BATMAN, 80 ANOS DE AVENTURAS
Tudo começou há oitenta anos, em 1939, quando Bob Kane e Bill Finger na sequência do sucesso do Super-Homem de Jerry Siegel e Joe Schuster, nascido um ano antes, decidem criar um herói funcionasse quase como um negativo do Super-Homem, com o lado lunar do Cavaleiro das Trevas a surgir como contraponto à dimensão mais solar do Homem de Aço. Uma oposição que está igualmente presente nas duas cidades onde actuam os dois heróis, com a sombria Gotham City a funcionar como negativo da luminosa Metropolis. É essa dimensão mais humana, de um dos super-heróis mais humanos e carismáticos de todos os tempos e um dos raros que não tem qualquer super-poder, que facilitou a identificação dos leitores. Aspecto que ajudou a transformar Batman no mais popular dos super-heróis. Uma popularidade que não dá mostras de abrandar, bem pelo contrário, pois oitenta anos depois, Batman continua a ser no século XXI, o mesmo ícone da cultura pop que foi ao longo do século XX.
O Batman original foi criado como um vigilante próximo de outras personagens da época como o Shadow, enquadrando-se no mesmo registo de policial negro, visível não só no cinema como na literatura da época. Herói sombrio, nascido numa era sombria, com uma espantosa galeria de inimigos - de que o Joker é o mais conseguido - com paralelo apenas na série Dick Tracy, apoiado num engenhoso leque de gadgets - do cinto de utilidades ao Batmóvel - Batman foi-se gradualmente afastando das suas raízes policiais à medida que a série foi mais dirigida a um público infantil, que se identifica facilmente com Robin, o jovem ajudante de Batman, criado por Jerry Robinson, numa resposta à tendência da época de juntar adolescentes (os sidekicks) aos super-heróis adultos. Nesta fase, Bruce Wayne, o homem por trás da máscara, é apenas um disfarce de milionário fútil e entediado, que Batman usa quando tira a capa.
Quando o descobrimos pela primeira vez, na história The Case of the Chemical Syndicate, publicada em 1939 no nº 27 da revista Detective Comics, Batman, o sombrio super-herói, está já no activo há algum tempo e a sua fama precede-o, enquanto o homem que se esconde por detrás da máscara, o milionário Bruce Wayne, apenas aparece fugazmente na última página da história. E só largos meses depois Bob Kane e Bill Finger nos explicam o que levou Bruce Wayne a transformar-se no vigilante vestido de morcego, que os leitores bem conhecem, mostrando num flashback de duas páginas, publicado no último volume desta colecção, como o assassinato dos pais do jovem Bruce Wayne levou o traumatizado órfão a consagrar a sua vida ao combate do crime, escolhendo a imagem do morcego para infundir terror a essas criaturas “medrosas e supersticiosas” que são os criminosos.
A crescente popularidade do herói fez com que cedo extravasasse as páginas da BD, chegando ao cinema. A primeira incursão do Cavaleiro das Trevas pela 7ª Arte, deu-se na década de 40, através de dois serials (filmes em episódios de meia hora), o primeiro em 1943, em que Batman participava no esforço da guerra então em curso, combatendo espiões japoneses na América e uma segunda, em 1949, onde surge pela primeira vez a repórter Vicky Vale, personagem que será rapidamente aproveitada para as aventuras no papel do Cavaleiro das Trevas. Apesar da debilidade das histórias e da falta de meios, estes dois serials contribuíram para a popularidade de Batman, embora a nível muito menor do que a série de televisão dos anos 60.
Filmada durante o apogeu da Pop Art, a série protagonizada por Adam West e Burt Ward, que esteve em exibição entre 1966 e 1968, era uma comédia de acção dirigida a um público juvenil, com efeitos visuais a reproduzirem os sons da BD, que eram um autêntico prodígio kitsch. Com um visual garrido, a série deu a conhecer ao grande público um Batman com muito poucas semelhanças com o vigilante original de 1939, mas que estava na linha da BD da época, onde a violência das histórias iniciais dera lugar a delirantes aventuras de ficção científica, que não se levavam minimamente a sério.
Na década de 70, Batman voltaria a aproximar-se do violento combatente do crime da fase inicial, trocando o tom de comédia por histórias de acção, centradas nos problemas da época. Surge assim um Batman mais sombrio e realista, na linha da dura realidade que rodeava os leitores, que o traço dinâmico de Neal Adams definiu como ninguém.
Mas a verdadeira revolução chegaria em 1986, com Frank Miller e o seu Regresso do Cavaleiro das Trevas, uma aventura futurista em que um Batman já cinquentenário volta a vestir o uniforme para impor a sua lei numa Gotham City cinzenta e ameaçadora. Um clássico incontornável, cuja surpreendente continuação publicamos nesta colecção.
O fulgurante sucesso do Batman de Frank Miller, abriu não só o caminho a outras visões complexas e adultas do Cavaleiro das Trevas, como Piada Mortal de Alan Moore e Brian Bolland, ou Asilo Arkham, de Grant Morrison e Dave Mckean, mas sobretudo gerou um renovado interesse pelo herói junto do grande público, criando assim as condições ideais para o regresso de Batman ao cinema. Um regresso que se dá pela mão de Tim Burton e que, passa pelos filmes de Joel Schumacher, pela aclamada trilogia de Christopher Nolan, até aos filmes mais recentes de Zack Snyder, sem esquecer a série de animação Batman Adventures, dirigida por Paul Dini e Bruce Timm, que contribuiu para o enriquecer da mitologia de Batman, através de novas personagens, como Harley Quinn, a namorada do Joker, que actualmente é uma das personagens de maior sucesso da DC.
Na BD o herói também se soube renovar, tal como o resto do catálogo da DC, através da Linha Novos 52, que actualizou o universo da editora para o século XXI. É precisamente o Batman da Linha Novos 52 que protagoniza metade dos 10 volumes desta colecção, com destaque para o excelente trabalho de Scott Snyder e Greg Capullo na principal revista do Batman, mas sem esquecer as versões de John Layman e Francis Manapul na revista Detective Comics. Mas a capacidade do Batman atrair os maiores nomes da mundial, está bem patente no volume antológico que encerra esta colecção, mas sobretudo em Batman Black & White, história que recolhe os melhores contos noir do Batman em histórias a preto e branco, assinadas por (muitos) nomes de prestígio da BD europeia e mundial, como Katshuiro Otomo e Richard Corben, dois dos últimos Grandes Prémios de Angoulême, provando que o impacto do Batman, oitenta anos após a sua criação, é verdadeiramente global.
A COLECÇÃO
1 – Batman: Jogo Final
21 de Fevereiro
Argumento – Scott Snyder
Desenhos – Greg Capullo e Dany Miki
O Joker quer pregar uma última partida ao seu adversário de sempre, mas desta vez, ninguém se vai ficar a rir. Depois do Batman se ter recusado a alinhar nos planos maquiavélicos do Príncipe Palhaço do Crime, está na altura de uma vingança que irá colocar à prova não só o Batman, mas todos aqueles que ele ama! A continuação da saga criada por dois dos maiores autores de sempre do Batman, Scott Snyder e Greg Capullo, um dos grandes clássicos modernos da DC. O Joker deixou-se de comédias... e enveredou pela tragédia negra!
2 – Batman: Peso Pesado
28 de Fevereiro
Argumento – Scott Snyder
Desenhos – Greg Capullo e Dany Miki
O Comissário Gordon transformou-se no novo Batman! Depois da desaparição e aparente morte do Cavaleiro das Trevas, o ex-comissário da polícia teve de assumir o seu papel, para patrulhar as ruas de Gotham envergando a nova e poderosa armadura do Cavaleiro das Trevas. Mas serão a alta tecnologia e capacidades de uma Bat-Armadura suficientes para deter o misterioso Sr. Bloom, antes dos seus planos maléficos destruírem a cidade? A continuação de uma das maiores sagas do Batman de sempre, os Novos 52 de Scott Snyder e Greg Capullo, os autores best-seller do New York Times
3 – Batman: Bloom
07 de Março
Argumento – Scott Snyder
Desenhos – Greg Capullo e Dany Miki
Bruce Wayne parece ter uma vida de sonho: está apaixonado por uma mulher extraordinária com quem trabalha num dos centros para jovens de Gotham, onde ajuda as crianças da cidade que ele adora... embora ainda tenha amnésia depois de quase ter sido morto num ataque do Joker. Mas os ecos e as memórias escondidas de um passado que esqueceu, negro e cheio de violência, continuam a puxar por ele...
mas, se responder ao apelo do Batman, o que acontecerá à vida feliz que entretanto construiu? A conclusão da saga de Scott Snyder do Batman Novos 52, um dos clássicos modernos dos comics americanos.
4 – Batman: Gothopia
14 de Março
Argumento – John Layman
Desenhos – Jason Fabok e Aaron Lopresti
O argumentista John Layman e o artista Jason Fabok assinam uma estranha e inquietante história do Batman. Gotham é uma utopia, livre de crime, e em que os heróis são celebrados por todo o lado. O Batman é um vigilante universalmente adorado, vestido com o seu brilhante fato de Cavaleiro da Luz. E a sua companheira – e amante – não é outra senão Selina Kyle, a Asa Felina. Quem terá criado esta versão alternativa do mundo do Cavaleiro das Trevas? E com que propósito?
5 – Batman: Noel – Um Conto de Natal
21 de Março
Argumento e Desenhos – Lee Bermejo
Enquanto o Cavaleiro das Trevas persegue o seu pior inimigo pelas ruas cobertas de neve de Gotham City, um bizarra sequência de eventos, ameaça roubar a sua alma para sempre. Lee Bermejo, o desenhador de Joker e Lex Luthor estreia-se como autor completo com esta peculiar versão do Conto de Natal de Charles Dickens, onde para além de Batman e de um Scrooge, não faltam aliados como Robin, o Comissário Gordon, Catwoman e o Superman, e inimigos como o Joker.
6 – Batman: Ícaro
28 de Março
Argumento – Francis Manapul e Brian Bucellato
Desenhos – Francis Manapul
O Batman, o Maior Detective do Mundo, tem de investigar um caso que envolve uma nova, letal e misteriosa droga que está a devastar as ruas de Gotham, bem como vários políticos corruptos e grupos criminosos rivais. Conseguirá o Homem-Morcego deter estas ameaças antes que a cidade seja mergulhada numa guerra que não faria quaisquer prisioneiros? O artista Francis Manapul possui um dos mais originais e brilhantes estilos gráficos nos comics da actualidade, que ilustra na perfeição esta história escrita a meias com Brian Buccellato.
7 – Batman: Black & White – Os Melhores Contos Noir
04 de Abril
Argumento – Vários Autores
Desenhos – Vários Autores
Vinte contos noir que exploram as imensas potencialidades do preto e branco, assinados por grandes nomes da BD mundial, numa premiada antologia que fez história. Os melhores desenhadores, como Brian Bolland, Joe Kubert, Ted McKeever, Bruce Timm, Joe Kubert, Howard Chaykin, José Muñoz, Walt Simonson, Richard Corben, Kent Williams, Jorge Zaffino, Klaus Janson, Liberatore, Matt Wagner, Bill Sienkiewicz, Ted Kristiansen, Kevin Nowlan, Gary Gianni, Brian Stelfreeze e Katshuiro Otomo, juntos num volume que inclui ainda ilustrações de Moebius, Frank Miller, Jim Lee, Alex Toth e Barry Windsor-Smith.
8 – O Cavaleiro das Trevas Volta a Atacar Vol 1
11 de Abril
Argumento e Desenhos – Frank Miller
Quinze anos depois da publicação de O Regresso do Cavaleiro das Trevas, Frank Miller retorna ao universo distópico e futurista de um Batman envelhecido, que regressa ao activo para combater o crime. Uma sequela cuja acção decorre três anos depois da aparente morte do Cavaleiro Das Trevas, num mundo aparentemente perfeito, onde reina a paz e a harmonia. Mas esta harmonia é apenas uma fachada que vai ser destruída por um regressado Batman que vai reunir os seus aliados para combater a ameaça do homem que controla todos, até o Presidente dos Estados Unidos da América.
9 – O Cavaleiro das Trevas Volta a Atacar Vol 1
18 de Abril
Argumento e Desenhos – Frank Miller
A conclusão do regresso do Batman crepuscular de Frank Miller, concretiza-se neste segundo volume, em que a complexa intriga que envolve a maioria dos membros da Liga da Justiça se cruza com a dura realidade do ataque às Torres Gémeas em 11 de Setembro de 2001. Um acontecimento real, que Frank Miller acompanhou do seu estúdio em Nova Iorque e que acabou por influenciar decisivamente a evolução desta história, que começou como uma homenagem de Miller aos heróis e vilões do universo DC, para se tornar, tal como aconteceu com O Regresso do Cavaleiro das Trevas, um reflexo da época em que a história foi feita.
10 –Batman: 80 Anos de Aventuras
25 de Abril
Argumento – Vários Autores
Desenhos – Vários Autores
De Bob Kane a Tom King, 80 anos de aventuras do Cavaleiro das Trevas cobertos numa antologia criada em exclusivo para esta colecção. Desde a origem do Batman pelos seus criadores originais, passando pela fase de Sheldon Moldoff nos anos 50, continuando com o regresso à dimensão mais sombria do Cavaleiro das Trevas nos anos 70, em histórias ilustradas por Neal Adams e Jim Aparo, incluindo ainda o trabalho de Alan Davis e Paul Neary da década de 80 e terminando com dois histórias escritas por Tom King, o actual escritor da principal revista do Cavaleiro das Trevas.
AUTORES EM DESTAQUE
SCOTT SNYDER E GREG CAPULLO
Tendo iniciado a sua carreira como escritor de terror, Scott Snyder tornou-se rapidamente num dos maiores escritores dos comics americanos deste século. Na sua etapa com o Batman, Snyder conta com a arte de Greg Capullo, desenhador, cuja carreira está sobretudo associada à sua colaboração com Todd McFarlane na série Spawn, durante perto de vinte anos. Capullo revelou-se um dos melhores desenhadores do Batman deste século, adaptando o seu estilo às necessidades da personagem e influenciando a própria narração de Snyder. Um escritor que, embora habituado a escrever argumentos extremamente detalhados, em que nada é deixado ao acaso, foi gradualmente dando maior autonomia a Capullo, que ao longo do tempo acabará por assumir a principal responsabilidade pela planificação, colaborando também na própria evolução das histórias.
FRANK MILLER
Um dos mais importantes nomes dos comics americanos das últimas décadas, Frank Miller lançou-se nos inícios dos anos 80 nas páginas da revista Daredevil, da Marvel, reformulando de forma brilhante o super-herói cego em histórias notáveis. Mas seria na DC que Miller iria revolucionar os comics americanos, primeiro com Ronin, e depois com O Regresso do Cavaleiro das Trevas e Batman Ano Um, duas obras-primas já editadas em Portugal pela Levoir, em que Miller redefine o futuro e a origem de Batman. Entre as suas criações mais importantes, destacam-se 300 e a série que redefiniu o policial negro na BD, Sin City, ambas adaptadas ao cinema com sucesso. Depois de um período de afastamento por doença, Miller regressou recentemente à BD com The Master Race, a terceira parte da trilogia do Cavaleiro das Trevas - cuja segunda parte ocupa os volumes 8 e 9 desta colecção - e Xerxes, a sequela de 300.
TOM KING
Antes de se tornar um escritor premiado, com romances na lista de best-sellers do New York Times, Tom King trabalhou como agente da CIA, como oficial de operações de contra terrorismo, tendo estado destacado no Iraque após a queda de Saddam Hussein, experiencia que lhe serviu de inspiração para o livro O Xerife da Babilónia, já publicado em Portugal pela Levoir. Tendo tido a ingrata missão de substituir Scott Snyder como escritor da revista principal do Batman, King saiu-se com distinção desse desafio, conquistando tanto o público como a crítica, através de histórias plenas de humanidade, como as duas que podemos ler no último volume desta colecção.
AS SOMBRAS DO CAVALEIRO DAS TREVAS
É ponto mais ou menos assente no mundo da edição de comics que os leitores preferem a cor e o preto e branco não vende. Do mesmo modo, também é ideia assente que as antologias raramente têm sucesso comercial. Daí que, quando o editor Mark Chiarello se lembrou de criar de criar uma antologia de histórias do Batman a preto e branco, a ideia foi recebida com desconfiança. Inspirada em revistas como a Creepy e a Eerie, da editora Warren, que durante a década de 70 publicou alguns dos melhores trabalhos de sempre de autores como Frank Frazetta, Bernie Wrightson, Ricard Corben e Steve Ditko, na sua maioria escritos e editados pelo mítico Archie Goodwin, a antologia editada por Chiarello tinha uma estratégia simples para conquistar os leitores: chamar os maiores nomes da BD de todas as latitudes, muitos dos quais nunca tido qualquer contacto com o Batman, ou com qualquer super-herói, para criarem o seu Batman.
O resultado foi uma mini-série de 4 números, publicados entre Junho e Setembro de 1996, recolhendo vinte contos noir de oito páginas cada, escritas por veteranos como Dennis O’Neil, Archie Goodwin, Jan Strnad, Chuck Dixon e Neil Gaiman, para grandes nomes da BD mundial que exploram aqui, cada um à sua maneira, as imensas potencialidades do preto e branco. Um elenco absolutamente de luxo, que inclui desenhadores como Joe Kubert, Ted McKeever, Bruce Timm, Joe Kubert, Howard Chaykin, José Muñoz, Walt Simonson, Richard Corben, Kent Williams, Jorge Zaffino, Simon Bisley, Klaus Janson, Liberatore, Matt Wagner, Bill Sienkiewicz, Ted Kristiansen, Kevin Nowlan, Gary Gianni, Brian Stelfreeze e Katshuiro Otomo, a ilustrarem histórias curtas, a que se juntam as ilustrações de Moebius – que escreveu e desenhou uma divertidíssima história que a DC não se atreveu a publicar, tendo acabado por só sair anos depois na revista Penthouse Comix - Frank Miller, Neal Adams, P. Craig Russel, Jim Lee, Alex Toth e Barry Windsor-Smith.
E a série acabou por se revelar um sucesso tremendo, ganhando dois prémios Eisner e um prémio Harvey no ano seguinte e dando origem a mais três antologias com o mesmo título, publicadas em 2001, 2004 e 2013 e diversas vezes reeditadas, para além de inspiram colecções como Batman Noir, que publica a preto e branco histórias clássicas do Batman originalmente publicadas a cores, como aconteceu com o volume dedicado a Brian Azzarello e a Eduardo Risso, que a Levoir publicou em Portugal. Mas a verdade é que foi, na mini-série que preenche o volume 7 desta colecção, que tudo começou.
O BATMAN NA ERA NOVOS 52
Um dos destaques desta colecção vai para os títulos englobados na linha Novos 52, que constituem metade da colecção. A Linha Novos 52 - que em 2011 veio transformar o universo DC para o século XXI, relançando a totalidade da sua linha editorial, num total de 52 títulos – que os leitores portugueses já tinham podido descobrir na colecção que o Público e a Levoir dedicaram em 2016 ao maiores heróis da DC, acompanhando as mais recentes fases das aventuras do Batman, do Super-Homem, da Mulher-Maravilha e do Aquaman, está desta vez em destaque graças às aventuras do Batman. Depois dos três volumes iniciais da fase da dupla Scott Snyder e Greg Capullo na revista principal do Batman publicados na colecção de 2016, esta colecção comemorativa dos 80 anos do Cavaleiro das Trevas, prossegue com a edição dos três volumes finais desta etapa que foi um estrondoso sucesso, tanto crítico como comercial.
Mas, se na colecção de 2016 a presença do Batman se tinha limitado às histórias da revista com o seu nome, desta vez há espaço para dois volumes que recolhem histórias publicadas na mais antiga revista da DC, que deu nome à própria editora, a Detective Comics, em cujo nº 27 o Batman surgiu pela primeira vez em 1939. São eles Gothopia, uma versão utópica da cidade e da vida do Batman, boa demais para ser verdade, escrita por John Layman, o argumentista de Tony Chu, com desenhos espectaculares de Jason Fabok e Ícaro, que nos mostra o altíssimo nível que o trabalho da dupla Francis Manapul/Brian Bucellato consegue atingir.
Finalmente, sem ligação directa com a cronologia das revistas mensais, mas publicado também durante a era Novos 52, temos Noel: Um Conto de Natal, que nos traz o nosso conhecido Lee Bermejo (Joker, Lex Luthor) aqui como autor completo, com um versão muito pessoal de A Christmas Carrol, de Charles Dickens, com os personagens do escritor inglês a darem lugar aos nossos conhecidos heróis e vilões do universo de Batman.
Textos publicados originalmente no jornal Público de 16/12/2019
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019
Apresentação da colecção Batman 80 Anos
Etiquetas:
80 anos,
Batman,
DC Comics,
Francis Manapul,
Frank Miller,
Greg Capullo,
John Layman,
Lee Bermejo,
Levoir,
Público,
Scott Snyder,
Tom King
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