quinta-feira, 17 de julho de 2014
Universo Marvel 2 - Capitão América: O Soldado do Inverno 2
O COMBATE FINAL ENTRE O CAPITÃO AMÉRICA E O SOLDADO DE INVERNO
Universo Marvel - Vol 2
Capitão américa: O Soldado do Inverno, Parte 2
Argumento - Ed Brubaker Desenhos - Steve Epting, Michael Lark, Lee Weeks e Stefano Guaudiano
Quinta, 18 de Julho + 8,90 €
Conclui no segundo volume, que chega às bancas e quiosque de todo o país na próxima quinta-feira, a história épica que assinalou a estreia de Ed Brubaker como escritor do Capitão América e o regresso de Bucky Barnes ao Universo Marvel, como o Soldado do Inverno. A mesma história que serviu de base para o último filme do Capitão América, estreado em finais de Março com enorme sucesso em todo o mundo, incluindo Portugal.
Criado em 1941 por Joe Simon e Jack Kirby, correspondendo ao gosto da época, que preconizava que os heróis deviam contar com o apoio de um sidekick, um ajudante juvenil, com o qual os jovens leitores se pudessem mais facilmente identificar, tal como acontecia em relação ao Batman e ao Robin, Bucky foi o fiel companheiro do Capitão América durante a Segunda Guerra Mundial acompanhando o herói na sua luta contra os inimigos da nação americana. Mesmo com o fim da guerra, e a consequente perda de popularidade do Capitão América, que levou ao cancelamento da revista que lhe era dedicada, Bucky manteve-se ao seu lado, quando os dois regressaram à BD em finais de 1953, no auge da Guerra Fria E em pleno macarthismo, como caçadores de comunistas, num curto regresso quase sem história e completamente sem glória, de que Simon e Kirby não têm qualquer responsabilidade.
Quando em 1964, já em plena era Marvel, Stan Lee e Jack Kirby decidem recuperar o Capitão América na revista dos Vingadores, Bucky já não o acompanha, pois Stan Lee, que nunca foi muito entusiasta dos jovens sidekicks, achava que só um super-herói completamente irresponsável é que iria colocar em risco a vida de um menor, obrigando-o a combater criminosos adultos e impiedosos. Assim, ficou estabelecido que Bucky perdeu a vida no final da Segunda Guerra Mundial, na sequência do acidente que deixou o Capitão América em estado de hibernação suspensa num bloco de gelo durante décadas, e assim se manteve morto durante largas décadas.
Se nas histórias de super-heróis a morte raramente é permanente, a persistência com que Bucky se manteve ausente das histórias do Capitão América, excepto nas cenas de flashbacks passadas na Segunda Guerra Mundial, mostrou ser tão notável, que até deu origem a um aforismo, célebre entre os leitores de histórias de super-heróis, que ficou conhecido como a Cláusula Bucky. Segundo essa cláusula, nos comics de super-heróis “ninguém permanece morto, excepto o Bucky, Jason Todd e o Tio Ben”. A verdade, é que, até ver, apenas o Tio Ben, cuja morte levou Peter Parker a transformar-se no Homem-Aranha, se mantém morto, pois Jason Todd, que tinha combatido ao lado do Batman como o segundo Robin, também vai sofrer um processo muito semelhante ao de Bucky, regressando ao mundo dos vivos como inimigo do homem que foi o seu mentor.
É esse confronto entre o Capitão América e o homem que foi o seu maior amigo durante a Segunda Guerra Mundial, que está no centro deste segundo volume, em que descobrimos como o exército soviético resgatou Bucky dos braços da morte e manipulou o seu corpo e a sua mente, até o transformar numa fria e eficiente máquina de matar, o Soldado do Inverno. Mas esse é apenas um dos elementos de uma complexa história de espionagem, em que Steve Rogers, o Capitão América, descobre ser um mero pião de uma conspiração mais vasta, urdida de forma maquiavélica por um velho inimigo que todos julgavam morto.
Publicado originalmente no jornal Público de 11/07/2014
Etiquetas:
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