Jerry Robinson, o criador do Joker, o mais carismáticos dos inimigos de Batman, faleceu na passada quarta-feira, 6 de Dezembro, aos 89 anos de idade. Para além de, desaparecidos Jack Kirby, Bob Kane e Will Eisner, ser um dos últimos representantes ainda vivos da época de ouro dos comics americanos, Robinson foi um estudioso da Banda Desenhada, tendo publicado em 1971 o livro Comics, uma excelente história da Banda Desenhada americana, reeditada este ano pela Dark Horse, numa edição revista e actualizada, e organizado inúmeras exposições de, e sobre, Banda Desenhada, nos EUA e no resto do mundo, incluíndo em Portugal, onde foi, com João P. Boléo, comissário da Exposição dedicada aos Super-Heróis, patente na edição do Festival da Amadora de 2000.
Mas já antes disso, em 1996 e também em 1992, Robinson tinha passado pelo Festival da Amadora, com uma exposição individual sobre o seu trabalho na série "Batman". Foi nessa primeira ocasião que o entrevistei, com o João Ramalho Santos, para o programa Balada do Mar Salgado, da Rádio Universidade de Coimbra e recordo um indivíduo de grande simpatia e inteligência e excelente conversador.
Robinson, que foi também professor na School of Visual Arts, de Nova Iorque, tal como Will Eisner, foi dos primeiros criadores a ter noção da importância dos originais de Banda Desenhada, como documento histórico e objecto artístico, o que lhe permitiu salvar a maioria das pranchas e capas que desenhou, numa altura em que as gráficas destruiam os originais depois de imprimirem os livros, entre as quais a famosa a primeira capa da revista Detective Comics com a primeira aparição do Joker, leiloada o ano passado.
Presidente do sindicato dos cartoonistas americanos durante algum tempo, Robinson bateu-se sempre pelos direitos dos criadores, tendo sido um dos responsáveis pela pensão que a DC Comics atribuiu a Jerry Siegel e Joe Shuster, aquando da estreia do primeiro filme de Superman.
* Agradecimentos ao Pedro Mota, pelas correcções
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