refere o próprio Snyder: “ Peso Pesado é uma história autónoma. É uma investigação profunda sobre o Batman como símbolo da justiça, quer ele esteja dentro da lei, ou fora e da lei e também é uma história profunda sobre Bruce Wayne. Se for bem aceite pelas fãs permitir-nos-á seguir um novo caminho no final.”
Claro que esta história em que o ex-comissário da polícia patrulha as ruas de Gotham City, slotmachines e fazer uma história da Hera Venenosa, ou uma história em duas partes do Clayface, prefere uma jogada de risco.” A razão é simples: “as personagens merecem uma aposta de risco e os fãs também. E também é isso que nos interessa como equipa, arriscar tudo numa história que nos interesse contar.”
envergando uma nova e poderosa armadura robotizada, tinha tudo para agradar aos fãs do Cavaleiro das Trevas, até porque introduz um novo e carismático vilão, o misterioso Sr. Bloom, que o novo Batman se mostra incapaz de derrotar, pelo menos neste volume. Mais uma vez, a aposta de Snyder deu certo, o que leva o escritor a dizer: “Por vezes, sinto-me como um viciado no jogo. Alguém que vai ao casino, aposta tudo e ganha, volta a apostar tudo e volta a ganhar e a seguir, em vez de gastar umas moedas nas slot machines e fazer uma história da Hera Venenosa, ou uma história em duas partes do Clayface, prefere uma jogada de risco.” A razão é simples: “as personagens merecem uma aposta de risco e os fãs também. E também é isso que nos interessa como equipa, arriscar tudo numa história que nos interesse contar.”

Para a equipa artística, o desenhador Greg Capullo, o arte-finalista Dany Miki e a colorista Flo Pasciencia, este novo desafio também foi bem-vindo, depois do desgaste que foi Jogo Final, uma história que testou os limites da capacidade do desenhador, algo de que Snyder só se apercebeu a posteriori, como confessa numa entrevista: “descobri que há coisas em que o desenhador vai passar muito tempo e que eu pensava que eram fáceis de desenhar e depois apercebo-me que é óbvio que não eram fáceis. Vejam as páginas com diálogos, em que por não haver acção, me parece que vão ser fáceis desenhar, mas que se revelam incrivelmente trabalhosas para o artista. É verdadeiramente fascinante porque, em conversa com o Greg Capullo, aprendi que o que me parece fácil, ou difícil não corresponde à realidade. O importante é perceber aquilo que o artista com quem trabalhas quer, o que é que ele gosta mesmo de desenhar e aquilo que lhe dá realmente trabalho. Devia ter-lhe perguntado muito antes, mas fomos acertando agulhas e a nossa colaboração melhorou graças a esse melhor conhecimento mútuo.”
Assim, Snyder criou uma história espectacular, que permitiu a Capullo desenhar armaduras, robots e cenas épicas, em que o gozo que o desenhador teve ao fazê-las, passa imediatamente para o público, com os resultados que estão à vista.
Publicado originalmente no jornal Público de 23/07/2019

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