Confirmando que a Banda Desenhada marca a agenda cinematográfica deste Verão, uma semana depois de “Dylan Dog” eis que chega às salas de cinema o bastante mais aguardado “Capitão América: O Primeiro Vingador” filme que traz de volta ao grande ecrã o primeiro e um dos mais populares super-heróis da Marvel, preparando o caminho para o tão aguardado filme dos “Vingadores” (ou “Avengers” no original) dirigido por Joss Whedon, com estreia marcada para o Verão de 2012.
Primeiro super-herói a envolver-se directa e abertamente no esforço de guerra americano na 2ª Guerra Mundial, o Capitão América, criado em 1941 por Joe Simon e Jack Kirby, é o símbolo vivo do ideal americano, reflectindo o espírito da época e a vontade do povo americano de ajudar a combater Hitler e o nazismo. E era precisamente Hitler quem o Capitão América socava na mítica capa do nº 1 da revista Captain America Comics, que o filme recupera e que o cartaz em estilo "retro" de Paolo Rivera, homenageia.
Filho do seu tempo, o Capitão América surgiu porque Martin Goodman, o dono da Timely Comics, achou que, face à conjuntura da época, era altura de lançar um herói patriótico e encarregou Joe Simon, o seu editor e Jack Kirby, o seu director de arte de criarem esse herói. Como refere o próprio Kirby: “o Capitão América foi criado em função de um tempo que necessitava de figuras nobres. Ainda não tínhamos entrado na guerra, mas toda a gente pressentia que ela estava próxima. Foi por isso que nasceu o Capitão América; a América precisava de um super patriota.”
Depois de duas tentativas falhadas de levar o Capitão América ao cinema, nas décadas de 70 e 90, Joe Jhonston, que depois do subestimado “Rocketeer” volta aos filmes baseados em BDs, finalmente acerta no tom neste filme, passado quase todo durante a II Guerra Mundial. Um filme que, ao contar a origem do Capitão América, cumpre com eficácia a dupla função de criar uma versão credível do Capitão América e fazer a ponte entre os vários filmes da Marvel, como o “Thor” e o “Homem de Ferro 2”, que preparam o caminho para a estreia do filme dos Vingadores, com o personagem de Nick Fury, interpretado por Samuel L. Jackson a ter uma papel fundamental no estabelecer dessa continuidade.
Mais interessante como filme de época do que como filme de super-heróis (o número musical com o Capitão América a apelar ao público para participar no esforço de guerra, comprando Títulos do Tesouro, é dos melhores momentos do filme), “Capitão América” é um filme bastante sólido e que se vê muito bem, contando com um elenco sólido, com destaque para Chris Evans, que depois de ter sido o Tocha Humana nos filmes do Quarteto Fantástico, é um Capitão América com quem o público cria facilmente empatia, e para Hugo Weaving, perfeito como o maléfico Caveira Vermelha.
Como de costume nos filmes da Marvel, convém aguentar até ao fim da ficha técnica (o que neste caso, até nem é difícil, pois o genérico final reinventa de forma bastante bem conseguida os cartazes de propaganda americanos e soviéticos) para ter um primeiro vislumbre do filme dos “Vingadores”, num curto mas bem conseguido “teaser”, que mostra pela primeira vez juntos, todos esses super-heróis da Marvel.
(“Capitão América: O Primeiro Vingador”, de Joe Jhonston, com Chris Evans, Hugo Weaving e Tommy Lee Jones, Marvel Studios, 2011. Em exibição em Coimbra nos cinemas Zon /Lusomundo Dolce Vita e Fórum Coimbra)
Versão integral do texto publicado no Diário As Beiras de 6/08/2011
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1 comentário:
Lameiras, desculpe discordar de si. Mas o filme é muito fraco. O argumento é insuportável. Francamente, não sei o que vai sobrar deste filme daqui a uns anos (diria semanas).
Um abraço
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