terça-feira, 24 de setembro de 2019

Novela Gráfica V 12 - Neve nos Bolsos

UM ESPANHOL NA ALEMANHA

Novela Gráfica V – Vol. 12
Neve nos Bolsos
Argumento e Desenho – Kim
Quinta-feira, 19 de Setembro
Por + 10,90€
Kim, o desenhador de A Arte de Voar e A Asa Rasgada, duas magníficas novelas gráficas escritas por António Altarriba, regressa à colecção Novela Gráfica como autor completo com Neve nos Bolsos, um relato autobiográfico da sua ida para a Alemanha e das vivências de outros espanhóis que emigraram com o mesmo objectivo, ganhar a vida.
Foi em outubro de 1963 que o jovem Joaquim Aubert Puigarnau, ainda não conhecido como Kim, deixa seus estudos em Belas Artes e aproveita o ano que tem até começar o serviço militar, para ganhar a vida na Alemanha, como tantos outros espanhóis que atravessaram a Europa à procura de trabalho. Através dos seus olhos e das suas memórias, vamos descobrir a vida desses expatriados da Espanha franquista.
 Como o próprio Kim referiu numa entrevista: Esta novela gráfica surgiu devido a uma série de coincidências. Primeiro, porque tinha menos trabalho na revista El Jueves e muitas horas livres enquanto esperava que o Antonio Altarriba acabasse o argumento de A Asa Quebrada
Segundo, porque numa visita a Angoulême conversei com um rapaz alemão e contei-lhe essa viagem, que praticamente não tinha contado a ninguém. Tinha-a encerrada na memória e nem os meus melhores amigos. Quando ele me disse que na Alemanha já quase ninguém se recorda desses milhares de espanhóis que imigraram, percebi que tinha de contar essa história.”
Um processo quase catártico, que lhe permitiu recuperar um período importante, mas não particularmente feliz da vida de Kim e da história de Espanha: “Recordar esse ano que estive na Alemanha foi uma espécie de terapia para mim. Comecei a escrever a história na segunda pessoa, como se não fosse eu o protagonista. Mas quando mostrei umas quantas páginas a Altarriba e ele me disse que se notava que o protagonista era eu e me perguntou porque não escrevia na primeira pessoa, decidi fazê-lo”.
 “Não tenho uma memória alegre. Foi um ano bastante duro, como se pode ver no livro. Ainda assim, tive a sorte de privar com um grupo de gente jovem que tentava aproveitar a vida: ríamos, fazíamos festas... Mas a gente mais velha não saia nunca, passavam o dia a trabalhar e a pensar em Espanha. Escutavam constantemente a rádio espanhola e sonhavam com poder poupar dinheiro suficiente para poderem regressar. “
Publicado originalmente no jornal Público de 21/09/2019

Sem comentários: