Na altura em que já chegou às bancas o nº 3 da revista dos X-Men, com o meu segundo texto para as revistas da linha Marvel Now!, que a Panini Espanha está a publicar directamente em Portugal, parece-me boa altura para recuperar o primeiro texto que escrevi para as publicações que assinalam o regresso das revistas mensais da Marvel, em bom português, aos quiosques nacionais.
Estes textos partiram de um convite do José de Freitas, editor assistente da Panini e responsável pela coordenação das edições portuguesas da Panini, à semelhança do que tem feito com as colecções da Marvel e da DC que a Levoir tem lançado com os jornais, quemais uma vez, me deu o prazer de trabalharmos juntos.
Embora o espaço aqui seja muito mais reduzido do que era nos editoriais da DC, a liberdade é bastante maior. Mesmo assim, confesso que, quando recebi o convite para escrever sobre o Homem-Aranha Superior, pensei duas vezes, pois a premissa base da série parecia-me perfeitamente idiota. Mas ainda bem que decidi ler as histórias, pois foram uma muito agradável surpresa e esta é, provavelmente, a melhor saga do Homem-Aranha que já li, desde a fase inicial do J. M. Strackzinsky que a Devir lançou em Portugal há uns bons 10 anos.
NA PELE DO INIMIGO
Um dos mais populares argumentistas da actualidade, Dan Slott é também um dos mais controversos, muito por força deste Homem-Aranha Superior, cuja premissa base causou tal agitação junto dos fãs do “cabeça de teia”, que Slott chegou até a receber ameaças de morte de leitores mais indignados. Com efeito, a ideia de fazer com que a mente do Dr. Octopus moribundo ocupasse o corpo de Peter Parker, com o vilão a assumir os poderes e as responsabilidades do Homem-Aranha, é tão controversa como arriscada. Mas a verdade é que estamos perante uma das melhores histórias do Homem-Aranha das últimas décadas, mesmo que este Homem-Aranha não seja o que nos habituámos a conhecer. Este é um Homem-aranha diferente e, em muitos aspectos, um Homem-Aranha superior, pois aos poderes que permitiram Parker a tornar-se um super-herói, alia uma capacidade estratégica e científica que o anterior Homem-Aranha não possuía.
Todos vimos, no nº 1 desta revista, a facilidade com que derrotou o novo Sexteto Sinistro, descobrindo os seus pontos fracos e atacando-os com a precisão de um cirurgião. Ou como soube jogar com os media dando ao Homem-aranha, que sempre foi um herói incompreendido, a popularidade que muitas vezes lhe faltou, conseguindo até conquistar o seu crítico mais feroz, J. Jonah Jameson, que trocou o quarto poder pelo segundo, tornando-se Mayor de Nova Iorque. E, pela forma como constrói a sua teia pela cidade, usando os drones-aranha para recolher informação, este Homem-Aranha Superior está mais próximo do insecto que lhe deu o nome os poderes, do que Peter Parker alguma vez esteve.
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