Depois do fim da trilogia do Cavaleiro das
Trevas, dirigida por Cristopher Nolan, chega finalmente a vez do Super-Homem
regressar aos cinemas com “Homem de Aço”, filme que chegou às salas de cinema
de todo o país esta quinta-feira, quinze dias depois de ter estreado nos
Estados Unidos, onde bateu recordes de bilheteira.
Produzido por Nolan, o filme conta com Zack Snyder como realizador. Uma
escolha lógica, tendo em conta a larga experiência de Snyder, que realizou
“300” e “Watchmen”, na adaptação de BDs ao cinema. Face à necessidade de relançar
a franquia do Superman, cuja continuidade o fracasso de “Superman Returns”, de
Bryan Singer pôs em causa, ao contrário de “Superman Returns” que era
basicamente uma continuação dos dois primeiros filmes do Super-Homem com Christopher
Reeve, este “Homem de Aço” parte do zero, adaptando a origem do Super-Homem à
América pós 11 de Setembro. A história, imaginada por David Goyer e Christopher
Nolan e desenvolvida pelo primeiro, centra-se muito mais na origem kryptoniana
do Homem de Aço, do que no seu disfarce como Clark Kent, embora não faltem
elementos fundamentais na mitologia da personagem, como Jonathan e Martha Kent
e a cidade de Smallville, onde o Superman passou a sua infância e juventude.
Curiosamente, não é só no título que o nome Superman não aparece. Mesmo
durante o filme, apenas Lois Lane utiliza esse nome uma vez, numa óbvia
demonstração da vontade de reinventar a personagem do zero, evidente no próprio
uniforme, sem a cueca vermelha tradicional e com ar mais de armadura, o que é
explicado pela sua origem kryptoniana.
E, se o público se queixou da falta de acção no Superman de Singer, aqui
não tem de que se queixar, pois o “Homem de Aço”, especialmente na segunda
parte é um festival de pancadaria e de destruição, com o combate épico entre
Kal-el, o nome kryptoniano do Super-Homem, e o General Zod, também vindo de
Krypton, a não deixar literalmente pedra sobre pedra em Metropolis.
Se os fãs da BD não deixarão de apreciar as referências ao “Superman:
Birthright”, de Mark Wayd, ou ao “All Star Superman”, de Grant Morrison, os fãs
dos filmes originais de Christopher Reeve vão certamente achar este Superman
demasiado sombrio e violento, um pouco na linha dos filmes do Batman, de
Christopher Nolan, que contaram também com David Goyer como argumentista e que
mostraram uma versão mais sombria do herói em sintonia com os tempos que
vivemos.
Contando com excelentes interpretações, começando por Henry Cavill que
se sai muito bem como Superman, o filme é visualmente espectacular, com uma
dimensão épica que certamente contribuiu para o seu sucesso. Um sucesso que
pode acelerar a expansão do universo DC no cinema e levar ao tão aguardado
filme da Liga da Justiça, em que Henry Cavill estará presente como
Superman.
(“Homem de Aço”, de Zack Snyder, com
Henry Cavill, Amy Adams, Michael Shannon e Russel Crowe. Warner/Legendary
Studios, 2013. Em exibição em Coimbra nos cinemas Zon
/Lusomundo Dolce Vita e Fórum Coimbra)
Versão integral do texto publicado no Diário As Beiras de 29/06/2013
1 comentário:
Há um militar que também diz Superman. Aliás, é a primeira vez que se refere o nome no filme.
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