domingo, 29 de março de 2015
As 10 Melhores BDs que li em 2014 - Parte 2
E aqui fica a segunda, e ultima, parte da lista das 10 Melhores BDs que li em 2014, onde aparecem alguns nomes que,de ano para ano, vão sendo recorrentes, como Naoki Urasawa, ou Marco Mendes. Quanto a editoras, a Image volta a aparecer, confirmando-se como a mais interessante editora americana da actualidade. Mas aqui fica o resto da lista, esperando que no próximo ano, consiga publicar este Best Of bem mais cedo...
6 - Los Zurcos del Azar, Paco Roca, Astiberri
Conhecido em Portugal pelo premiado Rugas, Paco Roca tem aqui o seu trabalho mais ambicioso nesta biografia ficcionada de Miguel Ruiz, que lhe permite contar a história de La Nueve, uma companhia do exército da França Livre, composta maioritariamente por espanhóis que tinham lutado do lado da República durante a Guerra Civil espanhola e que vão participar na libertação de Paris. Com uma estrutura narrativa que o aproxima do Maus de Art Spiegelman, Los Zurcos del Azar confirma o virtuosismo narrativo de Roca e o seu indiscutível talento.
7 - Manifest Destiny, Chris Dingess e MaThew Roberts, Image
Mais uma excelente nova série da Image, que pega na famosa expedição de Lewis e Clark, que no início do século XIX encetou a exploração costa a costa do continente norte-americano, introduzindo-lhe um toque fantástico que faz toda a diferença. É uma daquelas ideias tão simples quanto geniais, muito bem explorada por Dingess, e que tem no trabalho gráfico de Roberts e nas cores de Owen Gieni, uma mais-valia. Outro grande título da Image, a seguir com atenção.
8 - Master Keaton, Naoki Urasawa, Hokusei Katsushika e Takashi Nagasaki, Kana
Mais uma vez, um título de Urasawa entra numa minha lista de Melhores Leituras do ano. Neste caso, um trabalho mais antigo, em que Urasawa assina inicialmente apenas o desenho, pertencendo a história numa primeira fase a Katsushika e Nagasaki. Ao contrário dos outros títulos de Urasawa, que eram histórias de grande fôlego, Master Keaton é composto por episódios de 20 a 40 páginas que podem ser lidos de forma isolada, sendo por isso, um óptimo ponto de entrada na obra do meu autor japonês favorito.
9 - Sugar Skull, de Charles Burns, Pantheon
Capítulo final da trilogia hergeana de Charles Burns, Sugar Skull é o final inesperado de uma história estranha e perturbadora que articula a linha clara e o universo de Hergé, com o universo sombrio habitual de Burns, numa história com várias camadas e diferentes níveis de leitura. Embora não seja de apreensão tão imediata, esta trilogia está perfeitamente ao nível de Black Hole, o seu trabalho anterior.
10 - Zombie, de Marco Mendes, Mundo Fantasma/Turbina
Primeiro trabalho de grande fôlego de Marco Mendes, Zombie é um claro passo em frente na carreira do autor, que se sai muito da passagem das histórias curtas de uma página, para uma narrativa mais extensa e consistente. Misturando a ficção e a autobiografia, Mendes continua construir uma obra sólida, afirmando-se como uma voz singular e incontornável na BD nacional.
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