sexta-feira, 8 de abril de 2016

Super-Heróis DC 10 - Legião dos Super-Heróis: Saga das Trevas Eternas

A LEGIÃO DOS SUPER-HERÓIS ENFRENTA DARKSEID

Super-Heróis DC Vol 10
Legião dos Super-Heróis: Saga das Trevas Eternas
Argumento – Paul Levitz
Desenho – Keith Giffen e Larry Mahlstead
Quinta, 07 de Abril
Por + 9,90 €

Depois de no volume 8 (O Quarto Mundo) o leitor ter podido descobrir em todo o seu esplendor, uma das grandes criações de Jack Kirby e o mais poderoso vilão do Universo DC, Darkseid, pois é a ele que me refiro, regressa para defrontar a Legião dos Super-Heróis, naquela que foi a sua primeira grande aparição depois da saga do  dos Novos Deuses.
Criada em 1958, numa época em que a ficção científica tinha grande peso nas histórias de super-heróis, por Mort Weisinger e Otto Binder, a Legião dos Super-Heróis apareceu pela primeira vez numa aventura de Superboy (o jovem Clak Kent, então ainda a viver em Smallville, com os pais) publicada na revista Adventure Comics. O sucesso foi tal que os jovens heróis do século XXX passaram a ser presenças frequentes nas aventuras de Superboy e criaram uma legião de fãs extremamente fiéis, como Cary Bates, E. Nelson Bridwell e Jim Shooter, o mítico editor da Marvel, que lançou Frank Miller e Walt Simonson, e que, aos 13 anos de idade se conseguiu estrear como argumentista da série, depois de ter enviado a Mort Weisinger umas histórias da Legião que escreveu e desenhou e que impressionaram tanto o escritor, que este o decidiu contratar.
Entre esses fãs que conseguiram trabalhar na série, estão os autores do volume da próxima quinta-feira, Paul Levitz e Keith Giffen, que em 1982, assinaram a Saga das Trevas Eternas, publicada nos nºs 290 a 294 da segunda série da revista da Legião dos Super-Heróis. Uma história que demonstra o talento narrativo de Levitz, que guia o leitor por uma história com dezenas de personagens, ao mesmo tempo que gere o suspense sobre o a identidade do misterioso inimigo da Legião, que os leitores só no final do penúltimo capítulo descobrem que se trata de Darkseid, o impiedoso Senhor de Apokolips
Paul Levitz, que se tornaria um dos mais importantes nomes da DC, editora a que esteve ligado durante 35 anos, como escritor, editor e Presidente (entre 2002 e 2009) já tinha escrito uma vintena de histórias da Legião entre 1977 e 1979, mas será após o seu regresso ao título em 1981, que a Legião dos Super-Heróis vai conhecer a sua fase de maior sucesso, ombreando em popularidade com os Novos Titãs, de Marv Wolfman e George Pérez, de quem os leitores poderão descobrir uma das mais famosas sagas, O Contrato de Judas, no 13º volume desta colecção.
Contribuindo directamente para essa fase áurea da Legião, está o desenhador Keith Giffen, outro fã assumido da série, que vai começar a desenhar a revista a partir do nº 285, fazendo uma grande dupla com Levitz. Criador multifacetado, tão à vontade a escrever como a desenhar, Giffen foi responsável, entre outras coisas, pela fase mais divertida da Liga da Justiça, que escreveu a meias com J. M. De Matteis e, como desenhador, deu prova de uma versatilidade a toda a prova e de uma capacidade invulgar de alterar o registo gráfico, conciliando a criatividade com a eficácia e um profundo conhecimento da história dos comics. Neste caso, a arte-final bastante clássica de Larry Mahlstedt não deixa adivinhar essas características, mas elas estão presentes na planificação dinâmica das páginas, com grande alternância entre vinhetas horizontais e verticais, na linha do que Frank Miller vinha fazendo na revista Daredevil, e também na homenagem que Giffen faz à celebre pintura de Miguel Ângelo para o tecto da Capela Sistina, sobre a Criação do Mundo, que recria no capítulo final da história.
Texto originalmente publicado no jornal Público de 01/04/2016

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