Terminada a Comic Con é altura de fazer um balanço. E, na minha perspectiva foi um sucesso! Tanto como livreiro e como fã, superou as minhas expectativas e também as da organização, que em entrevistas dadas antes do evento apontava os 20 mil visitantes com o o número a atingir (ultrapassaram os 30 mil). Em termos comerciais, correu muito bem para a Dr. Kartoon e só não correu melhor porque houve vários títulos que esgotaram e não tínhamos mais para vender e também porque mesmo ao nosso lado estava o stand da FNAC, que trouxe vários títulos que nós também trouxemos.
Claro que há muita coisa a melhorar e o tremendo afluxo de visitantes no sábado trouxe problemas que a organização teve dificuldade em resolver.
Não sei se não teria sido melhor concentrar a Comic Con em metade da Exponor, pois se a zona comercial estava muito bem composta em termos de ocupação, havia outras zonas que pareciam demasiado desertas, para além das longas distâncias que era preciso percorrer dentro da Exponor. A zona infantil, por exemplo, estava afastada de tudo e eu só no domingo é que me apercebi da sua existência.
Também as acessibilidades em termos de transportes precisam de ser afinadas, com uma articulação com a CP e os STCP, de modo a haver mais autocarros e até comboios especiais com autocarros directos, como há para alguns Festivais de Verão.
De resto, a parte das exposições resumia-se a uma interessante ExpoSyfy, organizada pelo canal SyFy, que tinha material original bastante interessante e uma exposição de BD, sem originais, colocada num local de passagem, mas sem grande destaque. Também num local de passagem, mas estrategicamente melhor colocado, estava um dos espaços de que mais gostei no Festival: a Artists Alley, onde era possível contactar directamente com os autores (o Lisbon Studio estava lá em peso) e comprar-lhes directamente livros, prints e até originais.
Tal como na Comic Con de San Diego (a única onde estive) o peso da BD é abafado pelo destaque dado aos filmes e às séries, mas a verdade é que muito do público que foi a Comic Con para ver os seus autores favoritos, acabou por comprar livros de BD nos diversos stands presentes. Destaque para o cosplay, com imensa gente mascarada e com disfarces muito bem conseguidos, que não se limitavam às personagens de anime. Havia supe-rheróis, personagens de TV, zombies, um batalhão de Storm Troopers, que todos os dias às seis da tarpe, realizava um Imperial March, com Darth Vader e Princesa Leia, um sósia do Sheldon da Teoria do Big Bang e até um Obelix.
A aposta no mercado espanhol também se revelou certeira, pois havia imensos espanhóis na Comic Con que ajudaram em muito aos impressionantes números de visitantes. E a esse nível ibérico foi interessante verificar o reatar de pontes entre o Porto e a Galiza, que o saudoso Salão do Porto tão bem cultivou, com Melo Melowsky, um dos responsáveis do Salão da Coruña e proprietário da Livraria Banda Deseñada, em Vigo, a dar um apoio decisivo na organização da parte da BD.
Com tanta gente e filas para tudo, nem sequer pensei em ver os artistas de televisão e mesmo autógrafos de BD, fiquei-me pelo de Miguelanxo Prado e apenas porque lhe entreguei o livro e ele trouxe-mo no dia seguinte autografado, não tendo precisado de ficar em filas.
Tanto como livreiro, mas sobretudo como fã, valeu a pena ter estado na Comic Con e para o ano conto lá estar outra vez. Um evento destes fazia falta a Portugal, pois como o desenhador Jorge Coelho sintetizou de forma lapidar, a partir de agora "temos um Festival "Indy" em Beja, um Festival "europeu" na Amadora e uma Comic Con no Porto".
A animação no stand da Kingpin
Filipe Melo e Juan Cavia numa sessão de autógrafos no stand da Dr. Kartoon
Sara, a simpática "menina do IPad, que nos fez companhia no Stand
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