segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Y O Último Homem 1 - Um Mundo Sem homens

O ÚLTIMO HOMEM SOBRE A TERRA

Y, O Último Homem
Vol 1 – Um Mundo Sem Homens
19 de Outubro
Argumento – Brian K. Vaughan
Desenhos –Pia Guerra e José Marzan Jr.
Por + 12,90€
Depois da série Sandman e de Livros de Magia e Batman: Uma História Verdadeira na última série das Novelas Gráficas, o Público e a Levoir voltam a explorar o vastíssimo catálogo da Vertigo, a linha mais adulta e autoral da DC Comics, dando a descobrir aos leitores portugueses, durante as próximas duas semanas, os dois primeiros capítulos de uma das suas mais importantes séries de culto: Y the Last Man.
Criada por Brian K. Vaughan e por Pia Guerra, a série, que Stephen King considera como a melhor série de BD já leu, foi publicada originalmente entre Setembro de 2002 e Março de 2008 como uma maxi-série mensal de 60 números, posteriormente recolhidos em 10 volumes encadernados e explora, com minúcia e rigor, todas as possibilidades do que aconteceria à humanidade se, de repente, todos os mamíferos detentores do cromossoma Y morressem. Mas neste caso há uma excepção, a do jovem Yorick e do seu macaco Ampersand que, por razões misteriosas sobreviveram à praga que dizimou instantaneamente 48% da população global.
Esta simples premissa, digna de um episódio da série televisiva The Twilight Zone, é muitíssimo bem explorada por Brian K. Vaughan, escritor que os leitores portugueses conhecem da série de banda desenhada Saga, que a G Floy está a publicar em Portugal, e da sua participação, como argumentista e produtor da série televisiva Lost, trabalho que conseguiu precisamente porque Damon Lindelof, um dos criadores de Lost, era um grande fã de Y, O Último Homem
Para além exterminar quase metade da população, uma praga destas dimensões teria consequências imediatas devastadoras, pois só nos Estados Unidos, 95% de todos os camionistas, pilotos aéreos e capitães de navios morreriam, provocando inúmeros desastres, com a consequente perda de vidas e estragos materiais. Estragos, esses, que seriam muito mais complicados de reparar, num mundo em que 99% de todos os mecânicos, electricistas e operários da construção civil estão desaparecidos...
Como refere o próprio Brian K. Vaughan, a melhor maneira de construir uma história credível a partir de uma premissa fantástica como esta, era tentar arranjar respostas para as questões que este cenário levanta. Nas suas palavras: “gosto de pegar num conceito simples e impressionante e realmente explorá-lo até às suas conclusões mais lógicas - o que significava no caso de Y, pesquisar tudo o que poderia acontecer se removêssemos os homens da política global e agricultura e engenharia. Qual o efeito que isso teria no planeta? Por que é que teria esse efeito? Começar por fazer estas perguntas e arranjar respostas para elas, parecia-me uma óptima maneira de criar a história.
Eu adoro fazer pesquisas. Sinto que qualquer história que escreva é uma boa desculpa para aprender mais sobre o mundo. E foi muito divertido. Se esta praga vai atacar e matar todos os homens instantaneamente, quantos mulheres-piloto haverá e o que acontece com os aviões no ar? E já que estamos a falar sobre aviões... e os submarinos? Existem mulheres nos submarinos? Toda porta abriu outra porta, e acabei de cair num buraco sem fundo. Foi um ano interessante de pesquisas exaustivas sobre questões como essas antes mesmo de começar a escrever.”
É neste cenário tão complexo como fascinante que acompanhamos o percurso de Yorick, que apenas quer ir ter com a namorada na Austrália, mas que, quer queira quer não, é a última esperança da humanidade e uma peça valiosíssima no jogo de xadrez pelo domínio deste novo mundo sem homens.
Publicado originalmente no jornal Público em 14/120/2017

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